segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

ELITE NACIONAL

Beatriz Batarda
em Peixe-Lua (Portugal, 2000)
de José Álvaro Morais.
Para quem tivesse dúvidas, escrevo aqui — preto no branco — que me referia a Beatriz Batarda no postal anterior. É a melhor actriz portuguesa no activo. E é uma mulher luminosa, inteligente, culta e lindíssima. Cheirou-me estar perante um ser excepcional, desde a primeira vez que reparei nela, lançada pela mão do Mestre Manoel de Oliveira; e, a cada filme e a cada peça que vejo, tenho vindo a confirmar essa certeza. Agorinha mesmo, na entrevista com Paula Moura Pinheiro, esteve sublime. A anos-luz da actual mediocridade nacional.

domingo, 30 de dezembro de 2007

PÁRA TUDO!...

... Vou ali ver a melhor actriz portuguesa falar na televisão sobre felicidade.

HOMENS VERSUS MULHERES

Ando com ganas de desenvolver este tema. Dá-me ideia que em 2008 a coisa se fará. De preferência num suporte propício a textos longos. Pois as mensagens nos blogues querem-se curtas e grossas (salvo seja!).

BOM DIA (20)

«I Wanna Be Adored», The Stone Roses.

sábado, 29 de dezembro de 2007

ABRINDO AS PORTAS À REQUINTADA ELEGÂNCIA

Mais uma Senhora.

AINDA AS SENHORAS

Eis um blogue que exerce sobre mim um perturbante fascínio: Cocanha, da Zazie.
Post Scriptum: E, foi já parar ali à coluna das ligações, por causa das coisas, e para ficar à mão de semear.

ESCLARECIMENTO À CLIENTELA

«O Marchante» de que esta divertida e para mim desconhecida Lady-Bird fala não sou eu. No entanto, achei-lhe tanta graça que não pude deixar de pendurar a miúda ali ao lado; e, também porque ligou — vá-se lá saber porquê — este meu blogue pessoal permanentemente. Não prometo é passar por lá todos os dias, como faço nos blogues das outras autoras.

DEVE SER POR SER NATAL

Decidi finalmente introduzir ligações cá na casa (para além daquelas, aqui ao lado desde o início, aos sítios onde escrevo). As senhoras primeiro, já se sabe. Assim, devagarinho, vou começando por afixar, aí à direita, os blogues femininos que fizeram o favor de me estabelecer ligações permanentes; e, que leio diariamente, que um blogue é isso mesmo — um diário.
Post Scriptum: O Tragédias da Rua das Flores é, para já, a excepção que confirma a regra, pois não tem ligação permanente a esta piquena casa lusitana, nem, aliás, a nenhum outo sítio; mas, está ali, porque me apetece.

POETA PARA HOJE (2)

António Nobre.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

PAIXÃO

Toca-me!

AFINIDADES PERIPATÉTICAS — III

Sou um peripatético, porque acredito que se aprende passeando, na linha do pensamento de Aristóteles. O que faz de mim patético, aos olhos dos patetas que povoam as modernas urbes.

AFINIDADES PERIPATÉTICAS — II

Descubro ali um relato de um passeio em Lisboa na zona do Castelo, pela pena elegante do FSantos. Curiosamente, ando há vários dias com vontade de o dar; e, estive hoje quase para o fazer, sob o belo céu azul da Cidade. Como não tive a companhia desejada, deixei-me ficar a preguiçar. Verdade seja dita que da última vez que subi essa Colina, na requintada companhia da Mónica, desencadeámos uma tempestade, de que dei conta aqui.

DISCOS QUE ME MUDARAM A VIDA (1)

Cinema, Rodrigo Leão.

TERTÚLIA

Saudade, por Carlos Miguel Fernandes. São posts como este que valem a pena, pois são mote para a saudável e sincera polémica — essa nobre tradição dos homens cultos europeus; que, infelizmente, desapareceu, nestes tempos de águas-chilras. Poder praticá-la — já amanhã, ao vivo e a cores —, com o criativo autor do brilhante texto, será uma honra e um prazer. Coisas da blogosfera portuguesa, que me deu a conhecer pessoalmente o Miguel.

A PROPÓSITO DE ROUPA...

Certos parolos portugueses insistem em pôr as suas lojas com uma temperatura tropical. Tudo bem. Mas arranjem uns bengaleiros para eu deixar lá a minha roupa e consultar os livros em cuecas. Puta que os pariu!

DE SE LHE TIRAR O CHAPÉU (4)

Se nunca fez, experimente agora: em casa, no estúdio ou no escritório; assegure-se, primeiro, de que está com a pessoa certa. Porque todos têm direito às suas «nove semanas e meia», nem que seja só por uma vez na vida. Mas não diga que veio daqui.

DE SE LHE TIRAR O CHAPÉU (3)

Façam as votações que entenderem, mas, o melhor blogue colectivo português não precisa de ir a votos e encontra-se à distância de um toque.

DE SE LHE TIRAR O CHAPÉU (2)

Nem sequer por lá passo todos os dias, mas, o melhor blogue português individual masculino (sim, digam o que disserem, uma mulher não o faria) é este.

DE SE LHE TIRAR O CHAPÉU (1)

Não é que eu concorde com tudo o que lá vem escrito, mas, um post assim constitui serviço público e mostra que a blogosfera portuguesa caminha muito à frente da «imprensa de referência».

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

SERENIDADE AO SOL E À FLOR DO MAR — II

«Rosa», Rodrigo Leão.

Dois lindíssimos video-clips (este e o anterior), da autoria do meu colega e amigo Zé Pinheiro. A propósito: para o ano, temos de fazer o jantar dos 20 anos do nosso curso. Todos profissionais criativos hiperactivos, ninguém tem tempo para nada. A Catarina N. é que devia convocar a malta, e organizar isso...

SERENIDADE AO SOL E À FLOR DO MAR — I

«A Casa», Rodrigo Leão.

MON COEUR BALANCE... (12)

... Entre o Cabo Espichel e o Cabo da Roca...

MON COEUR BALANCE... (11)

... Entre a Serra da Arrábida e a Serra de Sintra...

ESCRITOR PARA HOJE (1)

Teixeira de Pascoaes.

ESTADO DE ALMA PARA HOJE (2)

Serenidade.

LIVRO PARA HOJE (23)

A Ideia de Portugal na Literatura Portuguesa dos Últimos Cem Anos, António Quadros, edição Fundação Lusíada, Colecção Lusíada — Ensaios, n.º 1, Lisboa, 1989.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

AGORA, SÓ PARA HOMENS DE BARBA RIJA (3)

Monica Bellucci. Coração. Lisboa. Paixão. Tango. Sedução. Mulheres. Traição.
Entra-se por aqui.

RECEBIDO POR CORREIO ELECTRÓNICO (NO COMMENTS)

Palavras do correspondente da BBC, Mark Doyle, em Lisboa:
«The Summit ended, as do most meetings of this sort, with smiling photocalls. The Portuguese Prime Minister, Jose Socrates, gave an extraordinary closing speech which spoke about bridges being built, steps forward being taken, and visions being pursued. He went off on such an oratorical flight, in fact, that I became mesmerised by the beauty of the Portuguese language and the elegance of his delivery. I was so bewitched that I didn't register any concrete points in the speech at all. Perhaps there weren't any. But it certainly sounded good

BELO DIA PARA...

... Espreitar o blogue do Filipa.

PERGUNTADO E CONFIRMADO

Falando das novas tecnologias da comunicação, e dos seus mais recentes canais, com uma bonita sobrinha, que está muito à frente, pergunto-lhe pelo Hi-5; e, ela, responde-me sem hesitação: «Isso é para o engate, tio.»
— Eu não te disse, nesta caixa-de-comentários, ó LAS?

LIDO E APRECIADO

«Gingóbel», por Cristina Ferreira de Almeida, no Corta-Fitas; «O Maquiavel de Alijó», por Pedro Norton, no Geração de 60; «O assalto ao Palácio de Inverno», por Pedro Picoito, n'O Cachimbo de Magritte; «Feliz Natal!!!», por Claudio Tellez, n'O Insurgente.

PARA O ANO HÁ MAIS

Chove. É dia de Natal.
Lá para o Norte é melhor:
Há a neve que faz mal.
E o frio que ainda é pior.

E toda a gente é contente
Porque é dia de o ficar.
Chove no Natal presente.
Antes isso que nevar.

Pois apesar de ser esse
O Natal da convenção,
Quando o corpo me arrefece
Tenho frio e Natal não.

Deixo sentir a quem quadra
E o Natal a quem o fez,
Pois se escrevo ainda outra quadra
Fico gelado dos pés.

FERNANDO PESSOA
(1888 — 1935)

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

MÚSICA DO ALÉM

«Last Night I Dreamt That Somebody Loved Me», Morrisey.

Muito ouvi eu esta primeira canção do segundo lado do álbum Strangeways, Here We Come, de 1987, dos The Smiths. E ainda hoje esta música me convoca para uma suave nostalgia e uma doce saudade. Contudo, sei ver que aponta para um futuro por cumprir. É pois cá das minhas. Ainda para mais, provoca-me um delicioso ardor no estômago e acelera-me as batidas cardíacas. Sabendo bem eu que o património estético que a nossa alma levará para o outro mundo se resume ao transportado pela memória emotiva, esta canção certamente estará lá batida no além.

UM POVO DRUNFADO

Enquanto o povo anda anestesiado pela orgia natalícia servida em doses opíparas pela televisão merdosa a que tem direito — e que consome com gosto —, e se endivida até à medula em compras alarves, sem sequer perceber o que é o Natal, preparam-se as mais torpes maningâncias no mundo dos negócios, nas suas costas. Se este lugar mal frequentado tivesse uma «sociedade civil» (sempre detestei esta expressão, mas serve para o efeito), por mais pequena que fosse, mas activa, o estado não conseguiria pôr e dispôr da iniciativa privada a seu bel-prazer. Cada país tem o que merece. As televisões e os jornais já são o que se sabe; agora, os bancos também vão afinar pelo mesmo diapasão: his master's voice. Pensando bem, este registo terceiro-mundista — de república das bananas até lhes fica a matar, desgraçado povo de bananamen.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

ABRAÇO DE NATAL

«Into My Arms», Nick Cave And The Bad Seeds.

I don't believe in an interventionist God
But I know, darling, that you do
But if I did I would kneel down and ask Him
Not to intervene when it came to you
Not to touch a hair on your head
To leave you as you are
And if He felt He had to direct you
Then direct you into my arms

Into my arms, O Lord
Into my arms, O Lord
Into my arms, O Lord
Into my arms

And I don't believe in the existence of angels
But looking at you I wonder if that's true
But if I did I would summon them together
And ask them to watch over you
To each burn a candle for you
To make bright and clear your path
And to walk, like Christ, in grace and love
And guide you into my arms

Into my arms, O Lord
Into my arms, O Lord
Into my arms, O Lord
Into my arms

But I believe in Love
And I know that you do too
And I believe in some kind of path
That we can walk down, me and you
So keep your candles burning
And make her journey bright and pure
That she will keep returning
Always and evermore

Into my arms, O Lord
Into my arms, O Lord
Into my arms, O Lord
Into my arms

Nick Cave

ESPÍRITO DE NATAL (3)

Tenciono ir logo à Missa do Galo. Esta tradição cultural sabe-me bem.

ESPÍRITO DE NATAL (2)

Fiz o Presépio em Família. Esta comunhão espiritual sabe-me bem.

ESPÍRITO DE NATAL (1)

Não comprei ainda um único presente. Este desprendimento material sabe-me bem.

domingo, 23 de dezembro de 2007

PINTURA DE NATAL

Adoração dos Pastores, 1669
JOSEFA DE ÓBIDOS (1630 — 1684)
Óleo sobre Tela, 150 x 184 cm
Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa.

POESIA DE NATAL

NATAL

Natal. Nasceu Jesus. O boi e a ovelha
deram-lhe o seu alento, o seu calor.
De palha o berço, mas também de Amor.
Desce luz, desce paz de cada telha.

Nem um carvão aceso nem centelha
de lume vivo. A dor era só dor,
até que a mão trigueira dum pastor
floriu em pão, em leite, em mel de abelha.

Natal. Nasceu Jesus. Dias de festa.
Até o cardo é hoje rosa, giesta,
até a cinza arde como brasa.

E nós? Que vamos nós dar a Jesus?
Vamos erguer tão alto a sua Cruz
que não lhe pese mais do que flor ou asa.

FERNANDA DE CASTRO
(1900 — 1994)

RESSURREIÇÃO

Regressado em força à blogosfera está o Bruno.

CANTEMOS AO SOL

«Here Comes The Sun», George Harrison (o meu Beatle preferido).

sábado, 22 de dezembro de 2007

REVISTA NA REDE

A Alameda Digital n.º 10 já está em linha.
Atafulhado em correcções e avaliações de exames e trabalhos, derreado por uma dor nas costas, angustiado com a saúde do meu Pai, ainda não entreguei o texto para a minha coluna. Em breve o farei, esperando não baixar com isso o excelente nível desta edição dedicada ao tema de fundo «Tradição e Modernidade».

DISCO PARA HOJE (15)

No Promises, Carla Bruni.
Álbum de 2006 onde a diva latina canta Christina Georgina Rossetti (1830 — 1894), Dorothy Parker (1893 — 1967), Emily Dickinson (1830 — 1886), Walter de la Mare (1873 — 1956), William Butler Yeats (1865 — 1939), Wystan Hugh Auden (1907 — 1973). Três poetisas e três poetas de Língua Inglesa.

PRAGMATISMO APLICADO

Encontro — não, não foi nas compras, que não entro nessas orgias consumistas —, no café, velho amigo, do Colégio (andei em quatro, antes de ir para o Liceu, mas isso agora não interessa nada), que vejo volta e meia. Ele, hoje empresário de sucesso (é assim que se diz, não é?), dispara-me a seguinte pérola: «— Eh, pá! Tenho lido o teu blogue. Continuas a ler livros a mais e a dar importância a mais às mulheres. Isso fode-te a cabeça!».

CHEIRA-ME...

Perante esta dúvida, da ilustre bloguista Rosa, arriscaria eu afirmar o seguinte:
A Noite é feminina, como a Lua; e, o Dia é masculino, como o Sol.
Digo eu...

HOJE É O PRIMEIRO DIA...

A partir de hoje, e até ao dia do Solstício de Verão — momento do clímax —, as noites vão diminuindo e os dias crescendo, muito lentamente. A simples observação diária desta regra da Natureza, sempre constituiu para mim um suave deleite. Nada melhor do que sentir o Sol prolongar a sua presença entre nós, iluminando-nos e aquecendo-nos. Vindo estas palavras de um noctívago, são ainda mais sentidas. Rapaz de extremos e contrastes, que sou, gosto das longas noites, onde me embrenhei anos a fio com imenso prazer, mas também admiro os intermináveis dias, banhados pela luz do Astro-Rei, para melhor viver em harmonia com a Natureza.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

ACELERADOR DO CORAÇÃO

Sensualidade e sedução em Lisboa: toca-me.

E AGORA...

... Vou ao encontro do meu vendedor ambulante de castanhas preferido, com o objectivo de comprar uma dúzia delas, e saboreá-las, durante este último pôr-de-Sol do Outono, dedicando-as à Isabel, que me enviou um pessoalíssimo postal electrónico ilustrado de Natal, lá a partir dos States. Assim, sim.
Post Scriptum: Já está. E foram acompanhadas por um vinho tinto alentejano a copo. Lá para as bandas das velhas hortas boémias e fadistas do Campo Pequeno. Em memória e honra, também, do velho Marquês de Marialva. À antiga, como deve ser.

DESCULPEM LÁ...

... Não me encham a caixa-de-correio-electrónico com despersonalizados e foleiros cartões de Natal.

PARAÍSO SOLSTICIAL

Para contemplar e ouvir em profundo e religioso silêncio, um vídeo com algumas das melhores coisas que Deus deu ao Mundo: Livros, Carla Bruni, Poetas, Música e Paris.

SOLSTÍCIO DE INVERNO

Logo mais, quando o Sol se puser, mergulharemos na maior noite do Ano. Depois, quando o dia nascer, entraremos no Inverno. Momentos propícios à contemplação, e meditação, para atingir a plenitude espiritual.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

LISTA DE NATAL (5)

Criatividade, para tratar com engenho e arte a minha cidade: cantando-a, encantado; filmando-a, apaixonado; louvando-a, seduzido. Enfim — captando-lhe o corpo e revelando-lhe a alma.

LISTA DE NATAL (4)

Felicidade, para irradiar. Não confundir com alegria, própria dos patetas.

LISTA DE NATAL (3)

Máquina do tempo, para fugir desta choldra a sete pés.

LISTA DE NATAL (2)

Inspiração, para retomar a Fotografia. Neste ano, que se aproxima do fim, não disparei uma única vez. Antes assim, pois o acto de desenhar mecanicamente com a luz é demasiado sério para que se possam captar imagens à toa. Aliás: eu não tiro fotografias; eu crio fotografias.

LISTA DE NATAL (1)

Armário-livreiro, para guardar os livros de Poesia. Tenho sempre a sensação que, de noite, eles saltam das estantes e andam pelos corredores.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

LIVRO PARA HOJE (22)

Em Busca do Tempo Perdido — O Lado de Guermantes (1920), Marcel Proust, tradução de Pedro Tamen, edição Relógio D'Água Editores, Lisboa, Setembro de 2003.

EM DEFESA DA MINHA DAMA

Andam para aí os saloios da blogosfera portuguesa a «opinar» (esta palavra assenta-lhes que nem uma luva) sobre a relação do primeiro-ministro de França com Carla Bruni. Soubessem eles o mínimo de História e não diriam tantas alarvidades. Carla Bruni é o exemplo perfeito da cortesã, pois tem todas as qualidades que as cortes europeias tradicionalmente exigiam para a presença dessas senhoras no seu seio: ser de boas famílias, bonita, inteligente, culta e romântica. Hoje, à falta de Monarquias — rodeadas de verdadeiras aristocracias —, uma moderna cortesã vê invertido o seu clássico papel; agora, são os outros que gravitam à sua volta. Daqui a 100 anos ninguém saberá o nome dos namorados de Carla Bruni. Ela, no entanto, permanecerá. Tão certo como estar eu aqui e agora a escrever estas linhas.

UM ANO NA BLOGOSFERA

Sou utilizador do Blogger desde 19 de Dezembro de 2006. Faz hoje exactamente um ano que me estreei, com este post, no blogue colectivo Liceu D. Filipa de Lencastre 1977 1984. Valeu a pena?...

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO SER

Confesso que adoro filmes publicitários de perfumes. Que me perdoem os leitores intelectuais, mas também tenho direito às minhas superficialidades.

DAS BELAS-LETRAS

Leitura ideal para um serão de fim de Outono.

SECRETOS PRAZERES DO BLOGUE (12)

Consultar os arquivos. Agora, por exemplo, vou ver este vídeo, em loop, até me fartar.

BOM DIA (19)

«Rape Me», Nirvana.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

DIZ QUE É UMA ESPÉCIE DE DEMOCRACIA

O sistema a que temos direito, amancebado com o estado a que isto chegou, decidiu exterminar os pequenos partidos. Rosas e laranjas podem agora roçar-se à vontade no poder, e rodar, quais alternantes; ou, em alternativa, fundir-se num só corpo e criar um híbrido partido único. Fórmulas essas amplamente testadas nos séculos XIX e XX, com os brilhantes resultados que se conhecem.

À CRISTINA

«My Bag», Lloyd Cole & The Commotions.

TIRO E QUEDA

Já lá vai o tempo em que achava as pessoas distraídas engraçadas. Hoje sei que são mal-educadas.

NÃO TEM NADA QUE SABER

Já lá vai o tempo em que achava as pessoas distantes fascinantes. Hoje sei que são tímidas e inseguras.

NÃO HÁ NADA QUE ENGANAR

Já lá vai o tempo em que achava as pessoas caladas interessantes. Hoje sei que nada têm para dizer.

COISAS DO MEDIUM

Enquanto não congemino e afixo mais uma mão cheia de postais, aproveitem para reler os últimos, pois dei-lhes uns retoques à maneira (extraordinária vantagem da escrita com edição on-line).

OS HINOS À NOITE

Terá a manhã sempre que voltar? Não terminará jamais o poder da Terra? Agitação nefasta consome o celeste poisar das asas da Noite. Jamais ficará a arder sem fim a secreta oferenda do amor? O tempo da Luz é mensurável; mas o império da Noite é sem tempo e sem espaço. — Perene é a duração do sono. Sagrado sono, não sejas avaro de teus benefícios para todos os que nesta jornada terrena se consagram à Noite. Só os loucos te desconhecem, não sabendo de outro sono que a sombra que tu misericordiosamente sobre nós lanças no crepúsculo dessa vera Noite. Eles não te sentem no dourado caudal das uvas — na maravilha do óleo das amêndoas, no suco escuro da papoila. Não sabem que és tu que pairando no contorno dos seios das tenras donzelas tornas o seu regaço o Céunão supõem que tu, vindo de histórias antiquíssimas ao nosso encontro, vens para abrires o Céu e trazeres contigo as chaves das moradas dos bem-aventurados, mensageiro silente de infindáveis segredos.
NOVALIS
(1772 — 1801)

E PARA LISBOA NÃO VAI NADA?...

Ainda me hei-de lançar, um destes dias, na aventura de criar um blogue dedicado a Lisboa, minha eterna paixão visceral. Até lá, e enquanto não chega a (apalavrada) companhia para o projecto, vou passando os olhos por este outro blogue, a ver se aprendo qualquer coisa.

SENHORAS DESTAS JÁ NÃO SE FAZEM

Caramba! Que a Isabel era uma exímia bloguista, já eu tinha reparado; mas, agora, que descobri que é xadrezista e esgrimista, estou rendido, ou, melhor — touché!
— ...
E não se ter a gente conhecido no nosso Liceu... tantos jogos que ficaram por fazer.

AFINIDADES E SAUDADES

O programa Câmara Clara desta semana tratou o assunto da noite para os criadores — a propósito do Solstício de Inverno que se aproxima —, e, de caminho, recordou ainda as noites do Bairro Alto nos anos 80 (que também vivi, apaixonadamente, entre 1984 e 1989). Tudo temas muito meus — noctívago, artista, romântico, esteta e boémio que sou —, pois estas coisas estão no sangue e são para a vida.

domingo, 16 de dezembro de 2007

À ATENÇÃO DA MADALENA

MANUAL DE INSTRUÇÕES PARA NEÓFITOS

Ora sejam bem-vindos! Partindo do princípio que conseguiram aqui chegar, na sequência de explicação dada a altas horas, relembro que basta tocar (salvo seja!) no meu perfil para terem acesso ao meu e-mail, e, assim, poderem dizer de vossa justiça por correio electrónico.

CONFISSÕES PELA NOITE DENTRO

Às tantas da manhã, no Stone's (sítio que nada tem a ver com a minha geração, nem «onda», mas onde — subitamente — amigos da minha idade desataram a comemorar os 40 anos, em festas privadas, talvez porque sempre foi o lugar dos «mais velhos», para não dizer «tios» ou «cotas») alerta-me o TMC que é preciso clicar no título deste post para usufruir do dito na sua plenitude.
— Vê lá se atinas — ó ganda Filipado, e marado, TMC —, que a blogosfera pode ser cifrada, mas escusa de ser esotérica...!

sábado, 15 de dezembro de 2007

POSTAL CONFESSIONAL

«In Heaven», Pixies.

Pronto, eu confesso: os Pixies fazem parte do Top 10 das minhas bandas preferidas de todos os tempos; e, digo mais — deitado e ouvindo os seus álbuns no volume máximo, consigo relaxar totalmente. Estranho, não é? Cada um tem o Zen que merece. A quem não os conhece (ando muito pedagógico...), aconselho que espreite a página deles no site da sua eterna editora; que — nada mais, nada menos — virou do avesso a música popular moderna a partir dos saudosos anos 80. Antes de embarcarem para essas paragens, podem também investigar aqui, introduzindo «Pixies» na janela de «pesquisar no blogue». You're wellcome! E que grande concerto, o deste ano, no Pavilhão Atlântico; fica, cá para mim — fazendo par com o de 1991, no Coliseu dos Recreios —, entre os meus mais pessoalíssimos e especiais espectáculos de Rock. A coisa não é para menos.

DIÁLOGOS OBSCENOS (4)

Pergunta, espantado, o beto giro:
— Esses piercings não te magoam na boca?
Responde, decidida, a bela freak:
— A mim, não. E a ti vão-te dar prazer: queres ver?

DIÁLOGOS OBSCENOS (3)

À despedida da chic festa privada, diz ele:
— Gostei muito de falar contigo, ao fim de tanto anos.
Responde a reencontrada amiga:
— Mas eu não quero ser tua confidente, quero ser tua amante.

SOUBESSE EU CANTAR E SERIA ASSIM

«A Strange Kind of Love», Peter Murphy.

A strange kind of love
A strange kind of feeling
Swims through your eyes
And like the odors
To a wide vast dominion
They open to your prize

This is no terror ground
Or place for the rage
No broken hearts
White wash lies
Just a taste for the truth
Perfect taste choice and meaning
A look into your eyes

Blind to the gemstone alone
A smile from a frown circles round
Should he stay or should he go
Let him shout a rage so strong
A rage that knows no right or wrong
And take a little piece of you

There is no middle ground
Or that's how it seems
For us to walk or to take
Instead we tumble down
Either side left or right
To love or to hate

... Um flash na noite...
... Um grito no espaço...

AGORA É QUE VÃO SER ELAS

Decidi publicar os nomes — cifrados, sob a forma de iniciais — das musas inspiradoras, em cada mês, da construção deste blogue. Tarefa esta que exigirá pesquisa profunda e avaliação cuidada, devido à concorrência ser feroz (na minha cabeça, pois que as divas em causa não se conhecem entre si, embora eu as conheça pessoalmente a todas).

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

BLOGOSFERA COM CHARME

Este post soa completamente a «conversa de gajas»; mas, entrelinhas — são coisas que se pressentem —, deixa transparecer um charme «à antiga», próprio de uma mulher especial... Digo eu.

MEMÓRIA HISTÓRICA

LAS recorda a génese do Liceu Nacional de D. Filipa de Lencastre. Posts assim constituem serviço público.

JUVENTUDE EM MARCHA

Estou para aqui verdadeiramente deliciado a ver e ouvir os projectos pessoais dos meus alunos. A encomenda, que em boa hora lhes fiz, foi a seguinte: «Montagem de imagens e sons de amor louco na cidade de Lisboa em dossier de 7 páginas». Esperam-me, para avaliar correctamente estes trabalhos, umas belas directas; digo bem, belas, pois estou realmente encantado com o que tenho entre mãos. Enfim, sangue novo ainda surpreende vampiro velho. Boa!, putos.

RENASCIMENTO

Vejo que regressa em beleza uma querida bloguista que andava desaparecida. Já posso dormir sossegado.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

A VERDADEIRA CRISE DOS QUARENTA (4)

Voltar a ter a intensidade dos 21, mas arranjar um 31!

A VERDADEIRA CRISE DOS QUARENTA (3)

Voltar a ter a energia dos 18, mas ficar num 8!

DIZ-ME COMO FALAS...

Há as pessoas que dizem «tu e eu» e as que dizem «eu e tu». Sou das primeiras. E não o faço por uma qualquer polidez de tipo britânico; faço-o porque penso primeiro em «ti» do que em «mim».

DA VIDA SOCIAL CONTEMPORÂNEA

Aproxima-se o Natal e o Fim do Ano e há logo umas pessoas que começam a querer combinar imensas e intensas actividades sociais. Durante muito tempo considerei essas almoçaradas e jantaradas anuais supérfluas; pois, se estava sempre que queria com esses amigos, porque haveria de marcar-se encontros por obrigação? O que é um facto é que o tempo foi passsando, cada um foi para seu lado e à sua vida, e, não aparecendo agora as tais almas caridosas a quererem reunir os grupos, passar-se-iam anos sem nos vermos. Bem-hajam, portanto.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

ESPÍRITO DE 1984!

Hoje deu-me para aqui. E sei porquê. Porque encontrei numa amiga, que viveu intensamente comigo esse ano, o apoio de que agora precisava para vencer uma série de merdas que não matam mas moem e me estavam para aqui a lixar o juízo. Saber com quem podemos contar é meio caminho andado. O resto do percurso deve fazer-se seguindo em frente e na certeza de haver luz ao fundo do túnel.
(E adoro que me chames Johnny, after all these years.)

AS NOVE MUSAS CANTANDO E DANÇANDO NUM CÍRCULO

Parnaso, 1497
ANDREA MANTEGNA (1431 — 1506)
Têmpera sobre Tela, 150 x 192 cm

Musée du Louvre, Paris.

AS NOVE MUSAS INSPIRADORAS

Nome Significado Associação
Calíope — Bela Voz — Poesia Épica
Clio — Fama — História
Érato — Encanto — Poesia Lírica
Euterpe — Alegria — Música
Melpómene — Canto — Drama Trágico
Polímnia — Muitas Canções — Mímica e Lírica Sagrada
Terpsícore — Dança Alegre — Dança
Tália — Bom Humor e Abundância — Drama Cómico
Urânia — Celestial — Astronomia

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

CELEBRAR O MESTRE É COMPREENDER A SUA OBRA

Manoel de Oliveira completa hoje 99 anos. Cá para mim — bem sei que sou um pouco excêntrico, e que digo coisas estranhas... —, inscrevo-o na genealogia espiritual e cultural que tem as suas profundas raízes em Luís Vaz de Camões, o seu sólido tronco no Padre António Vieira, e os seus criativos ramos com Fernando Pessoa. Não me apetece agora falar sobre isto; mas, fica aqui o registo, para memória futura, pois é precisamente de Saudades do Futuro que se trata. Até lá, tentem ver todos os seus filmes — por ordem cronológica, como deve ser —, para depois passarmos à lição seguinte (que é só para iniciados), e ficarem assim devidamente preparados para o III Milénio (Lusíada) que há-de vir — numa manhã de nevoeiro, ou numa tarde de Sol, ou numa noite de Lua Cheia; ninguém sabe.

LÁGRIMA

«Teardrop», Massive Attack.

POR FALAR EM VIDA REAL...

Leia-se O Insurgente. Um blogue imune à contaminação do politicamente correcto e remédio santo para a intoxicação cultural do pensamento único.

MENSAGEM DE SAUDADES PARA GRANADA (ESPANHA)

Um abraço ao Miguel (que conheci pessoalmente a partir da blogosfera) e um beijo à João (que reencontrei através da rede). Está pois visto que a internet pode interferir na vida real (quando me avisaram, há anos, não acreditei).

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

A BANALIDADE

É o meu maior pavor nesta vida. Deus a conserve longe de mim!

I MISS YOU

«I Miss You», Blink-182.

ESFERA FEMININA

É por causa de desejos obsessivos assim que gosto de espreitar o cantinho destas misteriosas raparigas na esfera dos blogues.

UM BLOGUE AO MEU GOSTO

Para começar bem a semana, e para rematá-la com chave de ouro, é sempre bom passar por aqui.

MENSAGEM PARA O ADVENTO

A Equação dos Desalmados, por João Gonçalves.

LISBOA FEMININA

Sábias palavras, de Manuel Hermínio Monteiro, aqui recordadas.
(Depois desta, não descanso enquanto não descobrir onde guardei a colecção completa da saudosa revista K.)

LIVRO PARA HOJE (21)

Orlando Furioso, Ariosto, tradução de Xavier da Cunha, ilustração de Gustavo Doré, edição de Companhia Nacional Editora, Lisboa, 1895.
Aproveito para saudar uma recente edição da obra (assinalada ali), e que me deu vontade de reler este romance cavaleiresco na magnífica antiga edição referida neste postal.

LÍNGUA PORTUGUESA NA REDE

Nestes deprimentes tempos de esterco, valeu-me agora, para manter a sanidade mental, ter descoberto este notável artigo do sempre lúcido José Pacheco Pereira.

domingo, 9 de dezembro de 2007

LIVRO PARA HOJE (20)

A Linguagem Secreta da Arte, Sarah Carr-Gomm, tradução de Isabel Teresa Santos, edição Editorial Estampa, Lisboa, 2003.

CERTO CERTINHO É QUE BLOGAR É...

... caçar, catalogar, cativar, cifrar, classificar, codificar, coleccionar, comunicar, confessar, conquistar, conservar, conversar, criar...

E ESTA, HEIN?

Para quem julga que já anda na esfera dos blogues há muito tempo, indico aqui um que acabou de completar 10 anos. Ah! pois é. Muitos Parabéns a O Indivíduo!

CONQUISTEMOS OUTRA VEZ A DISTÂNCIA

«Far From Me», Nick Cave And The Bad Seeds.

BOA ACÇÃO DO DIA

Para satisfazer a curiosidade dos meus leitores, dei mais umas pinceladas no meu «Perfil».

LIVRO PARA HOJE (19)

A Caçada do Malhadeiro, Conde de Ficalho.

DOS HEREGES JACOBINOS

«Quando tudo começou», de Rui Ramos, na revista Atlântico de Novembro. Um notável artigo sobre as famigeradas invasões francesas.

sábado, 8 de dezembro de 2007

ANGLICISMOS QUE DETESTO (1)

Encriptar. A palavra portuguesa é «cifrar».

DÚVIDA ETIMOLÓGICA — II

Morte significa negação do Amor?

DOS JESUÍTAS

O blogue Companhia dos Filósofos anuncia o início de uma rubrica dedicada aos «Pensadores e artistas com a marca SJ». Obrigatória.

DIA DA IMACULADA CONCEIÇÃO

Momento ideal para ler a reflexão d'O Réprobo sobre Cristianismo, Sociedade e Consumismo, e para recordar que Nossa Senhora da Conceição é Padroeira de Portugal.

TER UM BLOGUE É:

A. Agendar, arquivar, atrair.
B. Baralhar, brincar, burilar.
C. Caçar, coleccionar, conquistar.
D. Dar, disparar, divagar.
E. Editar, ensinar, escrever.
F. Falar, filosofar, fotografar.
G. Gracejar, gritar, guiar.
H. Habitar, habituar, harmonizar.
I. Iluminar, indicar, inspirar.
J. Jiboiar, jingar, jogar.
L. Libertar, liderar, ligar.
M. Marchar, montar, mostrar.
N. Nascer, navegar, noticiar.
O. Opinar, organizar, ouvir.
P. Partilhar, pensar, preparar.
Q. Quantificar, querer, questionar.
R. Receber, registar, revelar.
S. Seduzir, seleccionar, sintetizar.
T. Tecer, teorizar, transmitir.
U. Uivar, ultimar, urdir.
V. Ver, viajar, viver.
X. Xadrezar, xaropar, xingar.
Z. Zarpar, zelar, zurzir.

[Nota: É bem possível que este postal vá sendo reescrito à medida do que me fôr dando na real gana.]

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

ATÉ JAZZ

«The Days Of Wine And Roses», Bill Evans Trio.

BONS TEMPOS DO ROCK'N'ROLL

«The Days Of Wine And Roses», Dream Syndicate.

A MAGIA DAS CASAS VAZIAS (UMA MANIA MUITO MINHA)

Marlon Brando e Maria Schneider
em Le Dernier Tango à Paris (Itália / França, 1972)
de Bernardo Bertolucci.

TRILOGIA POÉTICA FEMININA

Trois Couleurs: Rouge (França / Polónia / Suiça, 1994),
com Irène Jacob, de Krzysztof Kieslowski.
Trois Couleurs: Blanc (França / Polónia / Suiça, 1994),
com Julie Delpy, de Krzysztof Kieslowski.
Trois Couleurs: Bleu (França / Polónia / Suiça / Reino Unido, 1993),
com Juliette Binoche, de Krzysztof Kieslowski .

TIRO AO ALVO!

Estou cá com uma vontadinha de me estrear como comentador nas caixas-de-comentários deste oceano que a esfera dos blogues é. Cá para mim, vai ser como jogar à batalha naval; e, até já localizei para aí muitos navios, a navegar em altos mares, que estão mesmo a pedir um tiro em cheio. Deixemos passsar o Natal, que eu já lhes digo. Vai ser um fartote!

ESTAMOS MESMO À BOA HORA (II)

Obcecado que sou pela pontualidade — o que só me traz aliás desgostos nesta sociedade de mal-criados atrasados —, fui aprendendo a apreciar relógios, e a tê-los como cúmplices neste estranho hábito de querer saber as horas para chegar a tempo aos meus compromissos. Como não os uso no pulso, e sou por natureza um caminhante, tornei-me um utilizador e admirador dos relógios públicos; que os há bem bonitos, de todas as formas e feitios, e de variadíssimas épocas. Dito isto, está-se bem de ver que foi para mim uma agradável surpresa ter hoje descoberto o seguinte blogue: Observatório dos Relógios Históricos de Lisboa.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

REVISTA PARA HOJE (1)

Colóquio Letras.
A magnífica revista da Fundação Calouste Gulbenkian. Para desfolhar muito devagarinho, a fim de melhor nos deleitarmos com o prazer de ler. O que é bom deve ser fruído com respeito, e com todo o tempo do mundo. Comecei a fazê-lo na esplanada da cafetaria do museu da referida instituição, e soube-me muitíssimo bem. Até os pássaros do idílico jardim pareciam querer criar o ambiente propício à leitura, aproximando-se silenciosamente. Mais longe, os papagaios — que os novos tempos trouxeram a Lisboa — também participavam: cantando, à sua maneira, e tracejando o céu — subitamente azul — com as suas garridas cores. Estes detalhes provam-nos que estamos vivos, e mostram-nos que a vida é bela. Saibamos vivê-la: com elevação, e com espírito de partilha.

NEVOEIRO

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer —
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.


Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...


É a hora!
Valete, Frates.
FERNANDO PESSOA
(1888 — 1935)

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

PROVA DE VIDA E PALAVRA DADA

Pedem-me, por e-mail, que volte a abordar o tema «Eterno Feminino». Sendo o assunto eterno, como anuncia a sua própria designação, não morrerá às minhas mãos. Pois venho então aqui dizer que o tratarei; e, com todos os cuidados, pois, as senhoras não merecem tratos de polé, embora algumas dêem com os pés aos desprevenidos rapazes. Não sei é quando será feita a coisa, mas fica dito; e escrito, preto no branco. Com a garantia de que — cá para mim (bem sei que já não se usa) — dito... é «dito e feito».

DO CINEMA

Mestre Martin Scorsese no seu melhor.

AO RITMO LUSITANO

Foi necessário quase um ano — passados os habituais entusiasmos inicias — para o blogue colectivo Filipa de Lencastre começar a funcionar como deve ser. Em Portugal é sempre assim. Será isto o tal «atraso»?...

AO MEU RITMO

Diziam-me que nos Açores se manifestam as quatro Estações do Ano num só dia. Pude verificar isso mesmo, na Ilha de São Miguel, em duas inesquecíves estadas lá. E gostei do que vi e senti. Vem isto a propósito de a minha alma ultimamente viajar ao ritmo das quatro Estações durante as 24 horas de cada santo dia. Haja saúde!

JÁ POSSO FALAR COM CONHECIMENTO DE CAUSA

Já por aqui e por ali se disse que a vida começa aos 40. No que toca às mulheres, direi até que as senhoras atingem aí uma resplandecente e mágica maturidade, que sabiamente poderão fazer prolongar por toda essa década de ouro. O que ainda não tinha dito, por só agora ter chegado a esta conclusão, é que estou convencido de que os referidos 40 são a idade certa para a criação de um blogue. Ora experimentem lá!

ACTUALIZANDO A FONOTECA (2)

«Mistaken For Strangers», The National.

Com um beijo de bem-haja à Sofia U., que ressuscitou este Lázaro com uma das mais bonitas mensagens electrónicas que recebi na minha caixa de correio desde que decidi abrir este espaço de partilha. De uma pessoa que faz da sóbria elegância e do requintado bom-gosto uma obra de arte, outra coisa não seria de esperar. E ainda me presenteia com raros exemplares de uma excelente revista por mim muito apreciada. Ascendi directamente do inferno ao céu.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

FIM DA LINHA?

Este postal é o n.º 1500. Se fosse o último, não me admiraria.

A VIDA É DIFÍCIL E DEPOIS MORREMOS

Ontem, voltei a ter um dos dias mais difíceis da minha vida. Desde que lancei o blogue, este record tem sido batido sistematicamente; de tal forma que já nem sei onde pára, nem onde poderá ir parar. Infeliz coincidência esta. Contudo, não deixei, por isso, de, mais uma vez, cumprir todas as minhas obrigatórias tarefas diárias. E, voltei, de novo, a perceber com quem posso contar: cada vez mais, com menos; cada vez mais, com melhores.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

LIVRO PARA HOJE (18)

A Marquesa de O..., B. Wilhelm Heinrich von Kleist, tradução de Anneliese Mosch, edição Colares Editora, colecção Colares Literatura, Sintra, 1997.

É CLARO QUE TAMBÉM GOSTO DE LOIRAS

Emmanuelle Béart.

MÓNICA E O DESEJO

Monica Bellucci.

domingo, 2 de dezembro de 2007

VIAJAR É PRECISO

A globalização, o multiculturalismo e o turismo de massas vieram uniformizar de tal maneira as grandes cidades — descaracterizando-as — que não tenho hoje a mínima vontade de visitar as minhas outrora queridas capitais europeias. As próximas incursões que farei serão certamente ao mundo rural. Aí, ainda se respira identidade. Por enquanto, vou passeando através de livros, pinturas, fotografias, discos e filmes. São as minhas pessoalíssimas viagens interiores.

A BEM DA VERDADE (AINDA A HISTÓRIA DE PORTUGAL)

Por manifesto interesse histórico e cultural, publico aqui este texto recebido por e-mail. Não indico o local de publicação prévia, porque não me forneceram essa indicação.

Quem tiver lido história ou literatura espanhola, ou conhecer alguma oratória política ou alguma colecção de jornalismo ou de ensaios, sabe que a "guerra de independência" ocupa um grande lugar na imagem heróica do país. Deste lado da fronteira, a "guerra da independência" recebeu o nome inócuo e neutro de "guerra peninsular" e foi quase universalmente esquecida. Há cem anos, num momento perturbado ("ditadura" de João Franco, assassinato de D. Carlos, acessão de D. Manuel) ainda a Monarquia tentou comemorar a resistência ao invasor (e ao ocupante) com uma certa dignidade: o Exército encomendou livros, houve conferências, D. Manuel presidiu a uma reconstituição da batalha do Buçaco. Em 2007, só a imprensa, durante uma semana, se lembrou do assunto e, em balanço, sem gastar muito espaço. Ninguém já conhece o monumento à guerra peninsular como tal (é anonimamente o "monumento - ou a estátua - de Entrecampos"). Ninguém ouviu falar num dos maiores livros da língua, publicado pela última vez por volta de 1980 e hoje completamente esgotado: a História Geral da Invasão dos Franceses em Portugal, de José Acúrsio das Neves. Como também não se encontra o El-Rei Junot, de Raul Brandão, e já não se lê Arnaldo Gama - o Sargento-Mor de Vilar e o Segredo do Abade - ou A Caçada do Malhadeiro, de Ficalho. E pouca gente se lembra da descrição dos tumultos do Porto contra os "jacobinos" no princípio do romance de Camilo Onde está a felicidade?. Verdade que não apareceu por aqui nenhum Goya, nem os Fuzilamentos do 2 de Maio, nem Os Desastres da Guerra. De qualquer maneira, a ignorância da "guerra da independência", despromovida a "peninsular", é triste. Por que sucedeu isto? Por causa da subordinação cultural de Portugal à França e ao mito da França como "libertadora da humanidade" (que não se adaptava bem à razia de Bonaparte). E por causa do republicanismo, que nunca desculpou à Igreja, ao "Antigo Regime" e própria Monarquia liberal a defesa do país contra a "revolução", mesmo sob a forma do império napoleónico. O homem da época passou a ser Gomes Freire de Andrade, um traidor que lutou até ao fim pelo inimigo. Quando por aí a inconsciência política resolve apelar ao patriotismo, nunca me esqueço da omissão e distorção da nossa guerra da independência contra a França. O Portugal moderno nasceu torto. Como, de resto, se viu no PREC.
Vasco Pulido Valente, 23.11.2007.

MEMÓRIA COLECTIVA II

Por outras como esta é que o Filipa tem fama de ser um Liceu de «fássistas». Graças a Deus!

AGENDA CULTURAL PARA HOJE

Hoje, Domingo, às 17 horas, na FNAC do Colombo, são exibidos os filmes A Morte do Cinema e Elogio ao 1/2, do meu colega e amigo Pedro Sena Nunes. Segue-se conversa com o realizador. A não perder, pois não é todos os dias que há disto.

MIÚDAS À MANEIRA

«Shitlist», L7.

DUPLAS PERFEITAS NA TELA (4)

Woody Harrelson e Juliette Lewis
em Natural Born Killers (E. U. A., 1994)
de Oliver Stone.

DUPLAS PERFEITAS NA TELA (3)

Faye Dunaway e Warren Beatty
em Bonnie and Clyde (E. U. A., 1967)
de Arthur Penn.

sábado, 1 de dezembro de 2007

LIVRO PARA HOJE (17)

Os Ricos Andam Tolos — Crónicas de um Reaccionário Minhoto, António Sousa Homem, edição ASA Editores, colecção ASA Literatura, Porto, 2002.

SE O MEU SANGUE NÃO ME ENGANA...

«Havemos de ir a Viana», Amália Rodrigues.

HAVEMOS DE IR...

Havemos de ir a Viana

Entre sombras misteriosas,
em rompendo ao longe estrelas,
trocaremos nossas rosas
para depois esquecê-las.

Se o meu sangue não me engana,
como engana a fantasia,
havemos de ir a Viana,
ó meu amor de algum dia!
Ó meu amor de algum dia,

havemos de ir a Viana.
Se o meu sangue não me engana
havemos de ir a Viana!

Partamos de flor ao peito,
que o amor é como o vento,
quem pára perde-lhe o jeito
e morre a todo o momento.


Se o meu sangue não me engana,
como engana a fantasia,
havemos de ir a Viana,

ó meu amor de algum dia!
Ó meu amor de algum dia,

havemos de ir a Viana.
Se o meu sangue não me engana
havemos de ir a Viana!

Ciganos, verdes ciganos,
deixai-me com esta crença:
os pecados têm vinte anos,
os remorços têm oitenta.

Se o meu sangue não me engana,
como engana a fantasia,
havemos de ir a Viana,
ó meu amor de algum dia!
Ó meu amor de algum dia,

havemos de ir a Viana.
Se o meu sangue não me engana
havemos de ir a Viana!

Letra: Pedro Homem de Mello
Música: Alain Oulman
Intérprete: Amália Rodrigues.

RECORDANDO AS MINHAS RAÍZES

O Sobreiro, 1905
D. CARLOS DE BRAGANÇA (1863 — 1908)
[D. Carlos I, Rei de Portugal]
Pastel sobre Cartão, 177 x 91 cm
Palácio Ducal — Fundação da Casa de Bragança, Vila Viçosa, Portugal.

1.º DE DEZEMBRO DE 1640

Restauração da Independência Nacional.