quinta-feira, 30 de agosto de 2018
Passo férias, desde o ano em que iniciei este blogue, numa velha vila piscatória onde se lê. Dos locais aos banhistas, passando pelos recentes turistas. Aliás, já Ramalho Ortigão escrevia, surpreendido, na sua deliciosa obra As Praias de Portugal, que, inesperadamente, espreitando para o interior das casas se vislumbravam livros em estantes.
DA EVOLUÇÃO ESTIVAL DA BLOGOSFERA
Quando os blogues apareceram, na década passada, o Verão correspondia a um deserto de leitores. Agora, na era dos telemóveis com acesso à net, estes meses são, por estranho que possa parecer, dos que trazem mais visitantes.
quarta-feira, 29 de agosto de 2018
ESTAÇÕES DO ANO E ESTADOS DE ALMA
Veraneio num lugar onde se sucedem as quatro estações num dia. Um sítio assim faz com que se vivam quatro estados de alma em vinte e quatro horas. Experiência só aconselhável a espíritos fortes.
PARADIGMAS DA VIDA SOCIAL EM PLENO VERÃO
Quem fica no interior dos bares quer ver quem passa sem ser visto e quem vai para o exterior quer ver e ser visto.
PARADOXOS DA VIDA SOCIAL EM PLENO VERÃO
Enquanto os encalorados turistas nórdicos preferem ficar no aconchego do interior dos bares os friorentos veraneantes portugueses ocupam as concomitantes esplanadas varridas pela cruel nortada.
terça-feira, 28 de agosto de 2018
segunda-feira, 27 de agosto de 2018
PORQUE HÁ UMA BARTENDER SEXY POR AQUI
A música que estou a ouvir, em homenagem à miúda em epígrafe, é Don't You Want, dos Human League, mas não a publicarei aqui porque não me consigo desenvencilhar dos anúncios que surgem pespegados no respectivo teledisco. Aliás, se este bombardeamento publicitário continuar, deixarei de partilhar vídeos no blogue. Tenho dito.
domingo, 26 de agosto de 2018
DO CHIADO DE OUTRAS ERAS
Pois as cidades têm alguma coisa parecida com as nossas salas de visitas, locais que o mundanismo e a elegância consagraram, onde se não tratam negócios e onde apenas existem estabelecimentos de luxo. Se quiséssemos, passaríamos toda a vida sem atravessar tais ruas: não há necessidade que lá nos chame. Ali se reúnem os descuidados da vida, os janotas e as damas de alto tom (...). Para a nossa capital, esse papel é desempenhado pelo Chiado, eterno forum de elegância e distinção lisboetas. Esta simples palavra Chiado, pronunciada perante um provinciano, desperta-lhe todo um mundo de representações galantes, de luxo e de opulência, de movimento e de alegria.
In jornal O Século de 16 de Novembro de 1902.
sábado, 25 de agosto de 2018
DESGRAÇADA PENÍNSULA IBÉRICA
Já se sabe que para cá dos Pirinéus reina a ditadura cultural do pensamento único politicamente correcto há quarenta anos. Contudo, os demagogos governantes demo-liberais nunca tinham ido tão longe em pecaminosos actos. Refiro-me concretamente à cobarde e vingativa profanação de túmulos. Deus guarde Franco.
quarta-feira, 22 de agosto de 2018
ESCLARECIMENTO À NAVEGAÇÃO QUE BUSCA POR MIM
Não estou no LinkedIn porque tenho um site oficial e não estou nas redes sociais porque tenho um blogue pessoal.
terça-feira, 21 de agosto de 2018
AGOSTO COM ESPECIAL GOSTO NACIONAL
14 de Agosto de 1385 — Os Portugueses derrotaram os Castelhanos em Aljubarrota.
21 de Agosto de 1415 — Os Portugueses conquistaram Ceuta aos Islâmicos.
21 de Agosto de 1415 — Os Portugueses conquistaram Ceuta aos Islâmicos.
sexta-feira, 17 de agosto de 2018
DO SIGNIFICADO NÃO REVELADO DA ESCRITA
Queridos leitores dizem-me não compreender certas coisas que aqui escrevo. Não vos preocupais, pois determinadas vezes nem eu próprio percebo o que me sai da pena. Porém, cheira-me que mais tarde ou mais cedo essas palavras farão sentido.
DA SEDUÇÃO EM PLENO VERÃO
Ao fim de flirtar durante uma dúzia de saisons a fio com uma terra toda ela mar e sereias, estou definitivamente seduzido.
SOCIEDADE VERSUS SOCIAL
Enquanto o social arrivista e novo-riquista dá nas vistas (servido pelas famigeradas revistas e redes sociais), a sociedade, de forma própria e sóbria, continua a ser a referência ética e estética para a verdadeira aristocracia; quer seja do clero, da nobreza, da burguesia ou do povo (porque todos os tradicionais grupos sociais, que constituem a comunidade nacional orgânica, têm a sua aristocracia).
O SAGRADO E O PROFANO EM PLENO VERÃO
Em Portugal, o Verão tem em paralelo festas sagradas e profanas. Existe assim a possibilidade de os crentes se divertirem, depois de cumpridos os seus deveres religiosos, e de os ateus sentirem o apelo da espiritualidade católica.
O sítio onde veraneio é paradigmático disto, porque rico em ambos os tipos de celebrações, exemplar no respeito mútuo e fértil em saudáveis sinergias e sínteses. Ficamos todos a ganhar.
O sítio onde veraneio é paradigmático disto, porque rico em ambos os tipos de celebrações, exemplar no respeito mútuo e fértil em saudáveis sinergias e sínteses. Ficamos todos a ganhar.
VIDA VISTA E VIVIDA NUMA PRAIA TRADICIONAL
Há claramente ciclos de vinte anos na vida humana.
Com base na observação física e psicológica da espécie constato que até aos vinte anos os filhos passam as férias com os pais. Aos vinte, desaparecem. Aos quarenta, estão regressados, também eles já pais. Aos sessenta, estão livres das responsabilidades da paternidade, com os filhos criados, e são avós descontraídos. Aos oitenta, serão sábias figuras patriarcais e reverenciais, para toda a família. Aos cem, chegam os abençoados por Deus.
A luz solar ajuda a ver com mais clareza tudo isto.
Experimentem.
Com base na observação física e psicológica da espécie constato que até aos vinte anos os filhos passam as férias com os pais. Aos vinte, desaparecem. Aos quarenta, estão regressados, também eles já pais. Aos sessenta, estão livres das responsabilidades da paternidade, com os filhos criados, e são avós descontraídos. Aos oitenta, serão sábias figuras patriarcais e reverenciais, para toda a família. Aos cem, chegam os abençoados por Deus.
A luz solar ajuda a ver com mais clareza tudo isto.
Experimentem.
quinta-feira, 16 de agosto de 2018
LIVROS À BEIRA-MAR
Como sempre faço, vai para vários anos, vim para férias sem livros, a fim de aliviar a carga da numerosa família; mas, os ventos da sorte permitiram-me encontrar, num (na verdade no único que subsiste) dos meus conhecidos secretos lugares de livros — usados, velhos e antigos —, doze apetitosos volumes, que adquiri de imediato. Cá os tenho devorado, lentamente, durante as longas tardes de preguiça, gozando a boa sombra estival. Mantenho a ideia antiga de que saber gerir o ócio é uma suprema arte. Já os gregos o diziam — e melhor o faziam. Lá mais para a frente, quando a rentrée se fizer anunciar, aqui darei notícia da literatura consumida.
quarta-feira, 15 de agosto de 2018
segunda-feira, 13 de agosto de 2018
DEVERES DA VIDA SOCIAL EM PLENO VERÃO
Na silly season deve-se lançar na praia um sound bite novo por dia.
sábado, 11 de agosto de 2018
quinta-feira, 9 de agosto de 2018
SUNSET PERFEITO
Vendo ali o mar e lendo aqui um romance de Somerset Maugham, daqueles passados em paragens exóticas de sabor imperial, onde nada acontece, como em Proust, mas onde, volta e meia, somos surpreendidos por improváveis e inolvidáveis aforismos.
terça-feira, 7 de agosto de 2018
sábado, 4 de agosto de 2018
IMPÉRIO DAS NAÇÕES
Agora, que até o assustado sistema mundialista já fala em internacional nacionalista, dá-me gozo recordar que sempre disse e escrevi, aqui e em toda a parte, que este século seria o do triunfo definitivo dos nacionalismos. E também sempre acreditei que os ventos de mudança viriam das nações do leste da Europa: Rússia, Polónia, Hungria, República Checa, Eslováquia, etc., não me deixaram ficar mal, reencontrando-se com as suas diferentes mas semelhantes identidades culturais e provando que é possível criar uma sinergia comum em prol da verdadeira Europa. Confesso contudo que não esperava que o primeiro país ocidental a despertar e a dar o sinal fosse a Itália; mas, bem vistas as coisas, essa é a tradição. As eleições europeias do próximo ano serão apenas a simbólica consagração, através das vitórias eleitorais nas diversas pátrias, deste imparável movimento de nações em marcha.
sexta-feira, 3 de agosto de 2018
LIVROS ADQUIRIDOS E LIDOS À BEIRA-MAR
Já se sabe que tenho a sorte de não vir carregado para férias com livros pois veraneio numa estância balnear de forte tradição piscatória mas também cultural onde desde sempre houve vendas de livros manuseados em diversos lugares. Contudo, neste estio, ainda só consegui comprar dois volumes, porque vários dos locais atrás referidos encerraram ou deixaram de ter literatura. Em breve revelarei aqui as novidades bibliográficas, esperando não me ficar apenas por duas...