sábado, 30 de novembro de 2013

DO 1.º DE DEZEMBRO DE 2013 (10)

Quem habitualmente acompanha o blogue Eternas Saudades do Futuro sabe que aqui se evoca anualmente o 1.º de Dezembro de 1640. Dia da Restauração da Independência Nacional. Já lá vão sete anos de consecutivas comemorações desta causa nesta casa.

Agora, a hora é — de novo — decisiva. A Pátria encontra-se outra vez sob a ocupação de desgovernantes estrangeiros e estrangeirados. Portugal está sem Soberania Nacional. Para rematar esta tragédia, a histórica e simbólica data do 1.º de Dezembro foi apagada de Feriado Nacional.

Urge fazer frente, e lutar.

PORTUGAL —  SEMPRE!

DO 1.º DE DEZEMBRO DE 2013 (9)

Acabei de chegar da fantástica inauguração da maravilhosa exposição colectiva A Luz da Nossa Identidade, na qual participo — com elevada honra e grande prazer — como artista. Milhares de pessoas passaram por lá, em quatro intenssíssimas horas. Deixo aqui um público enorme bem-haja a todos os meus amigos que compareceram.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

CARTEIRA DE SENHORA

DIA 95

Nesta altura, no ano passado, a carteira de senhora dedicou a sua crónica ao 1º de Dezembro, no seu primeiro ano como dia comum. Não podia ser diferente este ano, porque, justamente, não é um dia qualquer.

Que país é este que não comemora as datas marcantes, forjadoras da sua identidade, como a da sua Fundação e a da Restauração da sua Independência? Seremos nós apátridas? Não temos História? Aterrámos aqui vindos de outro planeta? 

Ou querem reinventar uma História? Arranjar-nos porventura um pai alemão e uma mãe francesa? Ora não querem lá ver que afinal o nosso fundador foi o Sr. Schuman!? E que os restauradores são os três da troika!?

Anda por aí quem, numa sanha inexorável e acintosa, nos queira apagar, erradicar dos mapas uma Nação que, não por acaso, até passou séculos a desenhá-los… O mais inacreditável é serem esses quem nos têm (des)governado. Ou o mais inacreditável é deixarmo-nos apagar?

Felizmente vão existindo iniciativas em prol do 1º de Dezembro, quer comemorando-o (num programa intensivo de um mês, muito bem organizado) quer lutando pela reposição do feriado (numa Iniciativa Legislativa de Cidadãos).

Parece um sinal, coincidir este 1º de Dezembro com o primeiro domingo do Advento, anúncio da chegada do Menino Jesus…. Possa também ser o anúncio da renovação da aliança dos portugueses com a sua História e identidade.

Não há borracha, por mais sofisticada e engenhosa, capaz de apagar aquilo que somos. Cuidemos, pois, de restaurar a Restauração!

Leonor Martins de Carvalho

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

DO 1.º DE DEZEMBRO DE 2013 (8)

Artistas participantes:
Álvaro Leite Siza; Ana Cosme; Américo Filipe; Ana Cristina Leite; Ana Pérez-Quiroga; Ângela Belindro; António Flor; Carlos Cordeiro; Clo Bourgard; Fernando Quartin; Francisca Couceiro da Costa; Graça Cabral Moncada; Graça Delgado; Inês de Barros Baptista; Isabel Cristina; João Galrão; João Marchante; João Vilhena; Lourenço de Almada; Luís Camacho; Luísa Soeiro; Maria del Mar; Maria Ribeiro Telles; Marta Gaspar; Natércia Caneira; Paulina Evaristo; Paulo Pereira Gomes; Pedro Charters d´Azevedo; Rita Burmester; Sebastião Lobo; Sofia Aguiar; Susana Bravo; Teresa Almeida e Silva; Tiago Taron; Tomás Colaço; Vera Pyrrait; Vitor Pomar, Wilson Galvão.

Concepção:
Francisca Couceiro da Costa

Coordenação:
Francisca Couceiro da Costa
Manuel Pessôa-Lopes

DO 1.º DE DEZEMBRO DE 2013 (7)

Guardiã do 1.º de Dezembro:
Sociedade Histórica da Independência de Portugal.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

DO 1.º DE DEZEMBRO DE 2013 (6)

Artistas participantes:
Álvaro Leite Siza; Ana Cosme; Américo Filipe; Ana Cristina Leite; Ana Pérez-Quiroga; Ângela Belindro; António Flor; Carlos Cordeiro; Clo Bourgard; Fernando Quartin; Francisca Couceiro da Costa; Graça Cabral Moncada; Graça Delgado; Inês de Barros Baptista; Isabel Cristina; João Galrão; João Marchante; João Vilhena; Lourenço de Almada; Luís Camacho; Luísa Soeiro; Maria del Mar; Maria Ribeiro Telles; Marta Gaspar; Natércia Caneira; Paulina Evaristo; Paulo Pereira Gomes; Pedro Charters d´Azevedo; Rita Burmester; Sebastião Lobo; Sofia Aguiar; Susana Bravo; Teresa Almeida e Silva; Tiago Taron; Tomás Colaço; Vera Pyrrait; Vitor Pomar, Wilson Galvão.

Concepção:
Francisca Couceiro da Costa

Coordenação:
Francisca Couceiro da Costa
Manuel Pessôa-Lopes

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

CADERNOS INTERATLÂNTICOS (44)

Parece incrível mas tempos houve em que arriscava-se a vida para que Portugal existisse e continuasse português.  Tal lembrança vem à mente poucos dias antes do dia 1.º de Dezembro, desta vez banido do calendário dos feriados nacionais pela politicalha “profissional”.  Calha num Domingo e muitos não vão dar por isso – mas eu vou... E como! De todos os feriados não religiosos possíveis e imagináveis, o 1.º de Dezembro – correctamente: o Dia da Restauração – é precisamente aquele que deveria congregar todos os portugueses, ao recordar a reconquista da nossa independência, da nossa autonomia, da nossa identidade. Em outras palavras: o momento em que voltámos a ser portugueses de pleno direito. Mas tais “pormenores” não interessam à cáfila que nos desgoverna, enfeudada que está, de corpo e alma, ao nefasto projecto mundialista em curso. Pelo contrário, para os gerentes abrileiros do que resta de Portugal é fundamental eliminar qualquer veleidade de soberania, todo suporte de individualidade e, sobretudo, os exemplos históricos daqueles que se bateram para que fossemos e continuássemos portugueses. O regime concebe a Nação como nada mais do que uma mercearia, mesmo que gerida mal e porcamente. A única “restauração” que interessa ao conglomerado de máfias que em 1974 se apossou do Estado é o regabofe diário e de luxo, regiamente sustentado pelos exauridos pagadores de impostos. Da Restauração de Portugal fogem como do diabo da cruz. Do que gostam mesmo – e conhecem como poucos – é de submissão, diluição, dissolução, tarefas facilitadas ao extremo graças ao esfacelamento do corpo físico e moral da nossa Pátria.  Enquadra-se neste mesmo espírito o escandaloso “Acordo Ortográfico”, que de “acordo” e de “ortográfico” não possui rigorosamente nada. O abastardamento da ortografia é machadada certeira e brutal – se não fatal – na nossa identidade. É estúpido, ridículo,  desnecessário e vergonhosamente humilhante. O 1.º de Dezembro incomoda e muito.  Como é que se pode falar em Restauração Nacional quando querem que escrevamos em brasilês, que sejamos inquilinos na nossa própria casa e criados de angolanos, russos e chineses, entre outros? Será que assim, de paulada em paulada, marcharemos sem resistência rumo ao ocaso definitivo?  Recuso-me a embarcar nesta viagem. Não só continuarei a escrever em português como Deus manda, como boicotarei sistematicamente tudo e todos que espezinhem a língua pátria e, de marcador em punho, aplicarei o devido correctivo onde corresponda. E quanto ao Dia da Restauração de 2014, uma Segunda-feira, sei muito bem o que farei: greve geral.  Nem o IVA de uma bica esta escumalha vai levar.

Até para a semana, se Deus quiser.

Marcos Pinho de Escobar

domingo, 24 de novembro de 2013

DO 1.º DE DEZEMBRO DE 2013 (5)

Artistas participantes:
Álvaro Leite Siza; Ana Cosme; Américo Filipe; Ana Cristina Leite; Ana Pérez-Quiroga; Ângela Belindro; António Flor; Carlos Cordeiro; Clo Bourgard; Fernando Quartin; Francisca Couceiro da Costa; Graça Cabral Moncada; Graça Delgado; Inês de Barros Baptista; Isabel Cristina; João Galrão; João Marchante; João Vilhena; Lourenço de Almada; Luís Camacho; Luísa Soeiro; Maria del Mar; Maria Ribeiro Telles; Marta Gaspar; Natércia Caneira; Paulina Evaristo; Paulo Pereira Gomes; Pedro Charters d´Azevedo; Rita Burmester; Sebastião Lobo; Sofia Aguiar; Susana Bravo; Teresa Almeida e Silva; Tiago Taron; Tomás Colaço; Vera Pyrrait; Vitor Pomar, Wilson Galvão.

Concepção:
Francisca Couceiro da Costa

Coordenação:
Francisca Couceiro da Costa
Manuel Pessôa-Lopes

DO 1.º DE DEZEMBRO DE 2013 (4)

O Verão da Restauração está a chegar.

DO 1.º DE DEZEMBRO DE 2013 (3)

Quem acompanha o blogue Eternas Saudades do Futuro sabe que aqui se evoca sempre o 1.º de Dezembro de 1640. Dia da Restauração da Independência Nacional. Já lá vão sete anos de consecutivas celebrações nesta casa.

Agora, a hora é decisiva. Portugal, encontrando-se sob ocupação de estrangeiros e estrangeirados, está outra vez sem Soberania Nacional. E, para rematar esta tragédia, a histórica e simbólica data foi apagada de Feriado Nacional.

Urge fazer frente e lutar. Portugal, sempre!

sábado, 23 de novembro de 2013

DO 1.º DE DEZEMBRO DE 2013 (2)

Calendário do 1 do 12 ao Vivo - Comemorações 1º de Dezembro 2013

 

1 do 12 ao Vivo
uma marca da
Sociedade Histórica de Independência de Portugal
http://www.1do12aovivo.com/

NOVEMBRO 
 
Terça-feira - 5
16h: Palestra e Conversa: “Sobre nós e em Redor”
Integração do palácio dos condes de Almada, hoje Palácio da Independência de Portugal, na malha urbana do centro de Lisboa,
por Eurico Brandão de Ataíde Malafaia
Sala D. Antão d´Almada - Palácio da Independência - Rossio - Lisboa

Quarta-feira - 6

Quinta-feira - 7
17h – 20h30: Inauguração Exposição de Fotografia de Gastão Brito e Silva, com o título “Restaurar Portugal”.
Colaboração de: Projecto Ruin´Arte
Palácio da Independência – Sala Fernando Pessoa

9h –13h / 14h – 19h (todos os dias excepto Sábado e Domingo) (termina dia 21)

Sexta-feira - 8
Sábado - 9
Domingo 10
Segunda-feira - 11
Terça-feira - 12
Quarta-feira - 13
Quinta-feira - 14
 
Sexta-feira - 15
17h30: Palestra: As plantas endémicas de Portugal,
por António Pereira Coutinho
Palácio da Independência – Instituto D. Antão d´Almada
19h45: Jantar tertúlia com palestra: “Dois Conjurados, António de Saldanha e João de Saldanha e Sousa, na Casa Rio Maior”,
por João de Saldanha (Rio Maior)
Local: Restaurante Clara-Jardim, no Campo dos Mártires da Pátria, nº 49 - Lisboa
Colaboração de: Associação Portuguesa de Genealogia

Sábado - 16
15h – Encontros Culturais da Nossa Identidade.
Visita orientada: “Palácio da Independência, o Palácio da Conjura e dos Almada”,
por José Sarmento de Matos
“Estórias para Guitarras”, ao som da guitarra clássica e portuguesa,
por Pedro de Faro
Merenda de produtos e confecção portuguesa.
Local: Palácio da Independência

Domingo - 17
Segunda-feira - 18
Terça-feira - 19
 
Quarta-feira - 20
16h30: Inauguração da Exposição Documental do Arquivo Histórico da SHIP - Sociedade Histórica da Independência de Portugal (1917-1930).
Local: Palácio da Independência – Biblioteca da Restauração.
18h00: Palestra “A Luta do Povo Português pela sua Independência e Identidade”
– Coronel Américo Henriques
Colaboração de: Comissão Portuguesa História Militar
Local: Palácio da Independência – Salão Nobre

Quinta-feira - 21
10h00 – 17h: Jornadas da Restauração: “As Guerras da Aclamação: Batalhas, Assaltos, Combates E Combatentes (1640-1668)”
Palestras:
“O Reconhecimento do Estado Português pelos Campos das Batalhas da Restauração.”,
por Alexandre Patrício Gouveia
“Assistência aos enfermos e doentes nas Guerras da Aclamação”.
por Augusto Moutinho Borges
“O Quotidiano na Restauração”.
por Jorge Penim de Freitas
“D. Sancho Manoel: um General nas Guerras da Aclamação”.
por Lourenço Vilhena de Freitas (Vila-Flor)
“Armas e armamento da Aclamação”,
por Miguel de Sanches Baena
“O Conde das Galveias e as Guerras da Restauração no Alentejo”,
por Pedro Avillez
Colaboração de: Comissão Portuguesa História Militar
Local: Palácio da Independência – Salão Nobre
18h00: Encerramento da Exposição “Restaurar Portugal”.
Local: Palácio da Independência – Sala Fernando Pessoa

Sexta-feira - 22
16h-20h: Inauguração da “Feira Seiscentista no Palácio da Conjura” com Artesanato e Produtos Portugueses
Local: Palácio da Independência
17h30 – Espiritualidade de Nossa Identidade (mesa aberta).
"A Mística e a Universalidade da Identidade Portuguesa",
por Pedro Teixeira da Mota
"A Cultura na Identidade Portuguesa",
por Emb. Jorge Preto
"Independência Política e Autonomia Espiritual",
por Joaquim Domingues
Local: Palácio da Independência – Salão Nobre

Sábado - 23
11h00 – 13h Ruralidade e Urbanidade de Nossa Identidade (mesa redonda).
Gonçalo Ribeiro Telles
João Reis Gomes
Gabriela Carvalho
Local: Palácio da Independência – Salão Nobre
15h: Sarau de Poesia: “Ecos da Nossa Identidade.”
Colaboração de: Correntes de Poesia de Lisboa
Local: Palácio da Independência – Salão Nobre

Domingo - 24
15h30: “Ciclo Sons da Nossa Identidade”
Encontro de coros: Musica Coral composta por El-Rei D. João IV e sua época.
Apresentação pelo maestro António Leitão e poe José Manuel Araújo.
O programa incluirá as seguintes obras de D. João IV, ou a ele atribuídas:
Adjuva nos, Deus
Christus factus est
Crux fidelis
Adeste, fideles
Participação do:
Coral Allegro - maestro Sérgio Fontão; Coral Encontro - maestro Sérgio Fontão;
Coro Peregrinação - maestrina Teresita Marques e o Coro de Stº. Inácio - maestro Padre João Caniço
Coro e Orquestra da Fundação Musical dos Amigos das Crianças
Local: Igreja de S. Domingos – Paróquia de Santa Justa - Lisboa
11h-19h: Encerramento da Feira Seiscentista com Artesanato e Produtos Portugueses
Local: Palácio da Independência

Segunda-feira - 25
16h00 Encontros de Astrologia: “A trajectória da Nossa Identidade” (ciclo de palestras).
"Portugal Agora",
por Rosita Iguana
"Construção da Memória",
por Nazaré Abreu
"A SHIP à Luz da Astrologia",
por Luiza Azancot
"Portugal o Mito e o Destino",
por Maria Flávia de Monsaraz
Local: Palácio da Independência – Salão Nobre
 
Terça-feira - 26
16h00 Encontros de Astrologia: “A trajectória da Nossa Identidade” (palestras e mesa aberta).
 "Ciclos da História de Portugal",
por João Medeiros
"A 1ª Tarde Portuguesa",
por Jorge Angelino
Mesa Aberta:
João Medeiros; Jorge Angelino; Luiza Azancot e Nazaré Abreu.
Colaboração de: Associação Portuguesa da Astrologia
Local: Palácio da Independência – Salão Nobre

Quarta-feira - 27
16h00 Encontro: “Portugalidade e Lusofonia”.
"Entre Camões e António Telmo",
por Pedro Martins;
"Entre "António Vieira e Fernando Pessoa",
por Miguel Real;
"Entre Pascoaes e António Quadros",
por Rodrigo Sobral Cunha;
"Entre Leonardo Coimbra e Agostinho da Silva",
por Renato Epifânio.
Colaboração de: MIL – Movimento Internacional Lusófono
Local: Palácio da Independência – Salão Nobre
20h “Jantar da Conjura” – com ementa e animação da época seiscentista.
Colaboração de: Associação da Nobreza Histórica de Portugal e Inatel
Local: Palácio da Independência – Sala Nobre

Quinta-feira - 28

Sexta-feira - 29
18h: Lançamento do Livro: “Os Séculos de Ouro dos Impérios Europeus”, com um destaque particular sobre o português,
por Francisco de Sales Teles da Gama.
Colaboração de: Fundação Casa de Macau
Local: Pç. Príncipe Real, 25 – 1.º
19h Exposição Colectiva d´Artes Plásticas: “A Luz da Nossa Identidade”, sob o tema a "Identidade à luz da portugalidade".
Artistas participantes:
Álvarinho Siza; Ana Cosme; Ana Cristina Leite; Ana Peres Quiroga; Ângela Belindro; António Flor; Carlos Cordeiro; Clo Bougard; Diogo Príncipe; Eleonor Luís; Fernando Quartin; Fernando Pinto Coelho; Francisca Couceiro da Costa; Francisco Machado Vieira; Gastão Brito e Silva; Gina Flor; Graça Cabral Moncada; Graça Delgado; Graça Sarsfield; Ivo; Inês de Barros Baptista; João Galrão; João Marchante; João Vilhena; Lourenço de Almada; Luís Camacho; Luísa Soeiro; Manuel Casimiro; Manuel Pessôa-Lopes; Maria del Mar; Maria Ribeiro Telles; Marta Gaspar; Américo Filipe; Natércia Cameira; Nuno Fragata; Paulina Evaristo; Paulo Pereira Gomes; Pedro Charters d´ Azevedo; Rita Burmester; Salomé Nascimento; Sebastião Lobo; Sebastião Resende; Susana Bravo; Teresa Almeida e Silva; Tiago Taron; Tomás Colaço; Vera Pyrrait; Vitor Pomar.
Colaboração de: Confeitaria Nacional, Feira dos Tecidos e Quinta da Alorna.
Local: Palácio da Independência - Sala Fernando Pessoa, Páteos e Jardim.

Sábado - 30
10h30 – Desfile de Grupos de Bombeiros, com respectiva banda, levando estandartes com as várias bandeiras nacionais (sua evolução histórica).
Trajecto:
Lg. de São Mamede/Lg. Igreja Rato Alexandre Herculano Rua de S.ta Marta Rua de São José Portas de Santo Antão, Lg de S. Domingos junto ao Palácio da independência.
Colaboração de: Junta de Freguesia de Santo António (São José, Santo Condestável e São Mamede) e dos Bombeiros Lisbonenses.
16h30 – 19h “Sons da Nossa Identidade” – com Recital de Canto e Piano.
Canto:
Ana Ferro, Ana Tomás, Conceição Galante, Madalena Leal de Faria, Paula Morna Dória, Sandra Medeiros, Sara Braga Simões, João Merino, Jorge Martins, José de Eça, José Manuel Araújo, Luís Rodrigues, Nuno Vilallonga.
Ao piano:
Armando Vidal, Francisco Sassetti, Helena Vasques, Paul Karthaus, Rafael Azevedo.
Composição:
Alberto de Moraes, Alfredo Keil, António Fragoso, Artur Santos, Eurico Carrapatoso, Filipe de Sousa, Filippe Duarte, Francisco de Lacerda, Fernando Lopes-Graça, Joly Braga Santos, Jorge Croner de Vasconcelos, Luís de Freitas-Branco, Luís Costa, Nuno Côrte-Real, Ruy Coelho, Tomás de Lima.
Local e colaboração: Liceu Camões - Lisboa
18h45 - "Concerto de Portugal, da Restauração e da Independência Nacional"
Colaboração de: Movimento 1 de Dezembro e Associação Comercial de Lisboa.
Local: Rua das Portas de Santo Antão 89


DEZEMBRO
 
Domingo - 1
9h30: Hastear da Bandeira de Restauração com Banda do Exército
Local: Palácio da Independência
10h: Missa cantada de Acção de Graças aos “Heróis da Restauração”
Colaboração com o Guião - Centro de Estudos Portugueses
Igreja da S. Domingos
11h30 Cerimónias Oficial de Homenagem aos Restauradores / Heróis da Restauração
Local:Praça dos Restauradores
12h30 Assinatura do Livro de Honra da SHIP
Local:Palácio da Independência
14h30 Desfile de Bandas Filarmónicas
Local: Av. da Liberdade e Lg, do Restauradores
17h00 “Reviver 1640”
Reconstrução histórica da actuação dramática dos 40 conjurados, a representação e relato histórico dos acontecimentos que levaram a mudança de regime com a Aclamação de D. João IV e seguido de danças da época para o festejar.
Colaboração de: Associação Danças com História
Local: Palácio da Independência – Salão Nobre - Varanda para Largo de S. Domingos
17h45 “Arraial da Conjura” para música portuguesa.
“LiberTunas”  festival de tunas académicas.
Local: Largo de S. Domingos

Aderir: www.facebook.com/events/546575395417359/

DO 1.º DE DEZEMBRO DE 2013 (1)

As, já em marcha, grandiosas Comemorações do 1.º de Dezembro de 1640 — Dia da Restauração da Independência Nacional — são a resposta adequada, dada pelos verdadeiros Portugueses, à traição à Pátria que foi a abolição deste histórico e simbólico Feriado Nacional.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

CARTEIRA DE SENHORA

DIA 94

A carteira deleita-se com futebol. Eu também. A carteira só gosta da selecção. Eu gosto do Benfica. Não a avisei do primeiro jogo contra a Suécia porque hoje em dia nem para ver futebol a paciência chega, mas achei poder ser o segundo jogo um pretexto, à falta de melhor, para fazer coisas em conjunto sem ser a crónica, como se fossemos uma família.

Os portugueses são muito patriotas quando se trata da selecção. Mais ainda se ela ganha. Então, é ouvi-los ficar progressivamente afónicos de tanto clamar por Portugal. 

São apoiantes com grandes expectativas (consentâneas com o elevado número de jogadores entre os melhores europeus), críticos acérrimos e treinadores encartados no antes, no durante e no depois. Devem ser as únicas vezes em que cantam o hino com emoção e usam a bandeira (feia, diga-se) à exaustão.

Os fãs dos vários clubes estão unidos durante os noventa minutos, embora naturalmente vibrem mais quando brilha um jogador do seu (ou que em tempos tenha sido!). Seja como for, parece haver nesses jogos, um sentir colectivo de uma espécie de Pátria. 

É bonito, sim senhor, mas ser patriota é mais do que isso, não pode ser apenas torcer pela selecção de futebol, hóquei ou pingue-pongue, cantar o hino e pintar a cara com as cores da bandeira.

É algo mais, bem mais. É, por exemplo, sentir em si, estimar e defender os valores perenes da Nação. E isso, perdoem-me, vejo pouco.

Faz sentido que, num ápice, se arranjem dezenas ou centenas de milhares de assinaturas em petições muito louváveis com certeza, mas pretendem apenas equivaler as antigas licenciaturas a mestrado ou salvar um cão, enquanto outras, que cuidam de questões deveras importantes para Portugal, são quase ignoradas? 

Não consigo perceber porque não estão os portugueses unidos e verdadeiramente empenhados na defesa da sua Língua contra o abominável acordo ortográfico, na defesa do património cultural e ambiental que câmaras e governos teimam em destruir, na defesa das freguesias, na defesa de tudo o que constitui a nossa identidade, o nosso mais profundo Ser.

Começo seriamente a perguntar-me se finalmente conseguiram - a televisão, a imprensa, os políticos, a Europa - transformar os portugueses em amorfos, sem carácter nem interesses que não sejam programas rascas de televisão. Uma Pátria, uma identidade forjada ao longo de tantos séculos, com tantos sacrifícios, prestes a ruir frente a um qualquer reality show ou telenovela.

Não pode ser. Acredito que em cada um de nós ainda existe, talvez em prateleira recôndita e esquecida, aquela centelha herdada dos nossos avoengos, a ligação às raízes, à História, o orgulho do Ser Português que, no momento certo, ressurgirá.

Podemos então começar por rever prioridades, pensando no futuro? Não no nosso, comezinho e quase previsível, mas no futuro desta herança que recebemos e queremos continue a existir para poder vir ainda a ser herdada.

Leonor Martins de Carvalho

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

COMEMORAÇÕES DA RESTAURAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA NACIONAL

Num extraordinário Programa Cultural.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

IDEOLOGIA OU RAZÃO DE ESTADO?

A doutrina dos Estados resulta da opção por uma ou outra destas duas vias. Ambas em permanente dialéctica ao longo da História. Portanto, consequentemente, as actuações dos Estados num determinado momento, em política interna e externa, decorrem desta escolha. Para Portugal, proponho uma síntese permanente: a identidade nacional como ideologia e razão de Estado.

DO FACEBOOK (12)

Cá para mim, de tudo o que lá tenho visto, o fenómeno mais demencial e hilariante da famosa rede social é o seguinte: há indivíduos que se dão ao trabalho de construir perfis falsos para depois os adicionarem como seus amigos (imaginários!).

DA REVOLUÇÃO NACIONAL

Está a dar-se, sem que aparentemente se note, pois ninguém fala disso, uma enorme, e tão brutal quão forçada, alteração no nosso tecido social: a classe média - que continua a sê-lo do ponto-de-vista cultural e educacional - desceu vários degraus na escala social. Sendo demograficamente este grupo o maior, mais tarde ou mais cedo, através do voto, ou de outras formas de acção política, canalizará o seu descontentamento perante a situação e operará uma mudança radical no sistema. Basta rever com atenção a história dos séculos XIX e XX para saber que sempre assim foi. E, mais uma vez, nem será necessária uma ideologia prévia que impulsione e enquadre este imparável movimento.

DA IDENTIDADE NACIONAL

Lisboa vai ter uma estátua de Nun'Álvares. Possa ela ser inspiradora para os Portugueses.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

CADERNOS INTERATLÂNTICOS (43)

Chegou-me às mãos o livro da “Micas” sobre os seus “35 com Salazar”. Só que o volume aparece com um co-autor, um sr. Joaquim Vieira, apresentado como “jornalista e ensaísta”, e cuja função é “passar para o papel” as memórias da pupila do antigo Presidente do Conselho, fornecendo-lhes – e aqui é que está a pièce de résistance – o devido “enquadramento histórico”. Já na dedicatória o enquadrador histórico invoca os pais para agradecer o ensinamento das virtudes da “tolerância”... O que vem a seguir, o tal “enquadramento histórico”, é simplesmente a inserção, na introdução e em cada capítulo, de extensos comentários a respeito dos temas invocados e dos episódios rememorados pela sra. Maria da Conceição de Melo Rita. É assim: o sr. Joaquim Vieira, experimentado na arte da escrita e, pelo que se vê, também na ciência histórica e política, ao dar uma mãozita à tarefa da Micas, aproveita para dar a sua opinião acerca de Salazar, homem e obra, não vá para aí algum leitor incauto sensibilizar-se demasiado com o retrato simpático e bondoso do estadista feito por sua protegida. Armado com o vocabulário de costume – o “ditador”, repetido à exaustão; a “ditadura”; a “censura”; a "Pide", a “polícia política que persegue, prende e tortura”; o "Tarrafal"; a "execução" de Humberto Delgado; a "guerra colonial", resultante da "obstinação e intransigência do ditador”; as “práticas protofascistas”; etc., etc. e, sobretudo, etc. – o enquadrador histórico vai desferindo coices aqui e acolá, num autêntico exercício de apresentar o negativo do retrato de Salazar desenhado pelas saudosas e saborosas recordações de sua antiga pupila. Tem interesse, sem dúvida, o relato da sra. Maria da Conceição, com a revelação de pormenores acerca da vida caseira do homem Salazar, nos raros momentos em que não era o super-homem do Estado. É de louvar a iniciativa de dar a conhecer o seu testemunho e manifestar a sua fidelidade inabalável à memória de Salazar. O que está mal é a má companhia de Joaquim Vieira. Infelizmente, estou convencido de que as recordações da Micas vão ajudar a nova estratégia antisalazariana dos abrilentos, abrileiros já bolorentos – a banalização do homem, iniciativa cujo grande promotor parece ser o sr. Fernando Dacosta, outro "ensaísta e jornalista". A demonização absoluta não resultou. Daí passaram à ocultação pura e simples. Mas a imagem de Salazar, a memória do homem e da obra, o exemplo ímpar, puramente genial, insistem em pairar tal nuvem negra de tempestade sobre as cabecinhas da cáfila que desmantelou Portugal – daí a raiva canina, a baba e o ranho. Parte-se então para a banalização. Vão querer transformar Salazar num homem qualquer. Um qualquer como os outros. Um qualquer como eles? A tropa das bananas, ou banalizadora, preparadíssima que está, não vai dormir na formatura. Não vai não. Vai mesmo é ser chumbada. A verdade pode levar muito tempo, mas acaba sempre por vir ao de cima. Graças a Deus.

Até para a semana, se Nosso Senhor assim dispuser.

Marcos Pinho de Escobar

sábado, 16 de novembro de 2013

VIDA E OBRA DOS AUTORES DA SÉTIMA ARTE

O autor dos filmes é o realizador.
Para que meio-mundo acreditasse nisto, foi necessário os jovens turcos dos Cahiers du Cinéma produzirem vasta teoria sobre a matéria, vertida em letra de forma em artigos da sua referida revista.
Cá para mim, no entanto, quem tivesse olhos de pensar já teria percebido, ao ver os grandes filmes da «golden age» de Hollywood, que, embora agrupados em géneros — categorias de produção industrial, mas também estéticas —, as ditas fitas tinham uma assinatura, toda ela marca d’água autoral, por parte do realizador.
Faça-se o teste: entremos numa qualquer sala de cinema, a meio da exibição de um filme, vendados (sem saber ao que vamos, olhos e ouvidos tapados); depois, libertados, recuperados os dois sentidos, e após dois minutos em contacto audiovisual com a película projectada na tela, tentemos adivinhar quem é o seu realizador. Arriscado e divertido jogo voyeur este...
Porém, parece-me que quem for verdadeiramente cinéfilo — amigo do Cinema —, e tiver uma cultura filmográfica à altura, logo acertará na mouche: Antonioni, Fellini, Dreyer, Bergman, Ford, Hawks, Bresson, Truffaut, Kurosawa, Ozu — nomes saídos automaticamente, ao correr da pena —, e muitos outros, que poderíamos acrescentar por aí fora, têm linguagens estéticas de tal forma fortes que ninguém que ame verdadeiramente a Sétima Arte poderá confundi-los entre si.
Esta conversa toda tem por objectivo servir de introdução à defesa de uma abordagem — infelizmente pouco canónica para os padrões académicos culturalmente correctos — da História do Cinema através da Vida e Obra dos Autores.
Bem sei que não podemos ignorar as três grandes épocas: mudo, sonoro e moderno; nem as principais correntes: expressionismo alemão, impressionismo francês, mudo russo, neo-realismo italiano, nouvelle-vague francesa, etc; nem tão pouco os géneros clássicos, que atingem o paradigma nos E. U. A., com os seus genres indígenas: western, gangsters, musical, aos quais eu gosto de acrescentar o film-noir.
Contudo, olhando noutra direcção, proponho que revisitemos esta Arte, que já atingiu a bela e matura idade de cem anos, tendo os realizadores — grandes mestres técnicos e criadores estéticos — como fios-condutores da sua História.

DO FACEBOOK (11)

O facebook tira leitores aos blogues e a televisão rouba espectadores ao cinema. É o triunfo do lixo.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

CARTEIRA DE SENHORA

DIA 93

A carteira está quase a perder o pio, mas ela que não me venha falar em bloqueios e síndromes de páginas em branco. Quem não leu já sobre isso quarenta milhões de vezes? Nenhuma se aplicou a uma carteira. Recuso tal síndrome. 

A página em branco está lá para ser preenchida. Nas reuniões, acaba por ser com bonecos (não posso chamar desenhos àqueles arremedos), entre eles muitas cabeças de cavalos, cujos traços básicos acabei por aprender, mesmo sem jeito, copiando devota e diligentemente as que via a minha mãe desenhar, tal era a minha obsessão por cavalos.

Numa página de Word no computador não posso desenhar aquelas cabeças de cavalos. Só cabem palavras e nem sequer com a minha horripilante caligrafia. O acto físico da escrita perde-se. Não se desenham letras, teclam-se. Martelam-se, sem se esculpirem.

Assim, começo quase sempre por escrever em bloquinhos que a carteira vai carregando, nem por isso carinhosamente porque se desfazem num ápice. Só então me entrego à tecnologia. E mesmo depois de aí ter escrito qualquer coisa, preciso de imprimir e, à mão, acrescentar e riscar, riscar e alterar.

As palavras vão-se alinhando. As frases, mal ou bem lá se encontram, cumprimentam-se e seguem caminhos imprevistos, em aventuras inauditas.

Já Portugal não é uma página em branco. Tentativas para nos convencerem disso não faltam, sempre que uns complexados, em deslumbre, se julgam heróis de uma qualquer nova História, a inaugurar eras gloriosas de um novo Mundo, como foi na entrada na CEE, no Euro, com os Tratados… 

Mas não é. Portugal são cerca de novecentos volumes de trezentas e sessenta e cinco páginas escritas com sangue, suor e honra. E cada página nova, a de hoje como as do porvir, tem como marca de água um resumo desses volumes.

Nada do que é escrito agora apaga, rasga ou queima a marca indelével. Somos e seremos também aquilo que fomos. É bom que ninguém esqueça.

Leonor Martins de Carvalho

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

UMA NO CRAVO E OUTRA NA FERRADURA

Recupera-se o maravilhoso Jardim Botânico mas destrói-se a magnífica Calçada Portuguesa.

DE LISBOA

Lisboa é uma cidade de síntese universal. Tem em si todos os pequenos nadas que significam tudo. Haja olhos para ver e ouvidos para escutar os seus sinais. 

DA SÉTIMA ARTE

A expressão «Sétima Arte» anda na boca de toda a gente. Falemos, então, sobre a origem dessa — feliz — designação para o Cinema.

Foi o escritor, jornalista, crítico e dramaturgo italiano Ricciotto Canudo (Bari, 1879 — Paris, 1923) quem baptizou o Cinema de Sétima Arte. Canudo fundou a revista Montjoie! (1913-1914), sedeada em Paris, e manteve uma tertúlia com — entre outros — Léger, Apollinaire e D’Annunzio. Em 1920, cria o «Clube dos Amigos da 7.ª Arte», que é, assim, precursor do movimento do cine-clubismo. Edita, finalmente, em 1923, a Gazette des sept arts, revista fundamental como suporte teórico das vanguardas estéticas da época.

Se, por esta altura, os meus leitores já perceberam que estamos perante um teórico da Arte, não estranharão saber que Canudo lança, em 1923, o Manifeste des Sept Arts, após uma série de outros textos preparatórios, o primeiro dos quais data de 1908; e, num deles, em 1912, cunhou a nossa expressão. Esta publicação definitiva das suas inovadoras ideias, surge como legitimação estética do Cinema, elevando-o à categoria das restantes Artes.

Em primeiro lugar, chama a atenção, no seu Manifesto, para o facto de o Cinema ser muito mais do que apenas indústria e comércio, resgatando-o à mera tentação material e convocando-o para as fileiras da espiritualidade criadora. De facto, o Cinema é — antes de tudo — Arte.

Depois, Canudo diz-nos, do seu ponto-de-vista, quais são as seis Artes que antecedem cronologicamente o Cinema. Desde a Antiga Grécia que as Artes têm andado numa roda-viva, no que diz respeito à sua catalogação (convém nunca perder de vista as nove musas inspiradoras). Ainda bem que se trata de uma conversa (ou debate, como agora se diz) em aberto, pois isso representa um sinal da vitalidade dos pensadores e artistas da Cultura Ocidental. Para este escritor italiano do século XX, as Sete Artes são: Arquitectura, Escultura, Pintura, Música, Dança, Poesia e Cinema. Se as três primeiras — artes plásticas, porque do espaço — aparecem, segundo Canudo, por necessidades materiais (abrigo, no caso da Arquitectura, com as suas complementares Pintura e Escultura), para, no entanto, logo depois se afirmarem artisticamente, já a Música é fruto duma vontade espiritual de elevação e vai irmanar-se com os fundamentos rítmicos da Dança e da Poesia. Curiosamente, no pensamento do teórico italiano, a Dança e a Poesia antecedem a Música, que só se autonomizará destas quando se liberta e chega à sinfonia, como forma de música pura.

É óbvio que a génese das Artes aqui descrita tem de ser contextualizada na época em que foi criada — início do século XX, em toda a sua pujança Futurista (Graças a Deus!) — e entendida como visão pessoal do seu autor. No entanto, se aqui a trago, é porque sem ela não poderemos compreender a expressão «Sétima Arte».

Por fim, entramos naquilo que me parece ter resistido ao crivo do tempo (esse destruidor de mitos de vão de escada) e manter, ainda hoje, enorme actualidade.

Canudo apresenta o Cinema como síntese de todas as Artes e como Arte Total — ao que não é alheio o pensamento de Wagner; assim, na plenitude da sua linguagem estética, a Sétima Arte integra elementos plásticos da Arquitectura, da Pintura e da Escultura e elementos rítmicos da Música, da Dança e da Poesia, que se vão todos revelar nos filmes nas seguintes áreas técnicas (podendo nós tentar fazer um jogo de concordâncias): imagem ou fotografia (ainda a preto-e-branco, em vida de Ricciotto Canudo); som ou, mais tarde, banda sonora (note-se que, quando o italiano teorizou, o Cinema era Mudo e os filmes eram acompanhados, apenas, pela interpretação ao vivo de uma partitura musical durante a sua projecção nas salas); montagem, que confere um sentido às imagens; cenografia, que entretanto evolui para direccção artística, alargando o seu campo de intervenção; realização, que tem como missão a planificação do filme, a orquestração dos vários elementos aqui referidos, assegurados por outras tantas equipas técnicas, e a direcção dos actores; e, por último, sendo no entanto o princípio de tudo, argumento.

Mais ainda: como grande síntese criadora — para além de fusão —, o Cinema une Ciência e Arte, num casamento feliz, e produz uma novíssima Linguagem, para a qual as outras Artes tenderam desde sempre, de imagens em movimento e som — formas e ritmos à velocidade da luz!

É, pois, a última das Artes, fechando o ciclo da Estética; mas, essencialmente, a que, incorporando todas as outras, transporta o património histórico e estético da Civilização Ocidental e o projecta no tempo e no espaço através da permanente reformulação das suas ancestrais e intemporais narrativas.

Haja novos realizadores portugueses à altura desta missão universal.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

CV

EXPOSIÇÕES (Selecção)

Individuais:

2014 — Universal **, Sala do Veado, Museu Nacional de História Natural e da Ciência, Lisboa.
2012 — Foto-Síntese, Sala do Veado, Museu Nacional de História Natural e da Ciência, Lisboa
2000 — Vídeos Privados, Galeria Monumental, Lisboa.
1999 — Noite Americana, Átrio do Ministério das Finanças, Lisboa.
1998 — Peixe Fora d’Água, Galeria da Sede Nacional da Associação dos Arquitectos Portugueses (actual Ordem dos Arquitectos), Lisboa.

Colectivas:

2013 — A Luz da Nossa Identidade, Palácio da Independência, Lisboa.
2007 — Reunião, Baginski, Galeria / Projectos (actual Galeria Baginski), Lisboa.
2004 — 19 Sentidos Contemporâneos, Álvaro Roquette – Objectos de Arte – Antiguidades, Lisboa.
2004 — Exposição Colectiva de Fotografia, Baginski Contemporary Photography (actual Galeria Baginski), Lisboa.
2000 — Água, Terra, Fogo e Ar *, Monsaraz Museu Aberto, Monsaraz.
1997 — Projecto Azul, Galeria Por Amor À Arte, Porto.

COLECÇÕES (Resumo)

Está representado em colecções públicas e privadas em Portugal e em colecções privadas no estrangeiro.

Nota 1: Todas as exposições indicadas são de fotografia, menos a assinalada com um asterisco (*), que é uma vídeo-instalação, com o referido título, exibida na Bienal citada.

Nota 2: Título provisório da futura exposição individual assinalada com dois astericos (**).

BIOGRAFIA BREVE

Nasceu em Lisboa no ano de 1966.
Vive e trabalha em Lisboa.
Lecciona História e Estética do Cinema.
Realiza e exibe Vídeo desde 1987.
Faz e expõe Fotografia desde 1997.
Escreve e edita um blogue pessoal desde 2007.
Está representado em diversas colecções de Arte.
Encontra-se referido em variadas publicações.
É autor de inúmeros textos sobre Cultura.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

CADERNOS INTERATLÂNTICOS (42)

Não sei se existe em Portugal alguma referência a José Christiano de Freitas Henriques Júnior, fotógrafo pioneiro do século XIX. Nascido nos Açores em 1832, vai viver para o Brasil em 1855 e, onze anos mais tarde, transfere-se ao Uruguay. De lá cruza o rio da Prata e estabelece-se definitivamente na capital argentina - um Buenos Aires ainda primitivo, vila portuária às vésperas de metamorfosear-se na Paris da América do Sul. Retratista de nomeada, o talentoso José Christiano estava na vanguarda da técnica e chegou a ser contratado como fotógrafo oficial da poderosíssima Sociedad Rural Argentina, instituição emblemática dos criadores do milagre (e da riqueza) do país, os estancieros dos rebanhos bovinos e trigais infinitos. O fotógrafo açoriano igualmente editou um álbum - considerado obra de referência - de paisagens e costumes argentinos, além de outro volume dedicado aos "tipos populares" urbanos. Fecha os olhos em 1902, aos 70 anos, deixando uma obra fundamental na história da fotografia na Argentina - e um inestimável testemunho da extraordinária transformação do país.

Por falar na Argentina, é impossível andar por estas paragens sem recordar Saint-Exupéry, Mermoz e Guillaumet, astros maiores da legendária Aeropostal. Com risco da própria vida, a testar novos aparelhos, a abrir novas rotas, a cruzar a cordilheira nevada em perigosos voos nocturnos, um trio de aventureiros de uma época na qual ainda era possível encontrar uma fina combinação de coragem, romantismo e elegância. Uma época de grandeza que não volta mais.

E também é impensável não referir Perón. Não se pode ser indiferente diante do General que transformou a Argentina para sempre - para pior ou para melhor.  Não há espaço para matizes: venerado ou odiado, Juan Domingo Perón é o referencial obrigatório na vida política do país pampeano. Mestre da táctica e da estratégia, vivia para a conquista do poder, para o seu jogo e a sua arte. Conquistado o poder, entediava-se. Foi o fundador de um movimento – alguns sustentam que fundou um sentimento. Usou e abusou, consoante as necessidades de cada momento, de todas as possibilidades do espectro político, instrumentalizando actores da extrema-esquerda à extrema-direita. E cada um destes esteve absolutamente convencido de que representava, à la lettre, o pensamento do General. Hoje estou convencido que a essência do seu legado – o chamado peronismo – é apenas isso: a conquista do poder. Esvaziado de conteúdo doutrinal, despojado de princípios e valores, é um método e um estilo de construção de poder. Depois, que cada um se arranje como puder.

Até para a semana, se Deus quiser.

Marcos Pinho de Escobar

sábado, 9 de novembro de 2013

WEBSITE ACTUALIZADO

DA ARTE

Imagem que é imagem tem uma técnica, uma estética e uma ética.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

CARTEIRA DE SENHORA (92)

DIA 92

Confessou-me a carteira que mão amiga lhe tinha sussurrado o tema desta crónica (não terá sido antes boca?). Deo gratias por mãos amigas deste calibre. As que nos socorrem em momentos de aflição.

Portugal foi quase sempre país mais para sair do que para entrar. As portas aqui só servem para abalar. Somos um rectângulo gigante fluorescente com um senhorzinho verde caminhando a indicar a saída e a palavra EXIT em letras garrafais. 

Não sei se é vocação, se fatalidade. Provavelmente ambas. Acredito que poucas vezes foi de boa vontade. As malfadadas ou benfazejas circunstâncias (cada um saberá…) foram ditando as regras.

Saímos, fomos saindo, ao longo dos séculos, desde os Descobrimentos. Nos anos sessenta, então, foi uma sangria. Começou aí o esvaziamento das aldeias. Hoje, a crise e os desgovernos empurram mais gente borda fora. 

A grande diferença para o passado é que nessa altura o saldo demográfico era mais do que positivo. Havia muitos filhos. Portugal regenerava-se. 

Hoje é o filho único ou os dois únicos filhos que emigram. Vão ficando os velhos. Cada vez mais uma sombra de si, Portugal corre o risco de se esvaziar de portugueses. 

Aos que vão, custa-lhes sempre a partida mas depois dificilmente voltarão. Vale-lhes o mimetismo português que tanto ajuda a integração, seja na cosmopolita Nova Iorque, nas profundezas de uma selva africana, ou nos opulentos Emirados.

Guarda muita estima pelo país a primeira geração, talvez também a segunda, mas daí para a frente, não sei. Temo especialmente pela língua. Para os governantes é coisa supérflua e para aniquilar, a cultura. Qual ensino do português no estrangeiro, qual promoção e defesa das tradições! Tesoura com isso tudo! 

Estaremos então condenados, como povo de pescadores e marinheiros, às dilacerantes despedidas e às longas esperas neste cais até à nossa própria morte?

Com o património, a terra e os bens públicos vendidos a estrangeiros e os jovens emigrados, resta esperar uns anos pelo fim.

Ainda lhe mudam o nome.

Leonor Martins de Carvalho

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

SANTO DO DIA

 D. Nuno Álvares Pereira, O Santo Condestável
Crato, 24.06.1360 — Lisboa, 01.11.1431
Condestável de Portugal
A Igreja Católica elevou em 26.04.2009 aos altares de todo o mundo para culto universal com o nome de S. Nuno de Santa Maria no dia 6 de Novembro aquele que até agora em Portugal deu o mais perfeito exemplo de Fé e Heroísmo ao serviço de Deus, Pátria e Rei.
Imagem: Pintura de Jaime Martins Barata (1899-1970)

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

CADERNOS INTERATLÂNTICOS (41)

Ao tentar - baldadamente - ordenar a desordem dos papéis, tive o gosto de encontrar um opúsculo sobre Portugal, editado pelo antigo SNI, provavelmente lá por meados dos ´60, e dirigido aos jovens filhos de emigrantes portugueses espalhados pelo mundo. Com grande quantidade de fotografias, o volume oferece uma interessante viagem pelo Portugal pluricontinental, enquanto informa acerca da realidade sócio-económica das diversas parcelas da Nação. Como não podia deixar de ser, Este nosso Portugal, já à partida, recorda quem somos, de onde viemos e por que razão defendemos a nossa maneira de estar no mundo. O texto seguinte, em forma de carta, introduz a publicação. Não necessita maiores explicações a oposição antitética, não apenas entre as concepções de Portugal, mas, sobretudo, entre os valores transmitidos à juventude daquele tempo e aqueles que vêm sendo inculcados - muito democrática e sofisticadamente – há quase quatro décadas.

Amigo:

Este livro é teu. Ele quer ser o lenço com que a Pátria - tua mãe - te acena saudosamente e te diz "até à vista".

Este livro é teu. Nele encontrarás pedacinhos de tudo que amaste, de tudo o que falou ao teu coração. Quem sabe se lá nesse país distante que te acolheu, ao folheares as suas páginas, não sentirás duas lágrimas, amargas e doces, brotarem dos teus olhos que sabem recordar...

Este livro é teu. Vai falar-te da Pátria que não te esquece, contar-te coisas que conheces e outras que ignoras porque o tempo não pára e é preciso andar em frente. Falar-te do Portugal terra-mãe e do Portugal que a tua raça espalhou pelo mundo, para ao mundo levar uma mensagem de Fé e de Amor.

Este livro é teu, emigrante amigo. Ele é um pouco desta Pátria que te ama e fica à tua espera, como mãe estremosa, para na hora da chegada dizer-te "Sê bem-vindo, meu filho!".
 
Marcos Pinho de Escobar

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

CARTEIRA DE SENHORA

DIA 91

Inesperadamente, a carteira fez-me descobrir, no seu bojo infinito, um papel com dois temas propostos. Não percebi se eram à escolha, à maneira dos testes americanos, se cumulativos, como nas antigas provas portuguesas, porque se remeteu ao silêncio costumeiro. 

Num fim de tarde deste inquieto Outubro, fomos as duas, de braço dado, a um debate sobre património, organizado pela Real Associação de Lisboa. Não estava muita gente mas era gente interessada e sobretudo revoltada.

É com mágoa profunda que olhamos para esta Lisboa tão diferente da que esteve presente na nossa infância… Quase não a reconhecemos, tal a descaracterização. E nem precisamos de Hercule Poirot para descobrir os culpados. É um crime em complot público e privado. A PPP do património. Neste caso pagamos em espécie e torna-se ainda mais cara do que as outras, porque nos mata as memórias e a História. Mais grave ainda, é haver destas PPP por esse Portugal fora.

Chamava-se o debate, “Lisboa problemas e soluções”. Problemas tem Lisboa aos centos senão aos milhentos. Soluções também haverá, para o pouco que ainda resta. Saber quais as mais eficazes parece um bico-de-obra. 

Uma das principais inquietações é que sejam cada vez menos aqueles que verdadeiramente se preocupam. Houve quem dissesse serem poucos os que conhecem e amam Lisboa, que as pessoas não querem saber se um palacete do séc. XVII é destruído, que ninguém dá valor ao património…

Para os lisboetas (e outros!) que desconhecem Lisboa, a solução parece fácil. Dá-la a conhecer. Mas será que se interessam? Será que participam? 

Antes do mais, essa magnífica e fascinante descoberta do património (já agora, não só do edificado) devia fazer parte do programa escolar. Não o sendo, é essencial que as próprias escolas, os pais, as associações locais a promovam, nem que seja para conhecer o da freguesia ou do concelho onde se inserem. 

Além disso, pensando agora num público mais abrangente, esse novo achamento do património também podia começar a nível da freguesia ou, melhor ainda, do bairro, uma escala menor. Se os moradores conhecessem profundamente o património do seu bairro e a História por ele contada creio que teríamos um exército pronto a pegar em armas para defesa do que também lhe pertence.

Outro assunto é este feriado, um dos mais antigos, também roubado sem dó nem piedade. O dia de Todos-os-Santos. Como se não bastasse andarem há uns anos a impingir uma qualquer festividade onde se cozinha uma mistura indigesta de bruxas com abóboras e que nos é (ou devia ser!) estranha... Não há dúvida de que sabem fazê-lo: começa na escola. Lá está… Reaparece o subtil corte com memórias, tradições e História, na senda inexorável de um qualquer plano demolidor para todas as áreas, perímetros e arestas de Portugal.

Foi precisamente no dia de Todos-os-Santos que grande parte de Lisboa ficou destruída em 1755. Foi imenso o património perdido, imenso o que foi reconstruído e construído. Perante os atentados diários, não é possível a indiferença, não é permitida a inacção. 

Bem precisamos da ajuda de todos os Santos neste combate.

Leonor Martins de Carvalho