LIVRO PARA HOJE (54)

O Doutor Jivago, Boris Pasternak, tradução de Augusto Abelaira e (poesias) de David Mourão-Ferreira, edição Livros Unibolso realizada por acordo com a Livraria Bertrand.

CONCERTO PARA HOJE (1)

«Fool You Are», Lloyd Cole.

Saísse eu hoje de casa para me dirigir a um concerto e atravessaria de bom grado o Tejo para assistir à actuação intimista de Lloyd Cole na outra banda.

SEJAMOS REALISTAS

A blogosfera portuguesa é de uma confrangedora pobreza franciscana. E a explicação é simples: cola mais com o feitio do actual português pós-moderno o envio descomprometido de imbecis mensagens, por correio electrónico, às escondidas, quase sempre reencaminhadas e com autorias desconhecidas, do que a ousadia de escrever o que lhe passa pela cabeça e publicá-lo com o seu próprio nome num blogue pessoal.

JARDIM PARA HOJE (7)

Jardim do Príncipe Real.

Porque, estando o jardim situado no centro da Lisboa Romântica, o nosso coração — provavelmente por contaminação — bate com mais força nesse lugar. E porque, por mais vezes que se lá vá, há sempre um novo recanto intimista a descobrir. E ainda porque esse sítio se chamou em tempos o Alto da Cotovia.

NO REINO DOS PORQUÊS

Acrescentei «o porquê» a todos os postais da série «jardim para hoje». Eis uma enorme vantagem da escrita digital: possibilitar a reescrita em linha, com o objectivo de fazer o permanente aperfeiçoamento da rede; assim sendo, introduzindo o título da série na janela de «pesquisar no blogue», logo darão de caras com as minhas explicações para a escolha de cada jardim.

JARDIM PARA HOJE (6)

Jardim Alfredo Keil.

Porque é romântico. E especialmente porque foi bem recuperado. Depois não digam que eu só digo mal. Tenho é pouca coisa para elogiar. Mas tenho sempre grande prazer em o fazer.

VER NICO E SONHAR COM EDIE

«Venus In Furs», The Velvet Underground.

Clip com imagens do filme The Velvet Underground and Nico (EUA, 1966) de Andy Warhol.

À Ana, à Rita, à Rosário e ao Pedro — interessados e interessantes membros activos de 3.º grau do Clube dos Amigos da Sétima Arte — CASA.

AO MENOS ALI HÁ PRIMAVERA À SÉRIA

Flores de Março, Abril, e Maio, vistas e mostradas pela Rosa, no Blog de Cheiros.

OLHAR DE DANDY

Todo aquele que não consegue fazer frente à vida enquanto está vivo precisa de uma das mãos para afastar parte do desespero que sente perante o seu destino — com pouco êxito —, mas com a outra ele pode anotar o que observa entre as ruínas, porque é capaz de ver qualquer coisa de diferente (e muito mais) do que os outros vêem; apesar de tudo, mesmo morto durante a vida, ele é o verdadeiro sobrevivente.

FRANZ KAFKA
(1883 — 1924)

MUDANÇA TEMPORÁRIA DE HÁBITOS TEMPORAIS II

Embora provavelmente a um ritmo mais lento, continuarei a responder a todos os leitores que me enviem mensagens de correio electrónico, pois já se sabe que nenhuma carta que venha por bem ficará sem resposta.

MUDANÇA TEMPORÁRIA DE HÁBITOS TEMPORAIS I

Devido a um forte motivo de ordem pessoal, estarei aqui menos tempo nos próximos tempos.

«A MINHA GERAÇÃO»

As balizas geracionais são subjectivas. Na definição usada por mim para construir a série a que pertence o postal anterior, bem como para outras questões que eu cá sei, cabem as pessoas nascidas nos anos sessenta do século passado: de 1960 a 1969, portanto. E quem nasceu em 1959 ou 1970?... Respondo de forma intuitiva que não fazem parte desta geração. E topa-se a diferença? Topa-se!

UMA MIÚDA DA MINHA GERAÇÃO (11)

Christy Turlington.

LIVRO PARA HOJE (53)

Batalha de Flores, António Ferro, edição H. Antunes & C.ª Editores, Rio de Janeiro, 1923 (capa de António Soares).

MAIS UMA SENHORA NA BLOGOSFERA (ESTÁ VISTO QUE O FUTURO É DAS MULHERES)

Pronome Possessivo, de Rita Ferro.

BOA NOVA DO DIA

Dos maiores prazeres intelectuais que vou tendo, nestes miseráveis tempos, destaca-se o de assistir ao nascimento de blogues individuais de pessoas que admiro. Dou aqui conta do aparecimento de A Nefelibata, de uma autora — Cristina Ribeiro — que não tenho a honra de conhecer pessoalmente, mas cuja atraente e sólida prosa tenho vindo a acompanhar, através da sua casa colectiva. E, cara amiga, «usurpe» à sua vontade, que estamos aqui para partilhar e servir. Bem-vinda!

COISAS QUE A GENTE APRENDE NA INTERNET

Acho deliciosa a série de posts intitulada «Homónimos» (que já atingiu o n.º de ordem 49!), no Tomar Partido, da autoria de Jorge Ferreira. Revela sentido de humor e fair-play, digo eu. Qualquer dia, com a devida vénia, inauguro aqui uma sequência semelhante. Tendo a minha Família adoptado na sua varonia o apelido Marchante com o meu Trisavô, e sendo o meu Bisavô o primeiro João Marchante, seguido igualmente pelo meu Avô, estava eu convencido de que não haveria muitas pessoas com esta conjugação de primeiro nome próprio e último apelido, devido à raridade deste, para além daquelas que eu conhecia — todas da minha Família. Afinal, na internet, já dei de caras com uma data delas! Ainda hei-de ultrapassar o Jorge Ferreira...

PORQUE É SEXTA-FEIRA

«Scorpion Flower», Moonspell e Anneke van Giersbergen.

A uma fascinante e inesquecível aluna gótica — de há uns anos atrás —, que marcou a diferença pela inteligência.

UMA MIÚDA QUE PODIA SER MINHA TIA (4)

Vanessa Redgrave.

UMA MIÚDA QUE PODIA SER MINHA TIA (3)

Faye Dunaway.

UMA MIÚDA QUE PODIA SER MINHA TIA (2)

Charlotte Rampling.

UMA MIÚDA QUE PODIA SER MINHA TIA (1)

Jaqueline Bisset.

DA NATUREZA DOS BLOGUES

A natureza fragmentária dos blogues atrai-me, pois tenho um irresistível fascínio estético por estruturas de work in progress. Haja uma essência que os atravesse, qual fio-condutor temático. E possa ser ela a alma dos autores em toda a sua sincera respiração.

LIVRO PARA HOJE (52)

O Homem sem Qualidades, Robert Musil, tradução, prefácio e notas de João Barrento, edição Publicações Dom Quixote, colecção Ficção Universal, Lisboa, 2008.

SEGUNDA CHANCE

Before Sunset (EUA, 2004), de Richard Linklater.

Before Sunrise (EUA/Áustria/Suíça, 1995), de Richard Linklater.

APETECE-ME (E QUANDO ME APETECE...)

Hoje vou jogar. Ao vivo e a cores. Uma simultânea. Olhos-nos-olhos. Em tertúlia e em círculo, que é mais do que um clube. O último grande jogo que tive foi mano-a-mano e durou dias-a-fio e foi a fio-de-espada. Foi com uma desconhecida. Está registado aqui para memória futura. Empatámos. Selámos um pacto de consanguinidade espiritual. E ficámos muito amigos. Mesmo. Até hoje. E para sempre.

OBSERVATÓRIO DA ESFERA DOS BLOGUES (6)

Finalmente, admiro mais do que todos os que escrevem como se ninguém estivesse a lê-los. Porém, são os mais lidos. A esses: Chapeau!

OBSERVATÓRIO DA ESFERA DOS BLOGUES (5)

Por outro lado, felizmente, existem extraordinários autores que conseguem repartir por vários blogues individuais a sua vasta cultura, quase adquirindo novas personalidades, quais heterónimos pessoanos. Para esses: Bravo!

OBSERVATÓRIO DA ESFERA DOS BLOGUES (4)

Pessoas há que se perdem em confusos blogues colectivos quando prestariam elevado serviço público se dessem o grito do Ipiranga e criassem o seu diário pessoal na rede. Triste sina esta do português gostar de andar em rebanho.

VARIAÇÕES SOBRE O TEMA DE HOJE — III

«Love Will Tear Us Apart», Susanna and The Magical Orchestra.

VARIAÇÕES SOBRE O TEMA DE HOJE — II

«Love Will Tear Us Apart», Nouvelle Vague.

VARIAÇÕES SOBRE O TEMA DE HOJE — I

«Love Will Tear Us Apart», New Order.

SOM — PARA SEMPRE — MUITO À FRENTE

«Love Will Tear Us Apart», Joy Division.

Um notável vídeo, de Jonathan Beamish, utilizando imagens da banda a interpretar a canção em 1980 e a primeira gravação de som do tema escrito por Ian Curtis em 1979. Arrepiante.

Adenda: Oiço sempre este tema pelo menos três vezes seguidas. Hoje, com o céu de feição — a gama de cinzentos está perfeita —, dá-me ideia que o vou pôr em loop. Experimentem fazer o mesmo.

OBSERVATÓRIO DA ESFERA DOS BLOGUES (3)

No caso de haver muitos blogues a tratar os mesmos temas — que me interessem, claro —, a escolha é ainda mais simples: faço ligação permanente aos melhores.

OBSERVATÓRIO DA ESFERA DOS BLOGUES (2)

Perguntam-me por que é que eu estabeleço aqui ligação a este e não àquele ou ao outro e não àqueloutro. Na maior parte dos casos a verdade nua e crua é a seguinte: determinados blogues limitam-se a copiar, mais ou menos descaradamente, o estilo e o tom de outros. Para não falar nos miseráveis que reproduzem conteúdos alheios sem indicação de autoria. Nisto, como em tudo, prefiro o original à cópia, o genuíno ao estiloso, o verdadeiro ao manhoso. Manias minhas. Pela alma é que vou.

OBSERVATÓRIO DA ESFERA DOS BLOGUES (1)

Laurinda Alves dá uma passo em frente em direcção ao futuro e estreia-se na blogosfera. A morada é a seguinte: A Substância da Vida. Bem-vinda!

LISBOA E TEJO E TUDO

A Canção de Lisboa (Portugal, 1933), de Cottinello Telmo.

Dedico este postal à minha amiga bloguista Curiosa, que me parece sentir um tão grande amor à Cidade de Ulisses como eu. E agradeço-lhe o facto de ter «batido umas chapas» com este seu confrade de blogosfera em mente, a ponto de me dedicar um delicioso post de aroma lisboeta. À laia de retribuição, e enquanto não me lanço no maravilhoso mundo da fotografia digital, para finalmente poder publicar aqui imagens da minha autoria, acrecento ao excerto do filme um texto escrito por mim a propósito do mesmo, cujo título terá também certamente a ver com a sua maneira de estar: Alegria de Viver.

Um beijo para a ti, miúda!

JOY DIVISION

No feminino. Um doce, melancólico e lânguido flash!

BOM DIA (45)

«In Between Days», The Cure.

Para dançar e cantar até o corpo doer e a alma aquecer.

DECLARAÇÃO PESSOAL DE INTERESSE PÚBLICO

Comunico que continuarei a fumar cigarrilhas cubanas e a beber vinho tinto alentejano. Tenho dito.

SEM PÃO NEM CIRCO

E agora, que acabou a época da bola, com o que é que o povão vai ocupar a tola?

EI-LA!

Odalisque, 1874
JULES-JOSEPH LEFEBVRE (1836 — 1911)
Óleo sobre Tela, 40,31 x 79,02 cm.

PERSONAGEM ROMÂNTICA PARA HOJE

A Dama das Camélias — Marguerite Gautier de seu nome, também conhecida por Violetta Valéry, e ainda por Camille; ou, na verdade, Marie Duplessis, na «vida real».

Todos os homens se cruzam pelo menos uma vez na vida com uma destas fatais e fascinantes cortesãs que atravessam os séculos marcando os salões e as soirées e, modernamente, as festas e as «noites». São a alegre perdição dos homens românticos — que as reconhecem ao primeiro olhar—, e inspiram o terror no resto da sociedade, que sabe serem todas elas portadoras de uma pessoal caixa de Pandora.

LIVRO PARA HOJE (51)

O Passo da Floresta, Ernst Jünger, tradução e posfácio de Maria Filomena Molder, Edições Cotovia, Lisboa, 1995.

É A HORA DE REGRESSAR À FLORESTA

(...) O indivíduo já não está na sociedade como uma árvore no bosque, assemelha-se, ao invés, ao passageiro numa embarcação, que se move rapidamente e que se pode chamar «Titanic» ou também Leviatã. Desde que faça bom tempo e a paisagem seja agradável, ele mal se aperceberá do decréscimo de liberdade em que caiu. Sobrevém, pelo contrário, um optimismo, uma consciência de poder, provocada pela velocidade. (...)

ERNST JÜNGER
(1895 — 1998)

... E ESTA É DEDICADA...

«Heroes», David Bowie.

A todo o pessoal da passada madrugada.

VIAGEM ATRAVÉS DA VIDA VIVIDA

«The End», The Doors.

À Ana e ao António, em memória de um memorável fim de noite.

OLHA, OLHA...

Parece que o blogue dos Filipados está a querer voltar a dar um ar da sua graça. Valeu a pena eu ter-lhes puxado as orelhas. Agora, vou ali a uma festança (festa de dança, isso mesmo, à antiga), onde deve estar uma porrada (não nesse sentido, que já não temos idade para esses números) deles. Na volta, se estiver em condições, lavro aqui a acta da coisa.

ROTA LISBOETA DOS JACARANDÁS

Traçada há dois anos, pela minha bloguista preferida (nunca é de mais repetir, mas sem querer ferir sensibilidades) — Rosa —, no seu encantador Blog de Cheiros. Um beijo de Eternas Saudades do Futuro, deste autor, teu admirador.

REVISTA PARA HOJE (4)

Nova Águia.

A dois dias do seu lançamento em papel, releia-se a boa e antiga A Águia — de Teixeira de Pascoaes, Jaime Cortesão, Raul Proença, Leonardo Coimbra, António Carneiro, António Sérgio, Fernando Pessoa e Agostinho da Silva —; e, passemos no blogue da Revista de Cultura para o Século XXI.

ADENDA EXPLICATIVA EM TOM DE AUTO-CRÍTICA

Incluo-me — obviamente (sempre quis usar esta estúpida palavra) — nas duas categorias anteriores.

SÓ PARA ROMÂNTICOS PASSADOS

«I Wanna Be Your Dog», Iggy Pop & The Stooges.

SÓ PARA ROMÂNTICOS ASSOLAPADOS

«Romeo Had Juliette», Lou Reed.

UMA DAS MANIAS MUITO MINHAS

Mais do que ver os jacarandás em flor no mês de Maio, confesso que tenho um especial prazer em esperar por Junho para poder finalmente passear sobre os tapetes de cor azul-lilás feitos das suas flores caídas.

MESMO À BOA HORA...

Descobri No Mundo dos Museus....

NÃO DIGAM QUE FUI EU QUE DISSE

Aprende-se mais em duas ou três tertúlias que eu cá sei do que nas universidades que cá temos.

EM CONTRA-MÃO E A ABRIR

Ser-se um conservador revolucionário num mundo de revolucionários conservadores é um tédio.

A DESPROPÓSITO

Estou a ouvir 69 Love Songs, dos The Magnetic Fields, e parece que não sou o único.

NOVAS PERSPECTIVAS

Estas séries autónomas dentro do blogue — como a composta pelos quatro postais anteriores — devem ler-se de baixo para cima, como sempre, mas também podem ler-se de cima para baixo.

A PROPÓSITO DA GEÓRGIA...

Quando é que a Cinemateca Portuguesa faz um ciclo completo, com edição das respectivas folhas e tudo, de Otar Iosseliani?

POR PENSAR EM SÃO JORGE...

Apetece-me conhecer a Geórgia.

POR FALAR NO CÁUCASO...

Vou reler O Orientalista, de Tom Reiss.

WEATHER REPORT

Assim como assim, mais vale viver em Londres.

AFORISMOS BLOGOSFÉRICOS — II

Quem usa o blog como arma de arremesso, arrisca-se ao efeito boomerang.

QUEM TEM MEDO DO LOBO MAU?

Julie Delpy.

UMA MIÚDA DA MINHA GERAÇÃO (10)

Julie Delpy.

LIVRO PARA HOJE (50)

Folhas Caídas, Almeida Garrett.

PISTA PARA OS MEUS PUPILOS (ASSIM MESMO, À DESCARADA!)

Há um cineasta que constrói os seus filmes como puzzles minimalistas de sorridente pessimismo.

DAQUELE QUE NADA ESQUECE

Vem mesmo a propósito relembrar que o belíssimo cabeçalho que aqui vêm em cima foi concebido especialmente para o meu blogue por uma querida amiga bloguista, que, imerecidamente, mo ofereceu.
Um renovado beijo para ti, miúda.

O QUE SERIA DE MIM SEM AS MULHERES?!...

E eis que, com base nas instruções fornecidas por duas queridas bloguistas, me vi finalmente livre dos tracejados que separavam os textos e enquadravam as imagens. Exausto pela emoção da coisa — sou um neófito da rede, já se sabe —, guardo para o remanso do fim-de-semana a aventura de centrar o cabeçalho do blogue; para o que já tenho indicações, dadas por uma das referidas senhoras. Já agora, pegando no braço a quem me dá a mão, pergunto: e, os tracejados da coluna da direita, como vão também ao ar?
Um beijo de obrigado, para cada uma das duas.

DÚVIDA TECNOLÓGICA

Poderá alguma alma caridosa dar-me a dica de como se tiram daqui do blogue estes tracejados foleiros que aparecem a enquadrar as imagens e a separar os postais? Dá-me ideia que já em tempos aqui tinha lançado este S. O. S., mas ninguém me passou cartão... Se a generosidade for mais do que muita, desta vez, digam-me também como devo fazer para alinhar o cabeçalho, que está a descair para a direita (antes assim). Obrigadinho ou obrigadão.

FOTOGRAFAR AS ESTRELAS

Enquanto não encontro nova modelo ao vivo para a minha próxima exposição de fotografia, cá vou apreciando as modelos alheias. Pode ser que me inspire para a próxima descoberta, que só filmo e fotografo divas vivas ainda não reveladas e por mim encontradas.
Aproveito para dizer, a quem se mostrou interessado, que, neste momento, não sendo eu representado por nenhuma galeria de arte, e não havendo, por vontade própria, fotografias da minha autoria on-line, estou a trabalhar na construção de um site com todas as minhas exposições individuais e colectivas de fotografia desde 1997.
Surgirá igualmente outro site, exclusivamente dedicado às minhas criações em vídeo desde 1987.
Depois, quando chegar a hora, darei aqui notícia de ambas as novidades.

UMA MIÚDA DA MINHA GERAÇÃO (9)

Béatrice Dalle.

DA AUTORIA NA REDE

o Atrevido e os plágios, escrito na areia por Vieira do Mar.
Um texto fundamental de e para quem pensa pela sua cabeça, verte as suas ideias em letra de forma num blogue e não admite que lhe roubem as palavras. Zelando pelos seus direitos, Sofia Vieira abre corajosamente caminho para todos os autores de blogues protegerem os seus escritos originais e denunciarem os plagiadores. A rede não pode ser o da Joana nem um fartar vilanagem. Nós agradecemos.

LISBOA EM MAIO TEM

Jacarandás apaixonados e mulheres em flor.

BOM DIA (44)

«Sour Times», Portishead.

EXPANSÃO BLOGOSFÉRICA

Estou todo contente. Coisa rara em mim, já se sabe. Descobri um blogue de uma autora portuense, a qual tem muitas leituras em comum comigo, além de um apurado sentido visual. O mais extraordinário é que, sendo o Porto a segunda cidade no meu coração — embora nenhum laço de sangue me ligue a essa urbe, e até a conheça mal —, só agora me ligo (vai já ali para a coluna das ligações permanentes cá da casa) a um blogue assumidamente de lá. Já tardava, até porque tenho excelentes amigos da terra do Infante Dom Henrique; no entanto, talvez na senda d'O Navegador, quase todos eles rumaram a novas paragens — dos Açores a Madrid, passsando por Lisboa.
Bom, basta de preliminares. A minha descoberta foi esta: Exorcismo ao Silêncio.

ERA BOM, MAS FOI-SE

Aos Filipados (ainda não defini a minha forma pessoal de grafar esta muito nossa palavra), que por acaso aqui passem, lembro que o nosso blogue colectivo está pelas ruas da amargura. Ah, pois é, e sei o que é: é como na infãncia e na adolescência — fartamo-nos depressa dos brinquedos novos e das novidades. Só que, meus amigos, a blogosfera não é um sprint nem uma «rapidinha», é uma corrida de fundo.

AREJAR A CASA E TRATAR DO JARDIM

Qualquer dia dou uma valente poda na coluna das ligações. Constatei que certos blogues não mandam postas há séculos. Fazer figura de corpo presente, aqui, não dá.

O QUE ESTÁ A DAR É NAVEGAR AO SOM DA...

Rádio Radar.

LIVRO PARA HOJE (49)

A Caça — Perspectiva Histórica e Receitas Tradicionais, Alfredo Saramago, Colares Editores, Sintra, 1994.

Tendo eu quebrado a tradição de caça das gerações familiares que me precederam, não por uma qualquer atitude contestatária, mas por substituição desse prazer por outros interesses, cá vou salvaguardando, ao menos, o gosto pela cultura gastronómica associada à arte cinegética, com o qual me vou penitenciando desse desleixo. Enquanto não me dá um vaipe e não retomo a tradição familiar, fica aqui um livro de um mestre em ambas as nobres actividades. Dedico este postal aos meus amigos C. e G., que honram os seus antepassados nestas matérias.

VISTO DA DIREITA

As esquerdas apostam no frentismo e as direitas no divisionismo. Enquanto assim for, nada a fazer.

DESPERTAR DOMINICAL COM...

... Sandrine Bonnaire.

À MARGEM OU À MINHA MANEIRA

Rádio Marginal. Com um beijo à amiga Curiosa, pela boa dica nocturna.

UMA MIÚDA DA MINHA GERAÇÃO (8)

Sandrine Bonnaire.

PASSAGEIRO VERSUS PERMANENTE

Passei uma rápida vista de olhos pelos blogues que vivem da actualidade política. Ver a velocidade com que se dizem e desdizem é um fartote! Ossos do ofício, coitados. Não se metam nisso, rapazes. A vida são dois dias e há que procurar o eterno, que é o melhor que daqui levamos. E, se houver generosidade para legar, também é desse mesmo eterno que as futuras gerações se alimentarão. A espuma dos dias, pelo contrário, é passageira; e, nos tempos que correm, cheira mal que é uma coisa parva. Valha-nos a consolação de saber que amanhã já ninguém se lembrará dela, nem dos seus autores.
Por mim, procuro o eterno de hoje, com olhos de ver, na certeza que será o permanente de amanhã. Por isso, as únicas saudades que tenho são as do futuro.

SIM, SENHORA

Naquela tarde, de Miss Pearls. Já ganhei a tarde, ao lê-la. Bravo!, cara confrade.

PELA LÍNGUA PORTUGUESA

Já assinaram «Petição / Manifesto on-line em defesa da Língua Portuguesa contra o Acordo Ortográfico»? Eu já. Vá lá... é só tocar, entrar e assinar.

CONTEMPLAR EM PAZ

Ó crua
luz vegetal
da minha rua
natal...

Contemplo os jacarandás,
que me olham com apego...
(Que negro
carrego
traz,
às costas, esse mancebo...!

A flor dos jacarandás
cobre-o de paz
e sossego...)

Tudo o que fui, de rapaz
sem ter cura nem conserto,
de boémio, ferrabrás
e estoira-vergas faceto:

tudo o que fui, de rapaz,
aqui jaz,
quando aqui chego...

No meio deste lilás,
o Sol dá comigo em cego.

Que sossego
tu me dás,
túnel de jacarandás...!

Que véu de paz
e sossego!...

RODRIGO EMÍLIO
(1944 — 2004)

LIVRO PARA HOJE (48)

Rosa Vermelha em Quarto Escuro, Pedro Paixão, Bertrand Editora, Lisboa, 2008.

VIAGEM TRANSATLÂNTICA À DISTÂNCIA DE UM TOQUE

Pela mão sábia e segura — não fosse ela xadrezista e esgrimista! — de uma Autora que andou no mesmo Liceu do que eu. A Room of One's Own, da Isabel.

DO ETERNO ROMANTISMO

Já não bastava a Autora escrever bem todos os dias, num arrebatador registo apaixonado, ainda apresenta uma iconografia que corresponde ao meu mais profundo imaginário de velho cinéfilo romântico. Um Amor Atrevido, da Sofia Vieira, claro.

POR MARES NUNCA DE ANTES NAVEGADOS

Descobri o Ponto Sem Nó, da Mar. E vou lá voltar.

DA ETERNA MELANCOLIA

Em monarquia, república, autoritarismo ou democracia, o espírito desta pátria é a melancolia.

DO ETERNO RETORNO

«Where The Wild Roses Grow»,
Nick Cave & Kylie Minogue.

DO ETERNO FEMININO — VI

Tudo o que morre e passa
É símbolo somente;
O que se atinge,
Aqui temos presente;
O mesmo indescritível
Se realiza aqui;
O feminino eterno
Atrai-nos para si.

Tendo eu acabado de citar estes versos finais do Fausto, de Goethe, com que rematei a aula que dei sobre «O Cineasta das Mulheres», George Cukor, abro a caixa de correio electrónico e tenho 8 mensagens, de outras tantas Mulheres, 7 delas bloguistas, incentivando-me a prosseguir esta minha caminhada solitária. Descubro ainda mais Outras 3, que me fizeram postais alusivos. (Diga-se, de passagem, que, gajos, nem um.) Por deformação sentimental, não sei dizer não às Senhoras. Visto isto, cá estou eu.

ESTE VOSSO HOMEM NÃO É DE FERRO

Atendendo ao desinspirado e melancólico minimalismo repetitivo que vai marcando o compasso e dando o tom a este blogue pessoal, dêem-me uma boa razão para não ser este o último postal. Pode dar-se até o caso de nada mais ter eu a dizer ao fim de menos de ano e meio. Não, não estou a fazer género. Estou mesmo cansado. E, ultimamente, só tenho levado daqui dores de costas e olhos queimados. Além de desaforos, mas com esses posso eu bem. Talvez seja a dor de alma, provocada por ver todos os dias o meu Pai morrer mais um pouco à minha frente, que não me deixa continuar.

I'M...

... In Heaven.

AVISO AOS RAPAZES POR CAUSA DAS RAPARIGAS — IV

As boas-raparigas vão para o céu, as raparigas-boas levam-vos ao céu. A vossa missão é encontrar as boas-raparigas-boas. São poucas, mas são do melhor que há. Força, putos!

BOM DIA (43)

«Vamos», Pixies.

Aos Amantes Furiosos, cultivadores das Paixões Violentas!

OBRIGADINHO!

Alertam-me para o facto de o meu «mau feitio» me poder deixar ficar a falar sozinho. Lamento desapontar os mensageiros de tão prestável aviso, mas, parece-me que o contador de visitas cá do tasco aponta noutra direcção.

DO PÂNTANO EM PUTREFACÇÃO

Diga-se de passagem, e à laia de complemento do postal anterior, que, olhando bem com olhos de ver, quanto mais se sobe na escala social, definida pela bitola material, com mais malta ignorante e rasteira se topa. De fugir.

FOLEIRO E RASTEIRO

Esta coisada da blogosfera serve bem como amostra do estado de indigência mental a que chegou o nosso povo. O portuga revela-se aqui como mirone manhoso, que espreita e manda umas bocas sob anonimato. Antes fosse voyeur, mas isso é requinte estético inacessível à maioria dominante.

DA COMÉDIA HISTÓRICA

Por estes dias, anda a esquerda caviar catita toda contentinha com o seu Maio de 68. Arautos da luta de classes, bem podem rejubilar. Afinal, tratou-se — tão heróico feito histórico — da revolta dos burgueses estudantes da Sorbonne contra os proletários da polícia de choque.

UM ESPECTÁCULO!

Dou de caras com um espantoso programa informativo: um locutor (o termo aqui parece-me acertadíssimo), qual papagaio da têvê, lê, madrugada dentro, os títulos das primeiras páginas dos jornais; de seguida, sublinha-os, enquanto os volta a ler, um a um. É o pobre país que temos — explicadinho, tintim por tintim, aos seus cidadãos. Enfim, conquistas da sociedade de informação.

UMA MIÚDA QUE PODIA SER MINHA FILHA (2)

Kristen Stewart.

DIGO EU, NÃO SEI...

Entre o «sexo sem amor» e o «amor sem sexo», venha o diabo e escolha, cara confrade Curiosa.

ARREPIO NA ESPINHA

«Rosa da Madragoa», Raquel Tavares.

Cheira-me que temos aqui, nesta jovem fadista de raça, uma nova Severa. E Lisboa estava à espera de uma há mais de 150 anos. Ah, pois é. E também toca guitarra portuguesa, sim senhora. Quase certo é que não terá marialvas à altura, que desses já poucos há. Ponham aqui os olhos, rapazes. Por mim, já não a perco de vista. Ah, fadista!

MÃES, PAIS E FILHOS

Os Parabéns às Mães dão-se no dia de Nossa Senhora da Conceição — 8 de Dezembro. Esse, sim, é o Dia da Mãe. Dão-se também quando comunicam o seu estado interessante e no dia em que dão à luz. São, aliás, as Mães, as primeiras pessoas que felicito, nos dias de anos dos seus filhos, ao longo da vida. De seguida, há que saudar igualmente os Pais. Afinal, Deus não quis que houvesse geração espontânea, nestas coisas da procriação. Graças a Deus! (Aproveito, a propósito, para agradecer aos Amigos que se lembraram ontem de mim.)

DICIONÁRIO DO FUTURO

Louco — Nome pelo qual a sociedade actual designa uma pessoa lúcida.
Pessimista — Nome pelo qual a sociedade actual designa uma pessoa realista.

... NUNCA MAIS CRESCER...

«I Don't Want To Grow Up», Ramones.

«UPGRADE»

Instalei para aqui o Windows 7, ou lá o que é. Para já, o cabeçalho do blogue parece-me ter ficado de ladex. Podiam ter-me avisado, ou o que é que andam para aí a fazer?

MOMENTOS ETERNOS

«Roads», Portishead.

PROGRAMÃO PERDIDO!

«Fónix!», digo eu, Maria João. Vê lá se para a próxima avisas!

VOCÊ SÓ GANHA O QUE VOCÊ MERECE

«Silence», Portishead.

Deixo aqui plasmado este tema, ainda em estado hipnótico, depois de a RTP 2 nos ter presenteado, agorinha mesmo, com dois arrepiantes registos da banda de Bristol: correspondente, o primeiro, ao famoso concerto de Nova Iorque; e, o segundo, a uma recentíssima gravação áudio-visual — em tom de pura vídeo-arte — do terceiro e último álbum — Third —, de onde se extrai este clip. Meus amigos: isto é do melhor que há, e só é acessível aos melhores — nestas afinidades se seleccionam e encontram as elites estéticas.

Um flash na noite,
Um grito no espaço,
Um salto para a eternidade.

Adenda: Sacaram-me o clip daqui (respeitáveis coisas de direitos autorais, presumo), sem aviso prévio. Seja. Fica a intenção de ter querido partilhá-lo convosco.

SOCIEDADE PASTILHA-ELÁSTICA (COMPRA, USA, DEITA FORA)

O mundo que temos meteu na cabeça das criaturas que o objectivo da vida é enriquecer. Não se lhes conhecendo interesses pergunto-me o que farão elas com o dinheiro.

PARABÉNS SOFIA U.!

«A Wolf at the Door», Radiohead.

COLECCIONANDO DATAS

Até aos vinte anos, ou por aí assim, não deixava passar em claro os anos de quem quer que fosse — meu amigo, claro está. Depois, passei a ignorar olimpicamente tais factos. Varreram-se-me da memória, pura e simplesmente. Pareciam-me coisas de meninas, ou de adolescente, tais preocupações de bom burguês. A idade, com a sua sabedoria, vai-nos fazendo recuperar velhos e bons hábitos. Cabe-me agora, pois, a hercúlea tarefa de rememorar datas olvidadas. E, acrescentar novas, correspondentes a pessoas entretanto conhecidas. Coisa curiosa é constatar que novos conhecimentos encaixam perfeitamente em meses de antigos cúmplices de outras eras. Afirmo isto sem fixações em signos ou sabedoria astrológicas que tais. É pura intuição. Cheira-me. Dito isto, sempre tive um especial faro para detectar mulheres de Maio. O que vale é que há testemunhas para o confirmar (estás aí, Tomaz?), como neste episódio (fiquei sem conhecer o dia exacto, nem quis saber; mas, deste mês terias de ser, Joana!).

DA REVOLUÇÃO CONSERVADORA

Releio o já atrás indicado arquivo do mês de Maio de 2007 deste blogue e apetece-me subscrever quase tudo o que lá escrevi. É o que dá ser um tradicionalista. Assim se vai transmitindo de ano para ano o essencial, e deixando para trás o acessório. Resta agora acrescentar as boas novas deste Maio de 2008. Para que não me acusem de escrever nas entrelinhas, afirmo que sou um conservador revolucionário; isto é: um tradicionalista (ao vosso dispor).

ESPÍRITO DE 1980 E TROCA O PASSO

«Atmosphere», Joy Division.

Não fui à festa, mas estou e estarei sempre nesse espírito. Coisas que se inscrevem na alma nunca mais se apagam. Agradeço aos que se lembraram de mim, enviando-me SMS pela noite dentro (dantes não havia nada disso, e curtíamos muito mais), mas peço que para a próxima me enviem um convite, com antecedência e em papel (a velha-guarda merece, gosta e agradece), pois já lá vai o tempo em que eu podia estar sempre no ir, de repente, e a meio da noite e tudo.

METABLOGUE I

Arquivo de Maio de 2o07.

Como o tempo passa...