quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

PARA ACABAR O ANO EM POLÉMICA

Filosofia, Matemática, Música (erudita) e Xadrez. Já repararam que (quase) não existem génios criadores do sexo feminino nestas quatro superiores formas de expressão humana?

ACABAR O ANO EM BELEZA

Lua Cheia às 19 horas e 13 minutos.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

CEM MIL VISITAS

O contador do blogue assinala 100000 visitas.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

DA MÍSTICA DOS BLOGUES

O blogue da cada um é a alma de cada qual.

PROMESSA PARA 2010

Fazer de cada dia da minha vida uma obra de arte.

VIDAS QUE INTERESSAM

Uma biografia de Eça tem de ser queiroziana. Releio, pois, deliciado, como na primeira vez: Eça de Queiroz — A Vida Privada, de José Calvet de Magalhães.

UMA QUESTÃO DE CONTEÚDO

Por mais que me piquem, quando me salta a tampa não sai merda.

DAS DATAS NACIONAIS

Para lá dos feriados religiosos, só há duas datas nacionais: o Dez de Junho e o Primeiro de Dezembro. Para mim, é data nacional toda aquela que engrandece Portugal. O resto são epifenómenos ideológicos.
In Diário de Paris, Marcello Duarte Mathias, edição Asa, Lisboa, 2006.

DAS FUNÇÕES CAMARÁRIAS

Assim é que era: recuperar edifícios, recolher o lixo, calcetar passeios, tratar dos jardins, e... estarem calados.

JORNAL PARA HOJE E SEMPRE

domingo, 27 de dezembro de 2009

SEM TIRAR NEM PÔR

Só não tem um blogue quem nada tem a dizer.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

LIVRO PARA HOJE (109)

Natal... Natais — Oito Séculos de Poesia sobre o Natal, antologia de Vasco Graça Moura, edição Público, 2005.

NATAL

Natal. Nasceu Jesus. O boi e a ovelha
deram-lhe o seu alento, o seu calor.
De palha o berço, mas também de Amor.
Desce luz, desce paz de cada telha.
Nem um carvão aceso nem centelha
de lume vivo. A dor era só dor,
até que a mão trigueira dum pastor
floriu em pão, em leite, em mel de abelha.
Natal. Nasceu Jesus. Dias de festa.
Até o cardo é hoje rosa, giesta,
até a cinza arde como brasa.
E nós? Que vamos nós dar a Jesus?
Vamos erguer tão alto a sua Cruz
que não lhe pese mais do que flor ou asa.
FERNANDA DE CASTRO
(1900 — 1994)

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

QUEM, DO NATAL?

Quem esperamos? Quem,
No silêncio, na sombra, no deserto?
O menino divino de Belém,
Ou o rei Encoberto?
Esperamos alguém:
Qualquer que tenha o coração aberto.
É demais esta ausência, este vazio!
Quem adorar, servir, como Deus e senhor?
— O que estender a ponte sobre o rio
Da miséria e pavor!
O que apascente e semeie em desafio!
O que disser: — Eu sou! E for.
ANTÓNIO MANUEL COUTO VIANA
(1923 — )

AINDA EM ALTO MAR

Avistei: Uma Casa em Beirute, de Sylvia Beirute. E gostei.

BLOGUE DO DIA (114)

Outro Sentido, de Leonor.
Descobri-o hoje. E agradou-me o que vi.

NATAL COM BACH

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

DESCOBERTAS EM ALTO MAR

Mais um blogue de uma antiga aluna: Torradas e Papel: Estado Limite, de Arannea.

AOS VISITANTES DESTE BLOGUE:

Um Santo e Feliz Natal!

O ESSENCIAL DO NATAL

O Menino Jesus Salvador do Mundo, 1673
JOSEFA DE ÓBIDOS (1630 — 1684)
Óleo sobre Tela, 95 x 116,5 cm
Igreja Matriz de Cascais.

E O TEMPO PASSA...

E, entretanto, passaram três anos sobre o dia em que, escrevendo este post, no blogue colectivo do meu Liceu, me estreei como bloguista.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

SAUDADES DO FUTURO

Os «anos 10» do século passado deram-nos o Futurismo! O que nos trarão os «anos 10» do Século XXI?

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

JÁ AGORA...

O Eternas Saudades do Futuro completa hoje 35 meses de vida. Falta um mês para fazer três anos!!! Parece que foi ontem que aqui cheguei...

BLOGUE DO DIA (113)

Pena e Espada, de Duarte Branquinho.
Porque hoje é o dia do Solstício de Inverno, e porque o Duarte não desiste da blogosfera, e ainda porque o Duarte permanece de pé neste mundo em ruínas.

A PROPÓSITO DO SOLSTÍCIO DE INVERNO

A CHAMA
Este fogo resume uma tradição viva. Não uma imagem vaga, mas uma realidade. Uma realidade tão tangível como a dureza desta pedra ou o sopro do vento. O símbolo do Solstício é que a vida não pode morrer. Os nossos antepassados acreditavam que o Sol não abandona os homens e que volta todos os anos ao encontro da Primavera.
Cremos, como eles, que a vida não morre e que, para lá da morte dos indivíduos, a vida colectiva continua.
Que importa o que será amanhã. É levantando-nos hoje, afirmando que queremos permanecer como somos, que o amanhã pode vir.
Levamos em nós a chama. A chama pura deste fogo de fé. Não um fogo de lembrança. Não um fogo de piedade filial. Um fogo de alegria e de intensidade que temos que acender sobre a nossa terra. Lá queremos viver e cumprir o nosso dever como homens, sem renegar nenhuma das particularidades do nosso sangue, da nossa história, da nossa fé, amalgamadas nas nossas recordações e nas nossas veias...
Tudo isto não é a ressurreição de um rito abolido. É a continuação de uma grande tradição. De uma tradição que mergulha as suas raízes no mais profundo das idades e que não quer desaparecer. Uma tradição em que, cada modificação, só deve reforçar o sentido simbólico. Uma tradição que a pouco e pouco revive.
JEAN MABIRE
(1927 — 2006)

SOLSTÍCIO DE INVERNO

Hoje, às 17 horas e 47 minutos, dá-se o Solstício de Inverno.

domingo, 20 de dezembro de 2009

PARA QUE SE SAIBA O QUE SE COMEMORA

NOTÍCIA QUE DÁ GOSTO DAR

Descobri mais um blogue de um antigo aluno meu: Eu-Ilhéu, de Frederico Amaral.

sábado, 19 de dezembro de 2009

DIZ A SABEDORIA

Livros e amigos: muitos ou poucos, mas bons.

DIZ O POVO

Estar calado e dar mostras de saber — qual mudo avisado —, só pode ser um livro.

DIZ O LIVRO AO LEITOR

Se me interrogares, nada — do que sei — te ocultarei. Possas tu compreender.

DIZ A TRADIÇÃO

Arte de imprimir, arte negra. Não só pela cor da tinta, mas pelo mistério.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

DO AMOR LOUCO

DA HIGIENE MENTAL

Com o riso mata-se, com o desprezo enterra-se.

FIM

O Pensamento sem Acção é impotente, a Acção sem Pensamento é estéril.

MEIO

Sempre tive desinteresse pela actualidade, prefiro os temas Intemporais.

PRINCÍPIO

Se eu não tivesse um Ideal, ía-me embora e já não voltava.

DA SOCIOLOGIA URBANA

Lisboa, à primeira vista, até parece uma bela cidade para se viver e trabalhar; mas, olhando melhor em volta, e tendo de lidar com a gente que agora a povoa — tristes mas contentinhos, baixinhos mas empertigados, indolentes mas «com muito trabalho», todos sempre com a desculpa na ponta-da-língua para as suas incompetências —, é obrigatório concluír que esta nova arraia-miúda (do fidalgo indigente ao plebeu desconfiado, passando pelo burguês usurário) não é digna da grande cidade. Se nunca tivessem saído das suas terras, talvez fossem felizes na sua humildade; assim, não passam de incomodativos mosquitos que temos de enxotar a toda a hora do dia. Graças a Deus, à noite desaparecem.

TRADIÇÃO E VANGUARDA

O salto em frente será sempre dado a partir da espiritualidade ─ e visceralidade ─ que atravessa o Corpo da Pátria.
Foi assim com o Futurismo. Da História para o Futuro, através da Estética.
Olhar e saber ver mais além. Criar novas formas para ideias renovadas e com essas mesmas formas novas recriar mais uma vez as ideias.
Imparável dinâmica.
Com alegria e ironia; mas, com realismo e pessimismo. Com força atlética; mas, com serenidade. Com modernidade; mas, tradicionalmente.
Beber no Passado para voar no Futuro. Sem medo.
O seguro de Vida da Pátria tem Mil Anos.
Novas imagens serão criadas para louvar os Eternos Valores. As palavras bailarão ao som das novas músicas. As belas raparigas redescobrirão o fascínio pelos Heróis do Passado e do Futuro!
A Torre, lá em cima, vigia. E o Castelo lembra-nos que a Nação se forjou na Reconquista e que os tempos são ─ de novo ─ de Refundação: Estética, Cultural, e etc e tal.
Cada um trata da sua menina. Cada macaco no seu galho. Cada soldado na sua trincheira.
Encham-se as canetas de tinta permanente ─ de sangue ─ e: escreva-se, escreva-se, escreva-se.
Pintores: Alerta! Façam-se novos retratos e novas paisagens do agora triste Portugal. Tendes a vista toldada, bem sei. Lavai os olhos; e, olhai de novo ─ e: pintai, pintai, pintai! Ai.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

BLOGUE DO DIA (112)

O Regabofe, de Miss Woody e Miss Allen.
Nestas andanças da blogosfera, existe um secreto prazer entre a confraria: consiste em descobrir a real identidade de quem escreve sob pseudónimo. Sortudo que sou, consegui satisfazer esse pecadilho da curiosidade em relação a quase todos os autores que por cá gravitam, e que me interessam. Ficam-me a faltar estas senhoras d'O Regabofe...

CÁ PARA MIM

Há mais felicidade na melancolia do que na alegria.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

30 DIAS SEM O PAI

Faz amanhã — 15 de Dezembro — um mês que o Pai partiu para o Céu.
Beijo todas as minhas queridíssimas amigas e abraço todos os meus caríssimos amigos que me acompanharam ao longo destes terríveis 30 dias.
Será amanhã — terça-feira — celebrada Missa por intenção da Alma do Pai.

domingo, 13 de dezembro de 2009

AO CORRER DO TEMPO...

Em breve este blogue irá receber o visitante n.º 100000...

BLOGUE DO DIA (111)

Acto Falhado, de Rita Ferro.
Com um beijo à confrade blogosférica Rita.

sábado, 12 de dezembro de 2009

DO SUBLIME NA MÚSICA MODERNA

AMOR E MORTE

QUEM DANÇA SEUS MALES ESPANTA

DA PAIXÃO ASSOLAPADA

DA FESTA GÓTICA

DO RADICAL ROMANTISMO

CONTINUANDO A VIAGEM AO FIM DA NOITE

ENTRANDO NO LADO NEGRO DA NOITE

AINDA SOBRE A HORA DE IR DORMIR

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

HORA DE IR DORMIR

O MAIOR

MEDITAÇÃO

OBSESSÃO

MIÚDAS DA MINHA GERAÇÃO

UMA CENA IMORTAL

UM MULHERÃO

UM TRIO DE LUXO

QUEM VÊ PERNAS VÊ CORAÇÕES

HERÓI E COWBOY

UMA MIÚDA DO MEU TEMPO

UM HOMEM DE SORTE

UMA DIVA ETERNA

UM HERÓI MUITO MEU

UMA MUSA MUITO MINHA

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

AO CORRER DO TEMPO...

Em breve este blogue irá entrar no seu 4.º Janeiro...

DISCOS DE HÁ 30 ANOS: 1979 — 2009

Highway To Hell, AC/DC
The B-52's, The B-52's
Regatta De Blanc, Police
Live At The Witch Trials, The Fall
Fear Of Music, Talking Heads
Unknown Pleasures, Joy Division
London Calling, The Clash
Quiet Life, Japan
Broken English, Marianne Faithfull
Armed Forces, Elvis Costello
Rust Never Sleeps, Neil Young
At Budokan, Cheap Trick
Tusk, Fleetwood Mac
The Wall, Pink Floyd
Specials, The Specials
It's Alive, Ramones.
The Great Rock'n'Roll Swindle, Sex Pistols
The Raven, The Stanglers
Unbehagen, Nina Hagen

FILMES DE HÁ 30 ANOS: 1979 — 2009

Die Ehe Der Maria Braun / O Casamento de Maria Braun,
de Rainer Werner Fassbinder
Stalker / Stalker,
de Andrei Tarkovsky
Alien / Alien — O 8.º Passageiro,
de Ridley Scott
Die Blechtrommel / O Tambor,
de Volker Schlöndorff
Being There / Bem-Vindo, Mr. Chance,
de Hal Ashbey
Life Of Brian / A Vida de Brian,
de Terry Jones
Nosferatu: Phanton Der Nacht / Nosferatu, o Fantasma da Noite,
de Werner Herzog
Mad Max / Mad Max — As Motos da Morte,
de George Miller
Manhattan / Manhattan,
de Woody Allen
Kramer vs Kramer / Kramer contra Kramer,
de Robert Benton
All That Jazz / All That Jazz — O Espectáculo Vai Começar,
de Bob Fosse
Apocalipse Now / Apocalipse Now,
de Francis Ford Coppola

PEQUENOS GRANDES PRAZERES

Bom, bom, é encontrar bons blogues de bons alunos (não digo «ex», pois são para a vida). Hoje dei de caras com o Oficina Clandestina, do Nuno Oliveira Madeira.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

PINTURA NACIONAL*

Nestes Domingos de Advento, como preparação para a Santa Missa, parece-me obrigatório passar pelo Museu Nacional de Arte Antiga (o maior de Portugal e um dos melhores da Europa) e ver a exposição temporária Frei Carlos e o belo portátil, realizada a propósito da aquisição — por parte do referido Museu — da obra Ecce Homo (óleo sobre madeira de carvalho, 39,5 x 31 cm). Frei Carlos instituiu uma oficina no Mosteiro do Espinheiro, em Évora, onde professou, em 1517; e, a partir daí, trabalhou essencialmente para os Conventos da Ordem de São Jerónimo. A belíssima pintura, que dá o mote para a exposição, pertencia à colecção particular de Jorge O'Neill e veio agora a ser vendida pelos seus descendentes ao MNAA. Não se apresenta aqui — propositadamente — nenhuma imagem da peça; pois, vê-la ao vivo, enquadrada por uma cuidadosa montagem — que inclui outras obras do Autor, bem como de outros Mestres, seus contemporâneos, de Portugal e da Flandres —, de irrepreensível bom-gosto (nem parece que estamos no feio Portugal de hoje), e extremamente didáctica, é uma sublime experiência estética. Experimentai, meus caros leitores. Até lá, ficai com esta Anunciação (c. 1520, óleo sobre madeira, 197 x 189 cm), do mesmo Frei Carlos (activo entre 1517 e 1539), também exposta no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.
*Texto escrito por mim a 4 de Dezembro de 2006. Publico-o agora aqui dedicado a uma amiga pintora.

DO POVINHO A QUE HOJE TEMOS DIREITO

O povinho anda contentinho.
O povinho é mesquinho.
O povinho inveja o vizinho.
O povinho não lê.
O povinho vê muita TV.
O povinho é atarracado.
O povinho chega sempre atrasado.
O povinho é desconfiado.
O povinho é chico-espertinho.
O povinho gosta de carros.
O povinho não trabalha.
O povinho tem empregos.
O povinho faz biscates.
O povinho está entaladinho.
O povinho vive do crédito.
O povinho caíu em descrédito.
O povinho é medroso.
O povinho é merdoso.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

CONCLUSÕES AO CORRER DA PENA DE UMA RELEITURA FEITA NOITE ADENTRO

Releio O Hussardo, de Arturo Pérez-Reverte. Este seu primeiro livro, de 1983, editado em Portugal a partir da revisão do autor feita em 2004, é um romance histórico, passado em 1808, na invasão napoleónica de Espanha.
O fio condutor da narrativa é assegurado por dois jovens hussardos (oficiais da cavalaria ligeira francesa), que acamaradam a partir de sólidas afinidades de carácter e gosto, sendo provenientes, no entanto, de classes distintas. Os relatos intimistas, com deliciosos detalhes realistas, revelam uma fina sensibilidade para construir personagens e ambientes autênticos; por outro lado, as descrições das batalhas e de toda a militaria prendem pela sua escala grandiosa e revelam um profundo conhecimento de História Militar; e, a Andaluzia está pintada de tal maneira — telúrica e sensual — que sentimos o seu Sol queimar e a sua luz cegar. Os tradicionais valores de qualquer cavalheiro estão aqui bem esplanados: coragem, cultura, honra, fidelidade, heroísmo, hierarquia, camaradagem, sobriedade. Note-se bem que a acção decorre na sequência de todos os males erradiados a partir de França. Os nossos heróis remam, portanto, contra a maré dos novos tempos.
Perante uma obra assim, agradeço à Literatura por ser uma Arte que permite a pausa, a aceleração, o retardamento... — ou seja: possibilita ao leitor comandar o tempo e o ritmo de fruição da obra, para melhor a poder saborear. Aqui, não há ditadura do olhar, como, por exemplo, no Cinema. Posso parar para pensar, e reler, e acelerar à procura do desfecho de uma cena, ou abrandar numa passagem cativante.
Mas, afinal, o que é que esta obra tem?... Faz-nos interrogar sobre o que andamos nós aqui a fazer, neste século materialista. Leva-nos à nostalgia de um passado em que o espírito imperava. Sentimos saudades de um tempo em que os homens se olhavam nos olhos — enquanto amigos, adversários ou inimigos.

IDENTIDADE CULTURAL

Um Povo é a Música que ouve e compõe, a Gastronomia que saboreia e confecciona, a Literatura que lê e cria, a Pintura que aprecia e faz, a Arquitectura que admira e edifica, os Espectáculos a que assiste e que concebe.

DA MÚSICA TRADICIONAL E ERUDITA

Tenho um amigo radical, do ponto-de-vista musical, que só ouve de Bach para trás, cronologicamente falando e no que toca a música erudita; diz ele que de lá para cá a coisa tem sempre vindo a degradar-se. Mergulha, pois, apenas, na belíssima Música Barroca, Maneirista, do Renascimento, e por aí fora, Idade Média adentro... Mas, não se faz rogado, por outo lado, em ouvir a intemporal Música Tradicional — dos cânticos eslavos aos do Alentejo, passando pela Irlanda e pela Córsega. Encaixa aqui as Marchas Militares — área, aliás, em que também é especialista, a par da Música Barroca. Quanto à moderna música popular (Rock, e seus antepassados e derivados, por exemplo) diz: «são sons para selvagens!» Fico sempre um pouco deprimido quando falo com ele e sou confrontado com a sua tranquila sabedoria musical. Contudo, penso: enquanto houver uma pessoa assim, a transmissão estética far-se-á — haja gente nova disposta a beber desta fonte...

DA NECESSIDADE DOS ACENTOS GRÁFICOS

É um facto que esse fato que conheço de cor e é côr de cágado está cagado.

SINOPSE DE UM TRABALHO DE CAMPO DE CINCO MESES

O «feicebuque» assemelha-se à imprensa côr-de-rosa: mau português, lugares-comuns, um chorrilho de asneiras, a mesma história repetida até à exaustão, intrigas, indirectas, e private jokes. Assim, não vale a pena. Afinal, o problema não é a falta de liberdade... — é a falta de ideias! Ou, pior ainda: faltam intérpretes criativos para as imortais ideias de sempre.

PERGUNTO EU

Quando um escol adormecido abandonar o passatempo passivo da televisão e se dedicar à criação activa na blogosfera surgirá algo de novo?

HOJE É O VERDADEIRO DIA DA MÃE

DE DUAS DAS MELHORES COISAS DO MUNDO

Aquele que anda muito e lê muito, vê muito e sabe muito.
MIGUEL DE CERVANTES
(1547 — 1616)

domingo, 6 de dezembro de 2009

NO 3.º DOMINGO SEM O PAI

Faz hoje três semanas que o Pai partiu para o Céu. E, os sentimentos de perda e de vazio vão-se instalando — cada vez mais —, à medida que o tempo passa.
Quero aqui deixar uma palavra, só, para todos os que me têm carinhosamente acompanhado nestes terríveis 21 dias:
— Bem-haja.

PROCURA-SE UM NOVO ESCOL

Por mentalidade de qualquer país entende-se, sem dúvida, a mentalidade das três camadas, organicamente distintas, que a constituem a nível mental — a camada baixa, a que é uso chamar povo; a camada média a que não é uso chamar nada, excepto, neste caso por engano, burguesia; e a camada alta, que vulgarmente se designa por escol, ou, traduzindo para estrangeiro, para melhor compreensão, por «élite».
(...)
Esta divisão em camadas mentais, embora coincida em parte com a divisão em camadas sociais — económicas ou outras —, não se ajusta exactamente a essa. Muita gente das aristocracias de história e de dinheiro pertence mentalmente ao povo. Bastantes operários, sobretudo das cidades, pertencem à classe média mental. Um homem de génio ou de talento, ainda que nascido de camponeses, pertence de nascença ao escol.

FERNANDO PESSOA
(1888 — 1935)

DE CAVALHEIROS A PANELEIROS

Não têm alfaiate. Vão ao pronto-a-vestir.
Não têm barbeiro. Vão ao cabeleireiro.
Não vão à ópera. Vão ao centro cultural.
Não caçam. «São amigos dos animais».
Não fazem esgrima ou boxe. Fazem yoga ou tai-chi.
Não lêem livros. Vêem revistas.
Não bebem vinho ao almoço. «Têm de ir trabalhar».

DA FALTA QUE O FERRO ME FAZ

Por causa deste meu blogue, precisei de ter à mão — para melhor semear... — várias passagens de António Ferro. Livro daqui, livro dali, e dou pela sua disseminação por toda a casa: estante de Poesia Portuguesa, estante de Prosa Portuguesa — Ensaio e Ficção —, armário-livreiro de Cinema, pastas-de-arquivo com revistas, cantinho Futurista, etc e tal. É isto bem a expressão do autor total que Ferro era. Um homem que espalhou a sua energia criadora por várias áreas artístico-literárias — sempre ao mais alto nível estético-cultural. Há alguém parecido à vista?... Ai, quem nos dera!

AINDA E SEMPRE A TRADIÇÃO

Nas sociedades tradicionalistas são talvez os mortos que mandam; nas sociedades democráticas, porém, é a morte que manda.

FERNANDO PESSOA
(1888 — 1935)

DA TRADIÇÃO

Ora o verdadeiro patriotismo — cem vezes o repetiu António Sardinha — não é o amor naturalista pela terra em que nascemos, é o respeito pelas gerações que nos precederam.
LUÍS DE ALMEIDA BRAGA
(1886 — 1970)

ADÁGIO TRADICIONAL

Um Deus, um Rei, uma Lei.

ADÁGIO JURÍDICO

Poucas leis, bom governo.

ISTO ESTÁ BONITO...

É impressão minha ou o Estado a que temos direito anda a chular os Trabalhadores Independentes através de sucessivos aumentos nos pagamentos à Segurança Social?...

PORTUGAL ESTÉRIL

Noutros tempos, nascia-se e morria-se na mesma casa. De lá, saía-se para dar-se a volta ao mundo; mas, lá se regressava sempre. Depois, voltava-se a saír, para casar, mas retornava-se, com netos — muitos! —, para as festas de família; e, a casa ia renascendo, geração após geração.
Agora, passa-se a vida de casa em casa, quais salta-pocinhas, sem rei nem roque, nem filhos à vista. As casas de família deixaram de ser referências para as terras e para os bairros — o povo ficou órfão dos senhores das terras e os bairros perderam as suas mais dinâmicas e ilustres personagens.
Isto não é fantasia. É — desgraçadamente! — a realidade, nua e crua, e passa-se do Minho ao Bairro Alto. Em trinta gerações de portugueses, contam-se hoje pelos dedos as casas que atravessaram o século XX nas mesmas famílias; e, sem estas âncoras, as comunidades abriram portas à desorganização e ao caos, substituindo o alto exemplo das famílias tradicionais pelas novas referências exóticas, sub-urbanas e pequeno-burguesas da televisão. É o fim.

COISAS QUE NÃO SE ESQUECEM

Certo dia, no meu footing pós-prandial, o louco do bairro (todos têm um) interpelou-me e perguntou-me: «— Não me arranja alegria?».

sábado, 5 de dezembro de 2009

HÁ ANOS ASSIM

2009 ainda não acabou mas posso já dizer que foi de tal forma marcante para mim que só daqui a pelo menos uma década conseguirei fazer o seu balanço.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A KISS IS NOT JUST A KISS

UM PRESENTE RECEBIDO NO ETERNAS SAUDADES DO FUTURO*

*Publico este belo texto com um beijo de bem-haja à Sofia CP (que mo enviou).

DO ETERNO ROMANTISMO

EVOLUÇÃO NA CONTINUIDADE

NA HORA DA MORTE DE UM CARO CONFRADE BLOGUISTA*

Jorge Ferreira partiu. Recordo-o com saudade. Deus o guarde.
*Só agora tive força para aqui o evocar.

PARA QUE NINGUÉM ESQUEÇA O PRÍNCIPE REAL

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

AINDA O MASSACRE DO PRÍNCIPE REAL

MAIS DADOS SOBRE O CRIME DO PRÍNCIPE REAL

MAL É NÃO TERMOS UM PRÍNCIPE REAL