sexta-feira, 30 de setembro de 2011
UM PAÍS SEM MASSA CRÍTICA TORNA-SE MASSA TENRA
Se há coisa que me intriga na blogosfera portuguesa, é a falta de comparência de gente nova. Gente nova, assim mesmo, sem mais nem menos. O que quero com isto dizer é que me espanta a rede ser utilizada essencialmente por pessoas que já têm assento — muitas delas há décadas — nos meios de comunicação convencionais. Será que não existe mais ninguém disposto a usar este espaço de liberdade, ainda para mais gratuito e acessível, num espírito de partilha e comunhão cultural? Talvez não haja outros — além dos do costume — com alguma coisa para dizer... É que não basta saber escrever, ainda é preciso pensar. E não dá massa. Enfim, uma maçada.
DAS CAGANÇAS
É uma família muito antiga, sim senhor; mas, curiosamente, ninguém se distingue nela há — pelo menos — 200 anos...!
C'EST EN SEPTEMBRE
Les oliviers baissent les bras
Les raisins rougissent du nez
Et le sable est devenu froid
Au blanc soleil
Maitres baigneurs et saisonniers
Retournent à leurs vrais métiers
Et les santons seront sculptés
Avant Noël
C'est en septembre
Quand les voiliers sont dévoilés
Et que la plage tremble sous l'ombre
D'un automne débronzé
C'est en septembre
Que l'on peut vivre pour de vrai
En été mon pays à moi
En été c'est n'importe quoi
Les caravanes le camping-gaz
Au grand soleil
La grande foire aux illusions
Les slips trop courts, les shorts trop longs
Les hollandaises et leurs melons
De Cavaillon
C'est en septembre
Quand l'été remet ses souliers
Et que la plage est comme un ventre
Que personne n'a touché
C'est en septembre
Que mon pays peut respirer
Pays de mes jeunes années
Là où mon père est enterré
Mon école était chauffée
Au grand soleil
Au mois de mai, moi je m'en vais
Et je te laisse aux étrangers
Pour aller faire l'étranger moi-même
Sous d'autres ciels
Mais en septembre
Quand je reviens où je suis né
Et que ma plage me reconnaît
Ouvre des bras de fiancée
C'est en septembre
Que je me fais la bonne année
C'est en septembre
Que je m'endors sous l'olivier
[Letra: Gilbert Bécaud & Maurice Vidalin. Música: Gilbert Bécaud & Neil Diamond.]
Les raisins rougissent du nez
Et le sable est devenu froid
Au blanc soleil
Maitres baigneurs et saisonniers
Retournent à leurs vrais métiers
Et les santons seront sculptés
Avant Noël
C'est en septembre
Quand les voiliers sont dévoilés
Et que la plage tremble sous l'ombre
D'un automne débronzé
C'est en septembre
Que l'on peut vivre pour de vrai
En été mon pays à moi
En été c'est n'importe quoi
Les caravanes le camping-gaz
Au grand soleil
La grande foire aux illusions
Les slips trop courts, les shorts trop longs
Les hollandaises et leurs melons
De Cavaillon
C'est en septembre
Quand l'été remet ses souliers
Et que la plage est comme un ventre
Que personne n'a touché
C'est en septembre
Que mon pays peut respirer
Pays de mes jeunes années
Là où mon père est enterré
Mon école était chauffée
Au grand soleil
Au mois de mai, moi je m'en vais
Et je te laisse aux étrangers
Pour aller faire l'étranger moi-même
Sous d'autres ciels
Mais en septembre
Quand je reviens où je suis né
Et que ma plage me reconnaît
Ouvre des bras de fiancée
C'est en septembre
Que je me fais la bonne année
C'est en septembre
Que je m'endors sous l'olivier
[Letra: Gilbert Bécaud & Maurice Vidalin. Música: Gilbert Bécaud & Neil Diamond.]
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
TRADIÇÃO, ARTE, HISTÓRIA E EMOÇÃO!
Decorrerá hoje, no Campo Pequeno, uma Corrida de Gala à Antiga Portuguesa. Quer isto dizer que a Corrida de Toiros é precedida de um cortejo histórico, à maneira das Touradas Reais do tempo de El-Rei D. João V, com as personagens vestidas à época e representando as funções simbólicas que exerciam nessa 1.ª metade do século XVIII. Logo de seguida, passar-se-á às cortesias contemporâneas e a faena iniciar-se-á. Ao que sei, a Monumental Praça estará completamente cheia, esperando que os cavaleiros toureiem magnificamente e os forcados sejam de extrema bravura. A RTP em boa hora decidiu transmiti-la em directo. Portanto — ao vivo ou pela televisão —, um espectáculo absolutamente a não perder!
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
HÁ AFINIDADE E AFINIDADES
Sinto menos afinidades com certos parentes consanguíneos do que com outros parentes que o são apenas por afinidade e com quem tenho de facto muitas afinidades.
terça-feira, 27 de setembro de 2011
DA INTERNET
Perguntaram-me:
— A tecnologia não é inimiga da espiritualidade?
Respondi:
— Não, se a tua espiritualidade for sólida, a tecnologia pode e deve ser um meio para a aprofundares e a transmitires aos outros.
— A tecnologia não é inimiga da espiritualidade?
Respondi:
— Não, se a tua espiritualidade for sólida, a tecnologia pode e deve ser um meio para a aprofundares e a transmitires aos outros.
A ETERNA QUESTÃO DO REGIME
Perante o desgraçado estado a que o nosso multicentenário Estado chegou, dizem-me que temos de criar uma «nova República». Mais do mesmo, portanto. Estou convencido de que uma velha Monarquia — à antiga portuguesa — resolveria a coisa. Um referendo sobre o assunto é que continua a ser tabu. Por que razão oculta será?
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
EXPRESSO DO OCIDENTE
Segunda-feira, 19 de Setembro
O estado a que chegou a Nação não é famoso. Ao almoço, relata-me um conhecido recém-chegado da Grécia que a diferença entre Lisboa e Atenas, pelo menos ao nível anímico, é colossal. E, pasmem… a favor dos gregos que, ao que me é dito, não vivem na lusa depressão de se fixar constantemente na crise talvez mesmo aumentando-a. Nem de propósito, na televisão entrevistam-se jovens recém-chegados aos estudos universitários que confessam o sonho que é também antevisão do futuro que têm mais certo: a licenciatura seguida da fuga para o estrangeiro. E fossem apenas os licenciados… não sei se também acontece com o estimado leitor mas a mim surpreende-me constantemente o número de pessoas conhecidas que vão declarando a intenção de tentar a sorte lá por fora - e note-se que não me surpreende porque não tenham razão, mas apenas porque são de facto em número significativo e, o que é talvez pior, em doses crescentes. Sem pingo de soberania, governados por inaptos que pretendem ir mesmo mais longe do que aquilo que exigem os tutores, acorrentados por entre interesses económicos em circuito fechado e influências maçónicas (e outras igualmente obscuras) que quase tudo controlam e, não menos relevante, sem que se perceba a quantos anos de recessão (ou estagnação, dirão os optimistas) estamos condenados, será lícito condenar os que partem mesmo sabendo que desta vez são os mais qualificados? Ou dito de outro modo: pode um país ter um futuro decente num quadro destes?
Terça-feira, 20 de Setembro
Há coisas que demonstram a verdadeira confiança das pessoas nos governos, muito para além das sondagens e dos estudos de opinião, sinais que não deixam dúvidas. E estando a falar daquilo com que se compram os melões, diminui a margem de erro. Pois bem, conta-nos o i que um número cada vez maior de portugueses transfere as suas poupanças para o Deutsche Bank mesmo perante taxas menos atractivas, agora que o banco alemão é mera sucursal da casa mãe e já não uma sociedade de Direito português. A explicação é simples e deve-se naturalmente à maior procura de garantir a integridade dos depósitos, à nenhuma confiança no Euro e, sobretudo, à escassa confiança de que possamos manter-nos por muito tempo dentro do dito. Apesar da sua importância e de se constituir como importante barómetro da confiança dos portugueses na embrulhada em que estamos metidos, a verdade é que a comunicação social, por estes dias totalmente concentrada no alvo da Madeira, fez pouco eco da notícia. Foi pena. Eu, pelo menos, gostaria de ter visto alguém a questionar o dr. Passos Coelho ou o ministro Gaspar sobre esta pequeno comprovativo da confiança que cada vez mais patrícios realmente depositam nessas criaturas.
Por falar no alvo da Madeira, verifico que o dr. Jardim dispara mais uma vez rumo às desvergonhas continentais. Desta feita, por entre uma poncha e um naco daquele fantástico Bolo do Caco, o líder madeirense desafiou "o Estado português a pôr cá fora, desde o 25 de Abril, qual foi o montante que perdoou de dívida aos países africanos que hoje são independentes". Pergunta certeira a que os destinatários fizeram, naturalmente, orelhas moucas. Arrisco que tivesse o perdão sido nenhum e talvez hoje houvesse um menor número de portugueses a sentir maior conforto nos balcões do Deutsche Bank.
Sexta-feira, 23 de Setembro
Ficamos a saber pelo Jornal de Negócios que as testemunhas já arroladas para o julgamento da "Face Oculta" são já cerca de oitocentas, sendo que o prazo para indicar mais umas quantas ainda não terminou. Eis a Justiça lusa no seu melhor, a antecipar garantias de rapidez nas vésperas de mais esta "Casa Pia" anunciada. Será preciso não ser licenciado em Direito para ver que este tipo de longa-metragem só aproveita aos culpados?
Sábado, 24 de Setembro
O i informa que o número de maçons do Grande Oriente Lusitano duplicou em seis anos. Olhando ao estado do país, não só não estranho o crescimento como ainda deduzo que os noviços tenham todos eles abichado importantes cargos na estrutura do Estado continental e nas suas empresas. Digo continental porque me dizem que na Madeira esta malta não faz farinha. No mesmo quiosque recebo o Expresso. E desta feita não me arrependo de carregar o saco visto que os quilos de papel acompanham o DVD de Gran Torino, obra essencial de Clint Eastwood que cobre de (muito) largo a absoluta inutilidade do pasquim.
Domingo, 25 de Setembro
Em entrevista ao Jornal de Notícias, D. José Policarpo alinhava frase certeira: tal e qual ela está "ninguém sai da política com as mãos limpas". Bingo!
O estado a que chegou a Nação não é famoso. Ao almoço, relata-me um conhecido recém-chegado da Grécia que a diferença entre Lisboa e Atenas, pelo menos ao nível anímico, é colossal. E, pasmem… a favor dos gregos que, ao que me é dito, não vivem na lusa depressão de se fixar constantemente na crise talvez mesmo aumentando-a. Nem de propósito, na televisão entrevistam-se jovens recém-chegados aos estudos universitários que confessam o sonho que é também antevisão do futuro que têm mais certo: a licenciatura seguida da fuga para o estrangeiro. E fossem apenas os licenciados… não sei se também acontece com o estimado leitor mas a mim surpreende-me constantemente o número de pessoas conhecidas que vão declarando a intenção de tentar a sorte lá por fora - e note-se que não me surpreende porque não tenham razão, mas apenas porque são de facto em número significativo e, o que é talvez pior, em doses crescentes. Sem pingo de soberania, governados por inaptos que pretendem ir mesmo mais longe do que aquilo que exigem os tutores, acorrentados por entre interesses económicos em circuito fechado e influências maçónicas (e outras igualmente obscuras) que quase tudo controlam e, não menos relevante, sem que se perceba a quantos anos de recessão (ou estagnação, dirão os optimistas) estamos condenados, será lícito condenar os que partem mesmo sabendo que desta vez são os mais qualificados? Ou dito de outro modo: pode um país ter um futuro decente num quadro destes?
Terça-feira, 20 de Setembro
Há coisas que demonstram a verdadeira confiança das pessoas nos governos, muito para além das sondagens e dos estudos de opinião, sinais que não deixam dúvidas. E estando a falar daquilo com que se compram os melões, diminui a margem de erro. Pois bem, conta-nos o i que um número cada vez maior de portugueses transfere as suas poupanças para o Deutsche Bank mesmo perante taxas menos atractivas, agora que o banco alemão é mera sucursal da casa mãe e já não uma sociedade de Direito português. A explicação é simples e deve-se naturalmente à maior procura de garantir a integridade dos depósitos, à nenhuma confiança no Euro e, sobretudo, à escassa confiança de que possamos manter-nos por muito tempo dentro do dito. Apesar da sua importância e de se constituir como importante barómetro da confiança dos portugueses na embrulhada em que estamos metidos, a verdade é que a comunicação social, por estes dias totalmente concentrada no alvo da Madeira, fez pouco eco da notícia. Foi pena. Eu, pelo menos, gostaria de ter visto alguém a questionar o dr. Passos Coelho ou o ministro Gaspar sobre esta pequeno comprovativo da confiança que cada vez mais patrícios realmente depositam nessas criaturas.
Por falar no alvo da Madeira, verifico que o dr. Jardim dispara mais uma vez rumo às desvergonhas continentais. Desta feita, por entre uma poncha e um naco daquele fantástico Bolo do Caco, o líder madeirense desafiou "o Estado português a pôr cá fora, desde o 25 de Abril, qual foi o montante que perdoou de dívida aos países africanos que hoje são independentes". Pergunta certeira a que os destinatários fizeram, naturalmente, orelhas moucas. Arrisco que tivesse o perdão sido nenhum e talvez hoje houvesse um menor número de portugueses a sentir maior conforto nos balcões do Deutsche Bank.
Sexta-feira, 23 de Setembro
Ficamos a saber pelo Jornal de Negócios que as testemunhas já arroladas para o julgamento da "Face Oculta" são já cerca de oitocentas, sendo que o prazo para indicar mais umas quantas ainda não terminou. Eis a Justiça lusa no seu melhor, a antecipar garantias de rapidez nas vésperas de mais esta "Casa Pia" anunciada. Será preciso não ser licenciado em Direito para ver que este tipo de longa-metragem só aproveita aos culpados?
Sábado, 24 de Setembro
O i informa que o número de maçons do Grande Oriente Lusitano duplicou em seis anos. Olhando ao estado do país, não só não estranho o crescimento como ainda deduzo que os noviços tenham todos eles abichado importantes cargos na estrutura do Estado continental e nas suas empresas. Digo continental porque me dizem que na Madeira esta malta não faz farinha. No mesmo quiosque recebo o Expresso. E desta feita não me arrependo de carregar o saco visto que os quilos de papel acompanham o DVD de Gran Torino, obra essencial de Clint Eastwood que cobre de (muito) largo a absoluta inutilidade do pasquim.
Domingo, 25 de Setembro
Em entrevista ao Jornal de Notícias, D. José Policarpo alinhava frase certeira: tal e qual ela está "ninguém sai da política com as mãos limpas". Bingo!
Pedro Guedes da Silva
domingo, 25 de setembro de 2011
A PROPÓSITO DA PALESTINA
Todo o Povo tem o direito à independência e à soberania da sua Pátria e o dever de organizar-se nela sob a forma de Estado-Nação.
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
EQUINÓCIO DO OUTONO
Às 9 horas e 5 minutos entrámos numa nova Estação. O dia terá hoje exactamente a mesma duração da noite. Celebremos a chegada do Outono contemplando a Natureza.
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
DA LINHA EDITORIAL DESTE BLOGUE
Sugerem-me, volta e meia, que abra um blogue para falar disto e outro para tratar daquilo. Bem sei que me disperso por variadíssimos temas; mas, sempre tive um certo horror à especialização. A simples imagem da criatura que passa toda a sua santa vida ocupada com uma só tarefa, ou falando apenas sobre o mesmo assunto, assusta-me. Do que gosto mesmo é de ir aprofundando, em paralelo, vários interesses, muito ao ritmo de descobertas — ou deliciosos acasos — que vêm, quando menos se espera, enriquecer esta ou aquela área de investigação. Assim sendo, e seguindo esta metodologia, aqui — e só aqui — irei continuar a revelar pitadas das minhas incursões no mundo da Cultura, observada do meu ponto-de-vista. Pode dar-se o caso, pois, de hoje falar de Cinema, amanhã de Lisboa, depois de amanhã de Fotografia, e depois ainda de Poesia, e, ainda mais além, de Jardins, Livros e Mulheres — que são o princípio e o fim de todas as coisas —, e de Arquitectura e de Paisagismo — os males necessários para os nossos bens —, e de trinta por uma linha, passando pelo Xadrez e pela Música, e terminando na História, que anda necessitada de quem lhe deite a mão, para ver se começa a ser contada como deve ser.
Só embarca nesta viagem quem quiser, e nem é preciso tirar bilhete. Agarrem-se bem.
Só embarca nesta viagem quem quiser, e nem é preciso tirar bilhete. Agarrem-se bem.
terça-feira, 20 de setembro de 2011
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
EXPRESSO DO OCIDENTE
Quarta-feira, 14 de Setembro
Num parlamento que não há meio de reduzir o número de membros - na sua maioria inúteis - assim ajudando a generalidade dos portugueses na arreliadora tarefa de pagar a crise, vejo o novíssimo líder do bando socialista a atacar o ministro Nuno Crato por, alegadamente, ter colocado sábias reservas a um estudo da OCDE que jurava ser Portugal o país com maior êxito na obtenção de diplomas do ensino liceal. Curiosamente, não muito tempo antes a TVI tinha acabado de mostrar em horário nobre a excelência do êxito socialista na (des)educação: o Marco frequenta - é o termo certo… - o 8º ano sem que apesar disso saiba ler e escrever. Não há aqui erro, caro leitor, é tal e qual como lhe conto. O Marco sabe apesar de tudo uma coisa posto que, quando questionado sobre a possibilidade de tudo isto ser possível e ser verdade, responde com honestidade e um "sei lá, foi porque me passaram" . Menor grau de seriedade vem da responsável da escola do Marco que, à mesma pergunta, dispara um pedagogo "O sistema dá respostas às situações que melhor integrem o crescimento do aluno". Aposto que a mestra, que presumo adepta dos Magalhães, das Novas Oportunidades, das licenciaturas aos domingos e de todas as estatísticas aldrabadas que na verdade se estão nas tintas para os alunos e respectivos conhecimentos, acompanha António José Seguro na indignação perante Nuno Crato. Os putos, esses, que se lixem. E por arrastamento, o país que se lixe também.
Sábado, 17 de Setembro
Em pleno carnaval eleitoral, surge a notícia de que o governo regional da Madeira omitiu ao continente informação de comunicação obrigatória com impacto no défice que todos os dias nos aperta o cinto mais um bom bocado. A opinião que se publica no continente e que diz habitualmente de Alberto João Jardim o que Maomé não ousava dizer do toucinho, boa prova de que a imparcialidade jornalística é uma treta valente, levanta-se entre a histeria e a cólera exigindo a cabeça do líder madeirense e clamando por justiça. Isento de responsabilidades que estou, até me parece bem a reclamação - mesmo se chegada dos defensores da regionalização que, em sendo levada avante, multiplicaria por cinco ou por seis bandos idênticos aos do PSD-Madeira. Já não me parece tão bem é que aquilo que se exige para o Funchal não seja credor de eco para Lisboa. Eu explico: no Expresso, por exemplo, Miguel Sousa Tavares exige que os eleitores da Madeira votem nas próximas eleições regionais como ele pretende, sendo que a suceder de outro modo ergue o estúpido fantasma da independência ao mesmo tempo que declara estar farto - ele e os demais cubanos - de pagar os desvarios do eleitorado regional. Estava bem, mais uma vez, se o dr. Sousa Tavares usasse do mesmo método para o eleitorado continental. Há trinta anos que os bandos do bloco central (com o ajuda do CDS) aumentam a dívida pública do país - mais 80 mil milhões de euros só entre 2005 e 2011! - sem que, ao que se percebe, isso cause grande comichão ao colunista do Expresso. É que, note-se, também eu estou farto de ter que pagar os sucessivos disparates eleitorais dos muitos migueis do continente, comprovada e sucessivamente inaptos na hora de depositar o papelinho na urna. De modo que assim estamos: no dia em que estas hordas de colunistas politicamente correctos alinhavarem dois parágrafos de raciocínio com alguma coerência e idêntica boa-fé, serão credores dos meus respeitos. Até lá, temo que apenas lhes dê jeito fazer o dr. Jardim alombar com muitas das responsabilidades que de direito próprio também são suas. E enquanto assim suceder, queiram ou não, são todos farinha do mesmo saco.
Num parlamento que não há meio de reduzir o número de membros - na sua maioria inúteis - assim ajudando a generalidade dos portugueses na arreliadora tarefa de pagar a crise, vejo o novíssimo líder do bando socialista a atacar o ministro Nuno Crato por, alegadamente, ter colocado sábias reservas a um estudo da OCDE que jurava ser Portugal o país com maior êxito na obtenção de diplomas do ensino liceal. Curiosamente, não muito tempo antes a TVI tinha acabado de mostrar em horário nobre a excelência do êxito socialista na (des)educação: o Marco frequenta - é o termo certo… - o 8º ano sem que apesar disso saiba ler e escrever. Não há aqui erro, caro leitor, é tal e qual como lhe conto. O Marco sabe apesar de tudo uma coisa posto que, quando questionado sobre a possibilidade de tudo isto ser possível e ser verdade, responde com honestidade e um "sei lá, foi porque me passaram" . Menor grau de seriedade vem da responsável da escola do Marco que, à mesma pergunta, dispara um pedagogo "O sistema dá respostas às situações que melhor integrem o crescimento do aluno". Aposto que a mestra, que presumo adepta dos Magalhães, das Novas Oportunidades, das licenciaturas aos domingos e de todas as estatísticas aldrabadas que na verdade se estão nas tintas para os alunos e respectivos conhecimentos, acompanha António José Seguro na indignação perante Nuno Crato. Os putos, esses, que se lixem. E por arrastamento, o país que se lixe também.
Sábado, 17 de Setembro
Em pleno carnaval eleitoral, surge a notícia de que o governo regional da Madeira omitiu ao continente informação de comunicação obrigatória com impacto no défice que todos os dias nos aperta o cinto mais um bom bocado. A opinião que se publica no continente e que diz habitualmente de Alberto João Jardim o que Maomé não ousava dizer do toucinho, boa prova de que a imparcialidade jornalística é uma treta valente, levanta-se entre a histeria e a cólera exigindo a cabeça do líder madeirense e clamando por justiça. Isento de responsabilidades que estou, até me parece bem a reclamação - mesmo se chegada dos defensores da regionalização que, em sendo levada avante, multiplicaria por cinco ou por seis bandos idênticos aos do PSD-Madeira. Já não me parece tão bem é que aquilo que se exige para o Funchal não seja credor de eco para Lisboa. Eu explico: no Expresso, por exemplo, Miguel Sousa Tavares exige que os eleitores da Madeira votem nas próximas eleições regionais como ele pretende, sendo que a suceder de outro modo ergue o estúpido fantasma da independência ao mesmo tempo que declara estar farto - ele e os demais cubanos - de pagar os desvarios do eleitorado regional. Estava bem, mais uma vez, se o dr. Sousa Tavares usasse do mesmo método para o eleitorado continental. Há trinta anos que os bandos do bloco central (com o ajuda do CDS) aumentam a dívida pública do país - mais 80 mil milhões de euros só entre 2005 e 2011! - sem que, ao que se percebe, isso cause grande comichão ao colunista do Expresso. É que, note-se, também eu estou farto de ter que pagar os sucessivos disparates eleitorais dos muitos migueis do continente, comprovada e sucessivamente inaptos na hora de depositar o papelinho na urna. De modo que assim estamos: no dia em que estas hordas de colunistas politicamente correctos alinhavarem dois parágrafos de raciocínio com alguma coerência e idêntica boa-fé, serão credores dos meus respeitos. Até lá, temo que apenas lhes dê jeito fazer o dr. Jardim alombar com muitas das responsabilidades que de direito próprio também são suas. E enquanto assim suceder, queiram ou não, são todos farinha do mesmo saco.
Pedro Guedes da Silva
domingo, 18 de setembro de 2011
O FUTURO PERTENCE-NOS!
Ainda a propósito das férias de Verão, chegou a hora de dizer, aos meus caríssimos leitores, que, com agradável surpresa, descobri, em plena praia, filhos de amigos meus (estes últimos, há muito acomodados, para não dizer pior) a lerem, apaixonadamente, bandas desenhadas, com fascinantes — e politicamente incorrectos — heróis, de Hergé, Jacobs, Uderzo, Goscinny, Martin.
Afinal, ainda existe esperança!
Afinal, ainda existe esperança!
sábado, 17 de setembro de 2011
DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS (EM FORMA DE DIÁLOGO)
— Tu conheces bem a História...
— Sou Tradicionalista, do ponto-de-vista Histórico.
— Afinal, não estás agarrado à cultura da tourada e do fado...
— Sou Vanguardista, do ponto-de-vista Cultural.
— Como é que consegues ser desprendido das coisas materiais?
— Sou Aristocrático, do ponto-de-vista Espiritual.
— É estranho... Tens referências de que eu gosto...
— Sou Cosmopolita, do ponto-de-vista Estético.
— Mas tu não és pelos ricos e contra os pobres?
— Sou Justicialista, do ponto-de-vista Social.
— Eu pensava que tu eras conservador...
— Sou Revolucionário, do ponto-de-vista Ontológico.
Nota: Postal inspirado por Rodrigo Emílio e dedicado à sua Memória.
— Sou Tradicionalista, do ponto-de-vista Histórico.
— Afinal, não estás agarrado à cultura da tourada e do fado...
— Sou Vanguardista, do ponto-de-vista Cultural.
— Como é que consegues ser desprendido das coisas materiais?
— Sou Aristocrático, do ponto-de-vista Espiritual.
— É estranho... Tens referências de que eu gosto...
— Sou Cosmopolita, do ponto-de-vista Estético.
— Mas tu não és pelos ricos e contra os pobres?
— Sou Justicialista, do ponto-de-vista Social.
— Eu pensava que tu eras conservador...
— Sou Revolucionário, do ponto-de-vista Ontológico.
Nota: Postal inspirado por Rodrigo Emílio e dedicado à sua Memória.
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
ENCONTREI UMA NOVA MUSA MUSICAL
Chama-se Anna Calvi.
Com um abraço de agradecimento ao meu amigo APS.
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
EM DESACORDO ORTOGRÁFICO E EM DESOBEDIÊNCIA CIVIL
Continuarei a escrever — aqui, e em todos os sítios — da maneira que aprendi.
terça-feira, 13 de setembro de 2011
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
EXPRESSO DO OCIDENTE
Segunda-feira, 5 de Setembro
Fim de férias. Há já alguns anos que passo este período à beira-Atlântico, numa zona obviamente calma, entretido com a pacatez própria dos pequenos prazeres e das rotinas despreocupadas e com o ruído poderoso e apaixonante do batimento das ondas do mar que foi em tempos português. No fundo, aproveitando o que de melhor tem Portugal para oferecer a todos os seus cada vez mais conformados pagadores de impostos. Privilégios apenas conspurcados por uma televisão que raramente se acendia mas que, ainda assim, teimou em mostrar-nos uma vez mais a falência do multiculturalismo ideológico e militante, desta feita declarada nas ruas das principais cidades inglesas por entre mortes, saques e incêndios provocados por bandos de "jovens" menos "integrados". Um banho de realidade incapaz de diminuir mais simpáticas sensações transmitidas por falésias imponentes e por extraordinários espectáculos naturais de pores-do-sol. Isto considerado e descontada a necessidade de empreender uma pequena incursão algarvia em pleno Agosto - algo que se aproxima do inferno, portanto… - e que ainda para mais me fez perder um Belenenses-Atlético ao vivo - algo que se aproxima do sacrilégio, já se vê!… -, ainda se fez uma breve incursão à magnífica (e renovada) cidade de Guimarães, berço da nacionalidade que será em 2012 Capital Europeia da Cultura e à qual sempre apetece regressar mais amiúde. Um lamento apenas, direitinho para o facto do castelo, do Paço dos Duques de Bragança e do belíssimo centro histórico terem como antecâmara uma longa paisagem de "charters" de fábricas totalmente abandonadas em edifícios que caem de podres uns atrás dos outros e que nos acompanham sensivelmente desde Santo Tirso, quilómetros suficientes para que três décadas de desenvolvimento corem de vergonha. Um cartão de visita que, queira-se ou não, faz lembrar de imediato aquela imagem de Frei Fernando Ventura que se fez célebre na SIC Notícias, a do país que é uma "barraca com antena parabólica e um submarino à porta".
Terça-feira, 6 de Setembro
Deixada para trás a inesgotável beleza das ondas e com Guimarães já arquivada na memória mais próxima, mergulho fundo na triste realidade nacional. Na televisão de que não sentia saudades e dias depois do (para aí…) centésimo aumento de impostos anunciado pelo governo em pouco mais de sessenta dias, lobrigo o bastonário da Ordem dos Médicos a reclamar nova taxa! Entende o doutor que, para salvar o Sistema Nacional de Saúde, é imperioso aplicar novo imposto sobre o fast-food (e parece que também sobre o sal que eu utilizo para deixar os queijos frescos mais a meu gosto). Já devidamente integrado na loucura colectiva institucionalizada, vou mais longe e, para além da taxa, reclamo cartazes. Passo a explicar: numa sociedade que se arroga o direito de determinar tudo aquilo que faz bem e tudo aquilo que faz mal à saúde independentemente da consciência crítica dos cidadãos e - não menos relevante - da sua vontade, é essencial que os saleiros devam conter bem visíveis os dizeres "o sal provoca elevada dependência" (letras garrafais impressas a negrito) e que as caixas de Happy Meal no McDonald's, junto com o brinquedo, tenham aposta, bem visível, a cinta que anuncia que "esta porcaria mata". De outro modo não seria justo ou, ficando-se pelo imposto, seria pelo menos insuficiente. Afinal de contas, numa sociedade igualitária os fumadores não são mais do que os outros.
Quarta-feira, 7 de Setembro
Sentem-se bem e atenção às barriga(da)s. O riso ainda não paga imposto mas, às tantas, talvez possa também matar: é que houve uma rusga nas secretas, meus caros; a sério! Juram até as gazetas que houve espiões que não só foram espiados como ainda viram apreendidos os seus computadores, smartphones, etc. Extraordinário!… Tudo isto na sequência de notícias que nos foram dando conta de que os espiões levavam a cabo investigações particulares a pedido - assuntos de cama, até, dizem alguns! -, ou ajudavam a preparar negociatas interesseiras, muito disto no quadro de guerras das sempre presentes maçonarias - a fazer fé em análises várias. Aqui não há meias palavras ou gracejos, toda esta novela das secretas é simplesmente um nojo que enxovalha o país. É nestes dias que a gente fica a pensar que se os conjurados não tivessem actuado em boa hora, já os espanhóis teriam arranjado maneira de se terem visto livres disto…
Domingo, 11 de Setembro
No mesmo dia em que a Grécia anunciou novas medidas de austeridade - vão tomando nota que isto acaba sempre por chegar cá, o corrente plano grego será pelas minhas contas o milésimo terceiro só desde o início de Agosto -, lembro-me de que nos venderam insistentemente a ideia de que seria excelente para Portugal enviar o dr. Durão Barroso lá para as Europas. Viriam "charters" de vantagens sem fim. Recordo-o, inevitavelmente, agora que observo nas notícias que o comissário alemão da energia - um homem da confiança de Barroso, portanto - se lembrou de que era imperioso daqui em diante colocar a meia-haste, nas instituições europeias e como forma de castigo, as bandeiras dos membros "incumpridores" (nelas se integrando portanto a bandeira do notável chefe de equipa do comissário em causa). Em tempos de loucura instalada, só faltava mesmo um esquema a fazer lembrar os célebres castigos das "orelhas de burro" nas escolas primárias como forma última de "acalmar os mercados". Acreditem: estamos entregues aos bichos.
Fim de férias. Há já alguns anos que passo este período à beira-Atlântico, numa zona obviamente calma, entretido com a pacatez própria dos pequenos prazeres e das rotinas despreocupadas e com o ruído poderoso e apaixonante do batimento das ondas do mar que foi em tempos português. No fundo, aproveitando o que de melhor tem Portugal para oferecer a todos os seus cada vez mais conformados pagadores de impostos. Privilégios apenas conspurcados por uma televisão que raramente se acendia mas que, ainda assim, teimou em mostrar-nos uma vez mais a falência do multiculturalismo ideológico e militante, desta feita declarada nas ruas das principais cidades inglesas por entre mortes, saques e incêndios provocados por bandos de "jovens" menos "integrados". Um banho de realidade incapaz de diminuir mais simpáticas sensações transmitidas por falésias imponentes e por extraordinários espectáculos naturais de pores-do-sol. Isto considerado e descontada a necessidade de empreender uma pequena incursão algarvia em pleno Agosto - algo que se aproxima do inferno, portanto… - e que ainda para mais me fez perder um Belenenses-Atlético ao vivo - algo que se aproxima do sacrilégio, já se vê!… -, ainda se fez uma breve incursão à magnífica (e renovada) cidade de Guimarães, berço da nacionalidade que será em 2012 Capital Europeia da Cultura e à qual sempre apetece regressar mais amiúde. Um lamento apenas, direitinho para o facto do castelo, do Paço dos Duques de Bragança e do belíssimo centro histórico terem como antecâmara uma longa paisagem de "charters" de fábricas totalmente abandonadas em edifícios que caem de podres uns atrás dos outros e que nos acompanham sensivelmente desde Santo Tirso, quilómetros suficientes para que três décadas de desenvolvimento corem de vergonha. Um cartão de visita que, queira-se ou não, faz lembrar de imediato aquela imagem de Frei Fernando Ventura que se fez célebre na SIC Notícias, a do país que é uma "barraca com antena parabólica e um submarino à porta".
Terça-feira, 6 de Setembro
Deixada para trás a inesgotável beleza das ondas e com Guimarães já arquivada na memória mais próxima, mergulho fundo na triste realidade nacional. Na televisão de que não sentia saudades e dias depois do (para aí…) centésimo aumento de impostos anunciado pelo governo em pouco mais de sessenta dias, lobrigo o bastonário da Ordem dos Médicos a reclamar nova taxa! Entende o doutor que, para salvar o Sistema Nacional de Saúde, é imperioso aplicar novo imposto sobre o fast-food (e parece que também sobre o sal que eu utilizo para deixar os queijos frescos mais a meu gosto). Já devidamente integrado na loucura colectiva institucionalizada, vou mais longe e, para além da taxa, reclamo cartazes. Passo a explicar: numa sociedade que se arroga o direito de determinar tudo aquilo que faz bem e tudo aquilo que faz mal à saúde independentemente da consciência crítica dos cidadãos e - não menos relevante - da sua vontade, é essencial que os saleiros devam conter bem visíveis os dizeres "o sal provoca elevada dependência" (letras garrafais impressas a negrito) e que as caixas de Happy Meal no McDonald's, junto com o brinquedo, tenham aposta, bem visível, a cinta que anuncia que "esta porcaria mata". De outro modo não seria justo ou, ficando-se pelo imposto, seria pelo menos insuficiente. Afinal de contas, numa sociedade igualitária os fumadores não são mais do que os outros.
Quarta-feira, 7 de Setembro
Sentem-se bem e atenção às barriga(da)s. O riso ainda não paga imposto mas, às tantas, talvez possa também matar: é que houve uma rusga nas secretas, meus caros; a sério! Juram até as gazetas que houve espiões que não só foram espiados como ainda viram apreendidos os seus computadores, smartphones, etc. Extraordinário!… Tudo isto na sequência de notícias que nos foram dando conta de que os espiões levavam a cabo investigações particulares a pedido - assuntos de cama, até, dizem alguns! -, ou ajudavam a preparar negociatas interesseiras, muito disto no quadro de guerras das sempre presentes maçonarias - a fazer fé em análises várias. Aqui não há meias palavras ou gracejos, toda esta novela das secretas é simplesmente um nojo que enxovalha o país. É nestes dias que a gente fica a pensar que se os conjurados não tivessem actuado em boa hora, já os espanhóis teriam arranjado maneira de se terem visto livres disto…
Domingo, 11 de Setembro
No mesmo dia em que a Grécia anunciou novas medidas de austeridade - vão tomando nota que isto acaba sempre por chegar cá, o corrente plano grego será pelas minhas contas o milésimo terceiro só desde o início de Agosto -, lembro-me de que nos venderam insistentemente a ideia de que seria excelente para Portugal enviar o dr. Durão Barroso lá para as Europas. Viriam "charters" de vantagens sem fim. Recordo-o, inevitavelmente, agora que observo nas notícias que o comissário alemão da energia - um homem da confiança de Barroso, portanto - se lembrou de que era imperioso daqui em diante colocar a meia-haste, nas instituições europeias e como forma de castigo, as bandeiras dos membros "incumpridores" (nelas se integrando portanto a bandeira do notável chefe de equipa do comissário em causa). Em tempos de loucura instalada, só faltava mesmo um esquema a fazer lembrar os célebres castigos das "orelhas de burro" nas escolas primárias como forma última de "acalmar os mercados". Acreditem: estamos entregues aos bichos.
Pedro Guedes da Silva
domingo, 11 de setembro de 2011
DAS ORIGENS
Quando quero saber «quem é quem», passo no Geneall. Está lá quase tudo sobre quase todos.
sábado, 10 de setembro de 2011
«NÃO ANDÁMOS NA MESMA ESCOLA!»
Durante décadas, este certeiro dito foi de uma enorme eficácia, para afastar gerações de arrivistas. Depois, foi perdendo o sentido, porque deixou de corresponder à realidade da nova sociedade democrática. Hoje, definitivamente, duas pessoas terem andado na mesma escola não as faz serem do mesmo meio (social e cultural). Infelizmente.
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
NOTA EDITORIAL
Pedro Guedes da Silva, autor do Último Reduto e director da Alameda Digital, retomará na próxima Segunda-Feira dia 12 de Outubro no Eternas Saudades do Futuro a sua coluna semanal «Expresso do Ocidente».
DA ARTE TELÚRICA
A cidade do Porto possui uma elite burguesa de matriz aristocrática que se esplana na Foz e tem as suas raízes no Douro. Esta gente entronca na antiga fidalguia que em boa hora se converteu aos negócios adaptando-se aos ares dos tempos mas conservando a sua tradicional sabedoria. Destas pessoas surgem as mulheres mais elegantes e coquettes e os homens mais rijos e francos de Portugal. É preciso visitar essas terras para compreender os livros de Agustina e os filmes de Oliveira.
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
terça-feira, 6 de setembro de 2011
DA EDIÇÃO NA REDE
Coisa que me interessa neste suporte electrónico é a oferecida possibilidade de reeditar as mensagens aqui publicadas. Assim, aqui, posso ir burilando os postais, até atingirem a sua forma definitiva. Já lá vai o tempo em que riscava palavras e voltava a escrever o pensamento de novo, ou, até, rasgava páginas de cadernos e as deitava para o caixote-do-lixo, a fim de tornar a atirar-me a uma nova folha em branco. Uma única dúvida se me põe: será ético reeditar e republicar postais sem aviso disso aos leitores do blogue?
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
ROMANCE DE UM HOMEM CULTO
Sempre desconfiei das novidades: da Literatura à Pintura, passando por outras Letras e Artes, prefiro obras sedimentadas pelo tempo. Assim sendo, acontece-me pegar num livro apenas vários anos após a sua publicação. Deixo-o andar primeiro nas mãos e nas bocas de todo o mundo para só me debruçar sobre ele depois de passado o respectivo falatório. Neste caso, talvez tenha exagerado nessa medida higiénica, pois decorreram exactamente 20 anos sobre a sua 1.ª edição em 1991! Refiro-me a Morte no Estádio de Francisco José Viegas.
Este delicioso livrinho inscreve-se na boa tradição da literatura policial, não faltando a clássica dupla de investigadores-interlocutores a fazer lembrar as obras dos melhores autores do género: Sherlock Holmes / Dr. Watson, de Conan Doyle; Poirot / Hastings, de Agatha Christie; Perry Mason / Della Street, de Gardner; Ellery / o Pai, Inspector Queen, de Queen; etc.
Assim, aqui, neste romance policial, somos conduzidos, alternadamente, por Jaime Ramos e Filipe Castanheira, dois inspectores da Policia Judiciária. A acção tem lugar, paralelamente, no Porto e em Ponta Delgada. Conhecendo eu bem essas duas cidades, senti-me a percorrer todos os locais da trama. Locais, aliás, que extravasam os referidos centros urbanos e se prolongam para refúgios em S. Miguel e em outras Ilhas dos Açores, bem como em Terras igualmente marítimas nos arredores do Porto. Todos estes sítios têm uma invulgar beleza plástica e convocam-nos para a contemplação, propiciando o libertar da vertente poética do Homem.
Por estas e outras, está-se bem de ver que o enredo policial é apenas o suporte que sustenta a narrativa. Tudo o mais — todos esses pequenos nadas que são tudo (tantas vezes me veio Pessoa à cabeça na leitura deste livro) — são os sentimentos e as relações humanas em toda a sua plenitude: alegria, tristeza, amizade, memória, saudade, prazer, e por aí adiante... O Bem e o Mal, sem, no entanto, se enredarem em simplismos maniqueístas, atravessam toda a narrativa, dando uma dimensão Moral à obra. Amor e Morte são também temas tratados na sua acepção filosófica.
E, depois, há ainda os prazeres simples da vida. O autor cultiva o gosto pela gastronomia e dá-nos, a propósito, deliciosas páginas de arte culinária, nas quais nos desperta a vontade de podermos partilhar com os personagens as iguarias que eles cozinham. Eles, porque a cozinha é coisa de homens. E, coisa de homens é igualmente o whiskey (assim mesmo, «à irlandesa»), do qual nos é feito aqui um tentador elogio, a par da encantadora apologia da Irlanda. Neste particular, conheço bem o tão falado neste livro Bushmills mas falta-me fazer uma que presumo será uma das viagens da minha vida; à Irlanda, pois claro. Não vá algum olhar mais desantento quedar-se pelo superficial, chamo a atenção para o facto de Francisco José Viegas nos transportar para uma profunda dimensão espiritual em passagens que tratam simplesmente (aparentemente) de comida, bebida e tabaco.
Livro a meu gosto não poderia deixar de ter mulheres, e este tem-nas. Duas mais duas. Digo assim para não dizer mais nada. Qualquer uma delas é um Mundo. Surgem, contudo, disfarçadas de personagens secundárias... São, porém, todas, cada uma à sua maneira, sonhadoras e sedutoras. E são elas que fazem avançar a narrativa, com todas as tramas do enredo, quais spider-women ou femme-fatales de um film-noir, de que se pressente aqui o tom e o estilo, embora o romance seja mais clássico do que moderno, e eu goste de ver no film-noir o género que inaugurou o Cinema Moderno, pelo menos nos EUA.
Por fim, há o Futebol, e só por aqui esta ficção seria uma óptima base para uma tese sociológica sobre esta actividade que começou como desporto (no sentido nobre do termo), se transformou em negócio, e é hoje uma das indústrias que mais dinheiro movimenta — às claras e às escuras — no nosso Planeta; ou seja, desceu desde o elevado espírito até à rasteira matéria. Metáfora perfeita da nossa Civilização.
Este delicioso livrinho inscreve-se na boa tradição da literatura policial, não faltando a clássica dupla de investigadores-interlocutores a fazer lembrar as obras dos melhores autores do género: Sherlock Holmes / Dr. Watson, de Conan Doyle; Poirot / Hastings, de Agatha Christie; Perry Mason / Della Street, de Gardner; Ellery / o Pai, Inspector Queen, de Queen; etc.
Assim, aqui, neste romance policial, somos conduzidos, alternadamente, por Jaime Ramos e Filipe Castanheira, dois inspectores da Policia Judiciária. A acção tem lugar, paralelamente, no Porto e em Ponta Delgada. Conhecendo eu bem essas duas cidades, senti-me a percorrer todos os locais da trama. Locais, aliás, que extravasam os referidos centros urbanos e se prolongam para refúgios em S. Miguel e em outras Ilhas dos Açores, bem como em Terras igualmente marítimas nos arredores do Porto. Todos estes sítios têm uma invulgar beleza plástica e convocam-nos para a contemplação, propiciando o libertar da vertente poética do Homem.
Por estas e outras, está-se bem de ver que o enredo policial é apenas o suporte que sustenta a narrativa. Tudo o mais — todos esses pequenos nadas que são tudo (tantas vezes me veio Pessoa à cabeça na leitura deste livro) — são os sentimentos e as relações humanas em toda a sua plenitude: alegria, tristeza, amizade, memória, saudade, prazer, e por aí adiante... O Bem e o Mal, sem, no entanto, se enredarem em simplismos maniqueístas, atravessam toda a narrativa, dando uma dimensão Moral à obra. Amor e Morte são também temas tratados na sua acepção filosófica.
E, depois, há ainda os prazeres simples da vida. O autor cultiva o gosto pela gastronomia e dá-nos, a propósito, deliciosas páginas de arte culinária, nas quais nos desperta a vontade de podermos partilhar com os personagens as iguarias que eles cozinham. Eles, porque a cozinha é coisa de homens. E, coisa de homens é igualmente o whiskey (assim mesmo, «à irlandesa»), do qual nos é feito aqui um tentador elogio, a par da encantadora apologia da Irlanda. Neste particular, conheço bem o tão falado neste livro Bushmills mas falta-me fazer uma que presumo será uma das viagens da minha vida; à Irlanda, pois claro. Não vá algum olhar mais desantento quedar-se pelo superficial, chamo a atenção para o facto de Francisco José Viegas nos transportar para uma profunda dimensão espiritual em passagens que tratam simplesmente (aparentemente) de comida, bebida e tabaco.
Livro a meu gosto não poderia deixar de ter mulheres, e este tem-nas. Duas mais duas. Digo assim para não dizer mais nada. Qualquer uma delas é um Mundo. Surgem, contudo, disfarçadas de personagens secundárias... São, porém, todas, cada uma à sua maneira, sonhadoras e sedutoras. E são elas que fazem avançar a narrativa, com todas as tramas do enredo, quais spider-women ou femme-fatales de um film-noir, de que se pressente aqui o tom e o estilo, embora o romance seja mais clássico do que moderno, e eu goste de ver no film-noir o género que inaugurou o Cinema Moderno, pelo menos nos EUA.
Por fim, há o Futebol, e só por aqui esta ficção seria uma óptima base para uma tese sociológica sobre esta actividade que começou como desporto (no sentido nobre do termo), se transformou em negócio, e é hoje uma das indústrias que mais dinheiro movimenta — às claras e às escuras — no nosso Planeta; ou seja, desceu desde o elevado espírito até à rasteira matéria. Metáfora perfeita da nossa Civilização.
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
(RE)APRENDER ATÉ MORRER
Após a leitura do esclarecedor livro D. Afonso Henriques: 900 anos (1111-2011), de Barroso da Fonte, vejo-me reconciliado com a «tese tradicional» sobre o local e a data de nascimento do primeiro Rei de Portugal; que foi, aliás, a que aprendi, mas da qual posteriormente me afastei. Na convicção de que as mudanças de opinião devem ser respeitadas desde que assumidas, fica aqui escrito, preto no branco, que, para mim, D. Afonso Henriques nasceu em Guimarães a 25 de Julho de 1111.
DA PROFUNDIDADE NA RENTRÉE
Como habitualmete faço — no regresso à base —, cá me tenho regalado a ler sobre a história do lugar onde veraneei e sobre os antepassados dos banhistas com quem lá convivi.