sábado, 30 de junho de 2018
Letra P: Pado, Padreiro/Plátano-Bastardo, Palmeira-Anã/Palmeira-das-Vassouras, Pereira-Brava (Pyrus communis e Pyrus cordata), Periqueiro, Pilriteiro, Pinheiro-Bravo, Pinheiro-Manso, Pinheiro-Silvestre, Piorno-Branco.
CASAMENTO PERFEITO
A Inglaterra é feminina, Portugal é masculino; a Inglaterra é terra-a-terra, Portugal é aéreo; A Inglaterra é aquática, Portugal é fogo; a Inglaterra é concreta, Portugal é abstracto; a Inglaterra é acção, Portugal é pensamento; a Inglaterra é pragmática, Portugal é diletante; a Inglaterra é dramática, Portugal é lírico, a Inglaterra é determinada, Portugal é obsessivo; a Inglaterra é convencional, Portugal é instintivo; a Inglaterra é corajosa, Portugal é heróico; a Inglaterra é filosófica, Portugal é espiritual; a Inglaterra é irónica, Portugal é gozão; a Inglaterra é D. Filipa de Lencastre, Portugal é D. João I.
VISÕES DO FUTURO
Depois do suicídio demográfico europeu, promovido pelo niilismo ateu, a imigração islâmica limitar-se-á a substituir a desaparecida população e a ocupar o desertificado território. Este é o plano do Islão.
Terão contudo que enfrentar resistentes e valentes legiões constituídas por uma sólida minoria de famílias numerosas de cristãos militantes.
Deste confronto surgirá uma nova Reconquista Cristã.
Terão contudo que enfrentar resistentes e valentes legiões constituídas por uma sólida minoria de famílias numerosas de cristãos militantes.
Deste confronto surgirá uma nova Reconquista Cristã.
ACTUALIZAÇÃO DO MISTERIOSO «TOP TEN» DO BLOGUE ETERNAS SAUDADES DO FUTURO
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sexta-feira, 29 de junho de 2018
UM CASO PERDIDO PARA A SOCIEDADE DE CONSUMO
Deleito-me com o visionamento de filmes publicitários. Fazem-me lembrar os bons velhos tempos do Cinema Mudo, com a sua linguagem sintética de imagens em movimento, sem andar a reboque dos diálogos. Contudo, nunca fixo os produtos que essas curtas narrativas tentam impingir. Também me está cá a parecer que não serei o típico target de nenhum desses spots, pois não é fácil encaixar-me em «públicos-alvo», ou lá o que é.
terça-feira, 26 de junho de 2018
segunda-feira, 25 de junho de 2018
TELEVISÃO PARADISÍACA
Aconselho vivamente aos meus seguidores o visionamento da deliciosa série documental sobre os Jardins de Portugal que está em exibição na RTP 2 e que também pode ser vista aqui.
domingo, 24 de junho de 2018
24 DE JUNHO
2 A. C. — Nascimento/Dia de S. João Baptista.
1128 — Batalha de S. Mamede, Fundação de Portugal.
1360 — Nascimento de D. Nuno Álvares Pereira/S. Nuno de Santa Maria.
1128 — Batalha de S. Mamede, Fundação de Portugal.
1360 — Nascimento de D. Nuno Álvares Pereira/S. Nuno de Santa Maria.
FIM DO BRUXEDO DE BRUXELAS
O Reino Unido ficará para a História como o primeiro Estado europeu a libertar-se da ditadura politicamente correcta da mundialista e ateia União Europeia.
Quis o destino que o novo Dia da Independência do Reino Unido, conhecido por Brexit, coincidisse com o Dia da Fundação de Portugal (Dia de S. João Baptista e da Batalha de S. Mamede), não tivéssemos, eles e nós, a mais antiga e verdadeira Aliança europeia.
Esperemos agora que todas as Nações da Europa saibam seguir este sábio exemplo: mandar à merda a bruxa de Bruxelas e regressar à soberania das monarquias nacionais europeias.
Quis o destino que o novo Dia da Independência do Reino Unido, conhecido por Brexit, coincidisse com o Dia da Fundação de Portugal (Dia de S. João Baptista e da Batalha de S. Mamede), não tivéssemos, eles e nós, a mais antiga e verdadeira Aliança europeia.
Esperemos agora que todas as Nações da Europa saibam seguir este sábio exemplo: mandar à merda a bruxa de Bruxelas e regressar à soberania das monarquias nacionais europeias.
sábado, 23 de junho de 2018
TRADIÇÃO E VANGUARDA APLICADAS AOS VALORES PARA BONS ENTENDEDORES
Sou católico tradicionalista; patriota vanguardista, logo nacionalista tradicional; e monárquico tradicional-vanguardista.
quinta-feira, 21 de junho de 2018
DO INVULGAR SOLSTÍCIO DE VERÃO DE 2018
Céu iluminado por feéricos relâmpagos, ribombar de ferozes trovões e terra ainda quente do dia mais longo do ano libertando fortes aromas depois de arrefecida por imparável água da chuva.
quarta-feira, 20 de junho de 2018
DO SOLSTÍCIO DE VERÃO
A partir de amanhã, e até ao dia do Solstício de Inverno — momento do anti-clímax —, as noites vão crescendo e os dias diminuindo, muito lentamente. A simples observação diária desta regra da Natureza sempre constituiu para mim um suave deleite. Nada melhor do que seguir e sentir o Sol, e a sua presença entre nós, iluminando-nos e aquecendo-nos. Vindas estas palavras de um noctívago, são ainda mais verdadeiras. Gosto das longas noites; mas, também admiro os intermináveis dias banhados pela luz quente do Astro-Rei, para viver em plena sintonia com a equilibrada harmonia da Natureza.
terça-feira, 19 de junho de 2018
segunda-feira, 18 de junho de 2018
VENTO REDENTOR E TÍLIAS EM FLOR
A nortada, que habitualmente varre Lisboa em Junho, além de purificar o poluído ar da cidade, transporta, desde o Campo Grande até às Avenidas Novas, o delicioso aroma das Tílias em flor.
CONTEMPLAR EM MAIO E PASSEAR EM JUNHO
Mais do que ver os Jacarandás em flor no mês de Maio, confesso que tenho um especial prazer em esperar por Junho para poder finalmente caminhar sobre a estrada azul-lilás traçada pelos seus despojos.
DAS ÁRVORES SIMBÓLICAS
A pedido de vários leitores do Eternas Saudades do Futuro, escrevo esta mensagem para revelar que a árvore do cabeçalho do blogue se chama Paineira (Chorisia speciosa). Esteticamente belíssima é a cor das suas flores. E especialmente simbólico é o facto de os seus troncos e ramos serem cobertos de cónicos espinhos afiados que ajudam a conservar a água para posteriores períodos de seca.
domingo, 17 de junho de 2018
LEVANTAMENTO DAS ÁRVORES PORTUGUESAS (PORQUE O QUE É NACIONAL É BOM)
Letras E e F: Evónimo-Europeu; Faia, Folhado, Freixo.
sexta-feira, 15 de junho de 2018
quinta-feira, 14 de junho de 2018
quarta-feira, 13 de junho de 2018
SANTO DO DIA
Santo António de Lisboa
[Fernando de Bulhão, filho de Martim de Bulhão e de D. Teresa Taveira]
(Portugal, Lisboa, Sé, c. 1190 — Itália, Pádua, Arcella, 13.06.1231)
Frade Franciscano.
Doutor da Igreja.
Professou aos 20 anos nos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, em São Vicente de Fora.
Dois anos depois, mudou-se para o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, onde foi ordenado Sacerdote.
Em 1220, tornou-se Frade Franciscano, no Eremitério de Santo Antão dos Olivais, em Coimbra; e, pouco depois, foi a Marrocos, em missão apostólica.
Doente, viu-se obrigado a regressar a Portugal; mas, uma tempestade levou o barco que o transportava a aportar na Sicília.
Convocado por São Francisco de Assis, pregou em França (Montpellier e Toulouse) e Itália (Bolonha).
Nomeado Provincial, no Norte de Itália (1227), continuou como pregador e Professor de Teologia, em Pádua, onde morreu vítima de doença súbita.
Foi canonizado a 30 de Maio de 1232.
Proclamado Doutor da Igreja em 06.01.1946 (Papa Pio XII).
[Fernando de Bulhão, filho de Martim de Bulhão e de D. Teresa Taveira]
(Portugal, Lisboa, Sé, c. 1190 — Itália, Pádua, Arcella, 13.06.1231)
Frade Franciscano.
Doutor da Igreja.
Professou aos 20 anos nos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, em São Vicente de Fora.
Dois anos depois, mudou-se para o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, onde foi ordenado Sacerdote.
Em 1220, tornou-se Frade Franciscano, no Eremitério de Santo Antão dos Olivais, em Coimbra; e, pouco depois, foi a Marrocos, em missão apostólica.
Doente, viu-se obrigado a regressar a Portugal; mas, uma tempestade levou o barco que o transportava a aportar na Sicília.
Convocado por São Francisco de Assis, pregou em França (Montpellier e Toulouse) e Itália (Bolonha).
Nomeado Provincial, no Norte de Itália (1227), continuou como pregador e Professor de Teologia, em Pádua, onde morreu vítima de doença súbita.
Foi canonizado a 30 de Maio de 1232.
Proclamado Doutor da Igreja em 06.01.1946 (Papa Pio XII).
terça-feira, 12 de junho de 2018
HORA MÁGICA
Momento que dura desde o Sol se pôr — na linha-do-horizonte — até à sua luz desaparecer completamente no Céu.
Tempo de contemplação e leitura.
Propício à descoberta de novas cores, formas e ritmos.
Tempo de contemplação e leitura.
Propício à descoberta de novas cores, formas e ritmos.
LISBOA NA LITERATURA PORTUGUESA CONTEMPORÂNEA
Jardins Secretos de Lisboa, Manuela Gonzaga, Colecção Holograma, Âncora Editora, Lisboa, Novembro de 2005 (2.ª edição).
Cacei-o no meio de uma pilha de livros usados num alfarrabista e confesso que estou a gostar de viajar por Lisboa e pela História de Portugal através do primeiro romance desta portuense.
DA FRESCURA DAS ALFACINHAS
Basta olhá-las à boa luz de Lisboa, para ver que as mulheres desta cidade estão cada vez mais bonitas. Refiro-me exclusivamente às lisboetas, propriamente ditas, aqui nadas e criadas, e tenho para mim que o apurar da sua graça e raça está relacionada com a afirmação que fazem questão de fazer perante as turistas estrangeiras que nos visitam. Coisas do foro da saudável competição, a qual ajuda a elevar o nível, em tudo, até porque já se sabe que as mulheres não se vestem para agradar aos homens mas sim para impressionar as outras mulheres.
domingo, 10 de junho de 2018
10 DE JUNHO — DIA DE PORTUGAL
Retirei do baú este autocolante que usei — do alto dos meus 14 anos — na primeira manifestação do 10 de Junho em que participei. Foi em 1980. Fui sozinho. Juntei-me à concentração no Largo do Príncipe Real e incorporei-me no desfile até à Praça dos Restauradores. Num e noutro lugar ouvi inflamados e inflamantes discursos de jovens fascinantes figuras da Cultura Nacional.
Nesse mesmo ano, passados alguns meses, fundei o NEM — Núcleo dos Estudantes Monárquicos (do Liceu Nacional de D. Filipa de Lencastre); e, a partir daí, passei a estar nos 10 de Junho e nos 1.º de Dezembro à cabeça do referido núcleo liceal, até 1985.
Bons tempos.
SOBRE A ENCARNAÇÃO SIMBÓLICA DA NAÇÃO
Camões (Portugal, 1946), Leitão de Barros.
Quiseram outros que Leitão de Barros tivesse criado um Camões estudioso, um vate bem comportado, um «português sério», mas o cineasta preferiu o «Trinca-Fortes», amante da vida, amoroso sempre, solitário, perseguido, derrotado, doente, mas que, nisso mesmo, no excesso barroco, no contraste entre um quotidiano vulgar e uma visão grandiosa, no coração, no sentido da viagem e da distância, pudesse simbolizar Portugal. Por isso o poeta, no final da película, morre com a Pátria, pois quando ele morre é Portugal que morre também.
In História do Cinema Português, de Luís de Pina, edição Publicações Europa-América, colecção Saber, n.º 190, Lisboa, 1986.
sábado, 9 de junho de 2018
O BLOGUE É...
... um livro em branco,
uma prova de vida,
um espelho,
um diário críptico,
uma armadilha para curiosos,
uma tese de filosofia,
um desabafo,
uma casa,
um jogo de xadrez,
um jardim,
um duelo,
uma janela,
uma colagem surrealista,
um largo gesto de bom-gosto,
um voyeur à solta,
uma agenda codificada para um círculo de iniciados,
um espaço de crítica,
uma comédia,
um canal de comunicação,
um manifesto cultural,
uma pedra no sapato do pensamento único,
um caderno de apontamentos,
um labirinto de recordações,
um passe de mágica,
uma arma de sedução,
uma mulher nua,
uma paixão assolapada,
uma tragédia,
um bloco de notas deixado numa mesa de café,
uma atitude política,
uma esperança no futuro,
uma coisa séria,
um hipnótico fascínio estético,
a procura de uma ética,
uma coisa patética,
uma carta de amor,
um secreto local de encontro,
um momento poético,
um ponto-de-vista para contemplação,
um mecanismo de exibicionismo,
um caso sério,
uma biblioteca,
um salão de baile,
um álbum de fotografias,
um sótão com baú,
uma caixa de Pandora,
uma videoteca,
um vício,
uma narrativa fragmentada,
uma montagem rítmica,
uma viagem sem fim,
um fio de Ariadne,
um eterno retorno,
uma fonoteca,
um bar,
uma confissão,
um lar,
uma tertúlia,
uma festa,
um flash na noite,
um grito no espaço,
um salto para a eternidade,
um lugar de redenção,
um gabinete de coleccionador,
uma galeria de arte,
um work in progress,
uma obra em construção,
um sonho,
um pesadelo,
uma dívida,
uma dúvida,
uma dádiva...
uma prova de vida,
um espelho,
um diário críptico,
uma armadilha para curiosos,
uma tese de filosofia,
um desabafo,
uma casa,
um jogo de xadrez,
um jardim,
um duelo,
uma janela,
uma colagem surrealista,
um largo gesto de bom-gosto,
um voyeur à solta,
uma agenda codificada para um círculo de iniciados,
um espaço de crítica,
uma comédia,
um canal de comunicação,
um manifesto cultural,
uma pedra no sapato do pensamento único,
um caderno de apontamentos,
um labirinto de recordações,
um passe de mágica,
uma arma de sedução,
uma mulher nua,
uma paixão assolapada,
uma tragédia,
um bloco de notas deixado numa mesa de café,
uma atitude política,
uma esperança no futuro,
uma coisa séria,
um hipnótico fascínio estético,
a procura de uma ética,
uma coisa patética,
uma carta de amor,
um secreto local de encontro,
um momento poético,
um ponto-de-vista para contemplação,
um mecanismo de exibicionismo,
um caso sério,
uma biblioteca,
um salão de baile,
um álbum de fotografias,
um sótão com baú,
uma caixa de Pandora,
uma videoteca,
um vício,
uma narrativa fragmentada,
uma montagem rítmica,
uma viagem sem fim,
um fio de Ariadne,
um eterno retorno,
uma fonoteca,
um bar,
uma confissão,
um lar,
uma tertúlia,
uma festa,
um flash na noite,
um grito no espaço,
um salto para a eternidade,
um lugar de redenção,
um gabinete de coleccionador,
uma galeria de arte,
um work in progress,
uma obra em construção,
um sonho,
um pesadelo,
uma dívida,
uma dúvida,
uma dádiva...
LEVANTAMENTO DAS ÁRVORES PORTUGUESAS (PORQUE O QUE É NACIONAL É BOM)
Letra C: Carrasco, Carrasco-Arbóreo, Carvalho-Alvarinho, Carvalho-Cerquinho, Carvalho-de-Monchique, Carvalho-Negral, Carvalho-Português, Carvalho-Roble, Castanheiro, Catapereiro, Cerejeira-Brava, Cerejeira-de-Santa-Lúcia, Cevadilha, Choupo-Branco, Choupo-Negro, Cornalheira.
sexta-feira, 8 de junho de 2018
quinta-feira, 7 de junho de 2018
LEVANTAMENTO DAS ÁRVORES PORTUGUESAS (PORQUE O QUE É NACIONAL É BOM)
Letra B: Barrete-de-Padre, Bétula, Borrazeira-Preta, Buxo.
quarta-feira, 6 de junho de 2018
RECORDANDO VASCO SANTANA EM MÊS DE MARCHAS POPULARES E FESTAS DE LISBOA
Em Dezembro de 1932, iniciaram-se os trabalhos de edificação do estúdio cinematográfico da Tobis, na Quinta das Conchas, ao Lumiar, em Lisboa. No início do ano, tinha sido dado o arranque para a Companhia Portuguesa de Filmes Sonoros Tobis Klang Film, que se constituiu formalmente em Junho de 1932. Este nome ficou a dever-se à casa-mãe alemã (Tobis, abreviatura de Tonbild SyndiKat), por ter sido esta a fornecer-lhe a aparelhagem técnica. Lisboa e Berlim surgem assim de mãos dadas, para o advento do Cinema Sonoro em Portugal.
O então jovem arquitecto Cottinelli Telmo desenha e orienta a construção do estúdio, num radical projecto de fino recorte moderno e funcional, em articulação com a bela paisagem envolvente. José Ângelo Cottinelli Telmo nasceu em Lisboa, em Novembro de 1897, e viria a morrer num trágico acidente de pesca desportiva na Praia do Guincho, sportsman que era, em 1948. Filho de músicos, entra em 1915 para as Belas-Artes de Lisboa, a fim de cursar Arquitectura. Antes de aí se licenciar, em 1920, Cottinelli participa nas animadas tertúlias do Chiado, onde convive com os «novos», virando as costas ao academismo passadista da escola. Dessas relações sairiam, por exemplo, trabalhos para bailados (com Almada Negreiros), bandas desenhadas (para o ABC), décors de filmes de Leitão de Barros, e etc. e tal. Revelou-se, ainda, como actor e compositor, nas festas de estudantes de Belas-Artes. Como arquitecto, constrói alguns dos primeiros edifícios modernistas de Lisboa: Stand da FIAT (Av.da Liberdade, 1926-1929); Estação Fluvial do Terreiro do Paço (1928-1932); e, finalmente, a nossa Tobis. Carreira esta que atingiria o apogeu com a sua nomeação para arquitecto-chefe da Exposição do Mundo Português, em 1940.
Foi, por esta altura, o principal colaborador de Duarte Pacheco (se este não tivesse morrido em 1943, Cottinelli em 1948, e Ferro em 1956, a História das Artes e dos Espectáculos, no Século XX, em Portugal, teria cantado mais alto… mas, essa é outra história… fica para a próxima).
A Tobis só ficou concluída no ano de 1934. No entanto, antes disso, Portugal vai ter o seu primeiro filme sonoro rodado aí, num plateau improvisado. Ao mesmo tempo que orienta a construção do estúdio, que, no local, era dirigida pelo francês A. P. Richard, Telmo escrevia e realizava A Canção de Lisboa, tendo como conselheiro técnico Chianca de Garcia, outro dos grandes entusiastas da Tobis, desde a primeira hora, a par de Cottinelli Telmo e Leitão de Barros.
A Canção de Lisboa (Portugal, 1933) surge, pois, como fruto da gente nova, formada na cinefilia, no culto das Artes, e no bom-gosto. Se esta nova geração está pronta, e as infra-estruturas lançadas no terreno, faltavam ainda técnicos e actores para dar corpo ao primeiro filme sonoro totalmente feito (rodado e sonorizado) em Portugal.
Olhando com atenção para a ficha técnica (hábito perdido nos apressados dias de hoje, onde nos servem ao domicílio os filmes amputados dessa parte), descobrimos toda a fina-flor da Arte Portuguesa de então. O próprio genérico é de Almada Negreiros, que desenha também os dois cartazes do filme; o pintor Carlos Botelho é assistente de realização; José Galhardo escreve os inesquecíveis diálogos e as letras das canções, que passam de pais para filhos há exactamente oitenta anos; encontramos um trio de luxo na fotografia — Henri Barreyre, Octávio Bobone e César de Sá; o «russo branco» — vindo do Cinema Mudo Russo (pré-soviético; pois não foram os comunistas que lá inventaram o Cinema, como alguns parecem pensar) — Chakatonny; o engenheiro Paulo de Brito Aranha na direcção de som (cargo que iria manter na Tobis, por largos anos); o poeta José Gomes Ferreira — esse mesmo! — na assistência de montagem; Raul Ferrão e Raul Portela na autoria da música das canções; e, por aí fora…
Os actores constituem um elenco «de se lhe tirar o chapéu»: Vasco Santana, Beatriz Costa, António Silva, Teresa Gomes, Álvaro de Almeida, Manuel Santos Carvalho, e o jovem realizador Manoel de Oliveira, numa breve aparição como o galã, bon-vivant (que, de facto, era) e fiel amigo, Carlos, do desgraçado Vasquinho (Vasco Santana).
A articulação entre as equipas técnica e artística contou com a preciosa colaboração de técnicos profissionais vindos, essencialmente, da Alemanha e de França: Hans-Christof Wolhrab, Tonka Taldy, Jeanette Pakon, para além dos já nomeados anteriormente.
Sinal dos tempos, é de referir que Beatriz Costa saía de uma peça de teatro de revista, em cena na altura, onde era cabeça de cartaz, às duas horas da manhã, e apresentava-se às sete horas, da mesma manhã, na Tobis, impecavelmente maquilhada, à espera da ordem: «Acção!».
Por tudo isto, estamos perante um filme fundador: não só do Cinema Sonoro Português, mas do género fílmico da Comédia Portuguesa. Até hoje, tudo o que se tenta fazer, neste domínio, continua a ter como referência e influência A Canção de Lisboa.
Não vamos contar aqui a história da fita, pois ela está gravada na memória colectiva das famílias da nossa Terra. Parece-me é ser importante, para os intelectuais desconfiados do género cómico, lembrar que, à época, também René Clair e Jean Renoir o praticavam, na Europa; e, vendo a nossa Canção ao lado dessas películas, percebemos que o Cinema Português esteve alinhado com o «espírito do tempo» e conseguiu — simultaneamente — ser espelho da comunidade lisboeta, em todos os seus detalhes de puzzle social complexo, por de trás de uma aparente simplicidade brejeira.
Não basta, de facto, olhar. É preciso ver. E, para isso, há que lavar os olhos entre dois olhares, libertando-os de preconceitos aviados em estilo erudito por certos escribas da nossa praça que conseguem descortinar maravilhas nos mais obscuros objectos (antes fosse o do Buñuel) e cegar perante a luminosidade d’A Canção de Lisboa.
Alguns cépticos perguntarão ainda: «Mas o que é que a fita tem?». Tem uma história bem contada — o estudante de Medicina, apaixonado pela costureirinha do bairro, filha de um «pai tirano», surpreendido pelas velhas tias tontas, mas ricas, e provincianas —, diálogos de extraordinário ritmo — ditos com irrepreensível dicção, e cheios de segundos sentidos e trocadilhos —, actores que representam com alegria e vivacidade, uma bela estrutura musical, o fado, o lirismo, os sentimentos — sem ser sentimentalista —, as piadas, a psicologia do Povo Português (Lisboa como síntese da Alma Nacional) apresentada com naturalidade e com subtil — quase invisível — profundidade.
Tão simples… e, porém, tão difícil de fazer, com o mesmo bom gosto, de novo!
O então jovem arquitecto Cottinelli Telmo desenha e orienta a construção do estúdio, num radical projecto de fino recorte moderno e funcional, em articulação com a bela paisagem envolvente. José Ângelo Cottinelli Telmo nasceu em Lisboa, em Novembro de 1897, e viria a morrer num trágico acidente de pesca desportiva na Praia do Guincho, sportsman que era, em 1948. Filho de músicos, entra em 1915 para as Belas-Artes de Lisboa, a fim de cursar Arquitectura. Antes de aí se licenciar, em 1920, Cottinelli participa nas animadas tertúlias do Chiado, onde convive com os «novos», virando as costas ao academismo passadista da escola. Dessas relações sairiam, por exemplo, trabalhos para bailados (com Almada Negreiros), bandas desenhadas (para o ABC), décors de filmes de Leitão de Barros, e etc. e tal. Revelou-se, ainda, como actor e compositor, nas festas de estudantes de Belas-Artes. Como arquitecto, constrói alguns dos primeiros edifícios modernistas de Lisboa: Stand da FIAT (Av.da Liberdade, 1926-1929); Estação Fluvial do Terreiro do Paço (1928-1932); e, finalmente, a nossa Tobis. Carreira esta que atingiria o apogeu com a sua nomeação para arquitecto-chefe da Exposição do Mundo Português, em 1940.
Foi, por esta altura, o principal colaborador de Duarte Pacheco (se este não tivesse morrido em 1943, Cottinelli em 1948, e Ferro em 1956, a História das Artes e dos Espectáculos, no Século XX, em Portugal, teria cantado mais alto… mas, essa é outra história… fica para a próxima).
A Tobis só ficou concluída no ano de 1934. No entanto, antes disso, Portugal vai ter o seu primeiro filme sonoro rodado aí, num plateau improvisado. Ao mesmo tempo que orienta a construção do estúdio, que, no local, era dirigida pelo francês A. P. Richard, Telmo escrevia e realizava A Canção de Lisboa, tendo como conselheiro técnico Chianca de Garcia, outro dos grandes entusiastas da Tobis, desde a primeira hora, a par de Cottinelli Telmo e Leitão de Barros.
A Canção de Lisboa (Portugal, 1933) surge, pois, como fruto da gente nova, formada na cinefilia, no culto das Artes, e no bom-gosto. Se esta nova geração está pronta, e as infra-estruturas lançadas no terreno, faltavam ainda técnicos e actores para dar corpo ao primeiro filme sonoro totalmente feito (rodado e sonorizado) em Portugal.
Olhando com atenção para a ficha técnica (hábito perdido nos apressados dias de hoje, onde nos servem ao domicílio os filmes amputados dessa parte), descobrimos toda a fina-flor da Arte Portuguesa de então. O próprio genérico é de Almada Negreiros, que desenha também os dois cartazes do filme; o pintor Carlos Botelho é assistente de realização; José Galhardo escreve os inesquecíveis diálogos e as letras das canções, que passam de pais para filhos há exactamente oitenta anos; encontramos um trio de luxo na fotografia — Henri Barreyre, Octávio Bobone e César de Sá; o «russo branco» — vindo do Cinema Mudo Russo (pré-soviético; pois não foram os comunistas que lá inventaram o Cinema, como alguns parecem pensar) — Chakatonny; o engenheiro Paulo de Brito Aranha na direcção de som (cargo que iria manter na Tobis, por largos anos); o poeta José Gomes Ferreira — esse mesmo! — na assistência de montagem; Raul Ferrão e Raul Portela na autoria da música das canções; e, por aí fora…
Os actores constituem um elenco «de se lhe tirar o chapéu»: Vasco Santana, Beatriz Costa, António Silva, Teresa Gomes, Álvaro de Almeida, Manuel Santos Carvalho, e o jovem realizador Manoel de Oliveira, numa breve aparição como o galã, bon-vivant (que, de facto, era) e fiel amigo, Carlos, do desgraçado Vasquinho (Vasco Santana).
A articulação entre as equipas técnica e artística contou com a preciosa colaboração de técnicos profissionais vindos, essencialmente, da Alemanha e de França: Hans-Christof Wolhrab, Tonka Taldy, Jeanette Pakon, para além dos já nomeados anteriormente.
Sinal dos tempos, é de referir que Beatriz Costa saía de uma peça de teatro de revista, em cena na altura, onde era cabeça de cartaz, às duas horas da manhã, e apresentava-se às sete horas, da mesma manhã, na Tobis, impecavelmente maquilhada, à espera da ordem: «Acção!».
Por tudo isto, estamos perante um filme fundador: não só do Cinema Sonoro Português, mas do género fílmico da Comédia Portuguesa. Até hoje, tudo o que se tenta fazer, neste domínio, continua a ter como referência e influência A Canção de Lisboa.
Não vamos contar aqui a história da fita, pois ela está gravada na memória colectiva das famílias da nossa Terra. Parece-me é ser importante, para os intelectuais desconfiados do género cómico, lembrar que, à época, também René Clair e Jean Renoir o praticavam, na Europa; e, vendo a nossa Canção ao lado dessas películas, percebemos que o Cinema Português esteve alinhado com o «espírito do tempo» e conseguiu — simultaneamente — ser espelho da comunidade lisboeta, em todos os seus detalhes de puzzle social complexo, por de trás de uma aparente simplicidade brejeira.
Não basta, de facto, olhar. É preciso ver. E, para isso, há que lavar os olhos entre dois olhares, libertando-os de preconceitos aviados em estilo erudito por certos escribas da nossa praça que conseguem descortinar maravilhas nos mais obscuros objectos (antes fosse o do Buñuel) e cegar perante a luminosidade d’A Canção de Lisboa.
Alguns cépticos perguntarão ainda: «Mas o que é que a fita tem?». Tem uma história bem contada — o estudante de Medicina, apaixonado pela costureirinha do bairro, filha de um «pai tirano», surpreendido pelas velhas tias tontas, mas ricas, e provincianas —, diálogos de extraordinário ritmo — ditos com irrepreensível dicção, e cheios de segundos sentidos e trocadilhos —, actores que representam com alegria e vivacidade, uma bela estrutura musical, o fado, o lirismo, os sentimentos — sem ser sentimentalista —, as piadas, a psicologia do Povo Português (Lisboa como síntese da Alma Nacional) apresentada com naturalidade e com subtil — quase invisível — profundidade.
Tão simples… e, porém, tão difícil de fazer, com o mesmo bom gosto, de novo!
domingo, 3 de junho de 2018
LEVANTAMENTO DAS ÁRVORES PORTUGUESAS (PORQUE O QUE É NACIONAL É BOM)
Letra A: Abrunheiro-Bravo, Aderno-de-Folhas-Largas, Alfarrobeira, Alfenheiro, Amieiro, Aroeira, Aveleira, Azereiro, Azevinho, Azinheira.