Jovem estudante italiana - inteligentemente culta e sobriamente requintada (para além de encarnar uma beleza de cair para o lado) - disse-me, respondendo à minha curiosidade, que tinha escolhido Lisboa para fazer um mestrado porque a cidade era limpa, segura e verde. Nunca me tinha passado pela cabeça associar essas qualidades à urbe de Ulisses. Digamos que a tripla classificação em causa me abriu os olhos para remirar a capital e revê-la a esta nova luz. Vai daí, e à laia de preparação para as minhas pessoalíssimas flaneries de Primavera, as quais, diletantismos à parte, servem também de trabalho de campo sobre diversas matérias, fui à estante especializada e tirei o seguinte interessante e exaustivo livro: Espaço Público de Lisboa. Plano, projeto e obra da primeira geração de arquitetos paisagistas (1950-1970), de Teresa Bettencourt da Camara, edição Câmara Municipal de Lisboa, Lisboa, 2021.