POSTAL A NEGRO
Tudo isto é triste,
Tudo isto é fado.
[Nota: Não indico aqui a autoria do vídeo, por não a conhecer. Este vídeo encontra-se disponível no You Tube, e já foi publicado em vários blogues. Faça o mesmo no seu, para que ninguém esqueça.]
«Break On Through», The Doors.
Um óptimo exemplo — de há exactamente quarenta anos — do que é a realização de um video-clip, todo ele linguagem cinematográfica. Esteticamente sóbrio, plástico, rítmico e forte. Não tivessem dois destes rapazes estudado Cinema na UCLA. Ah!, pois foi. E colegas de Coppola e tudo. As voltas que o mundo dá. E, assim, sabendo isto, até percebemos melhor outras coisas, não é?
Adenda, à laia de manual de instruções: Após o primeiro atento visionamento, pôr o som no máximo e dançar — do escritório (não é preciso tirar a gravata, nem os saltos altos, e a secretária nova vai adorar a experiência) ao atelier (a libertação do verdadeiro artista, à distância de um passo de dança). Repetir várias vezes. Força!, mas não digam que vieram daqui, que ainda me fecham o tasco.
«Light My Fire», The Doors.
Ao fim de nove meses de blogue puxo do Jim Morrison. Personagem com o qual sempre senti inexplicáveis afinidades. É caso então para perguntar porquê só agora. A resposta pode ser foleira mas é verdadeira: porque só agora estão finalmente reunidas todas as condições. Que é como quem diz: daqui em diante vai ser sempre a rasgar. Pelo menos enquanto houver engenho e arte para tanto. E estímulo. E fogo.
Blade Runner (E. U. A. 1982), de Ridley Scott.
Romântica cena de amor, com memória à mistura. E muitas saudades do futuro. Bem ao meu gosto, portanto. Ainda para mais, com esta actriz e com esta música — caramba! —, a semana só pode mesmo é começar em beleza!
«Candy Says», Beth Gibbons & Rusty Man.
A extraordinária e especialíssima vocalista dos Portishead interpreta aqui um inesquecível tema dos The Velvet Underground. Não sei se será da idade, ou se terá sido da luminosa noite — com Lisboa e Tejo e jardim e aroma e conversa e tudo —, mas estou meio apardalado, e, tive que ir sacar este calmante, para ver se adormeço.
«Holydays In The Sun», Sex Pistols.
... É o que dá este belo Sol de Outono e ter uma bonita aluna baterista de uma banda punk!
«Forever Young», Youth Group («cover» de um tema original, de 1984, dos Alphaville).
Nota: Postal (re)publicado aqui (já o tinha publicado ali, em tempos) em honra e memória de um debate filosófico tido esta madrugada numa esquina do Bairro Alto. Com um abraço para o Tomaz e outro para o Zeca.
«Drunken Butterfly», Sonic Youth.
«I Want You», Elvis Costello.
Fiona Apple e Elvis Costello interpretam o tema deste último. Cá para mim, é a mais bela canção pop de amor de sempre e até já o tinha dito aqui no blogue, em postal com letra transcrita e tudo, se bem me lembro (não me apetece ir agora à procura, para fazer a ligação; sim, estou mal disposto e com sono, ainda por cima). Também digo que prefiro ouvir o próprio Elvis Costello a cantá-la. Boa-noite ou bom-dia, ou nem uma coisa nem outra.
Adenda: Letra.
«Wave», Gal Costa.
Devo confessar que vou mais pela versão — toda ela masculina — de João Gilberto, deste tema de Tom Jobim; mas, como este postal é dedicado a uma Grande Senhora, fica aqui esta variante, ao gosto d'Ela.
«Violet», Hole.
Sempre foi difícil de explicar aos meus amigos «bem-pensantes», mas, a verdade é que tenho uma atracção fatal por esta mulher. O que vale é que na minha idade, e nesta fase da minha vida, já não tenho de me justificar de nada a ninguém. Por isso, publico aqui estes dois clips; e, se me der um vaip, ainda espeto com mais um ou dois — de três em pipa! Quem não gostar que vá tomar chá com a tia ou sintonize a tele-novela.
«Doll Parts», Hole.
[Nota 1: Esta versão do clip está truncada no início (em meia-dúzia de segundos); porém, aqui fica, pois o seu visionamento vale bem a pena.]
[Nota 2: Não é aconselhável a betinhos; principalmente se forem armados em atrevidos de trazer por casa.]
Sequência de Barry Lyndon (Reino Unido, 1975), de Stanley Kubrick.
Na banda sonora ouvimos o Trio para piano e cordas em mi bemol maior op. 100 (segundo andamento), de Franz Schubert.
«Wish You Were Here», Wish You Were Here (Reino Unido, 1975), Pink Floyd.
Esta música não tem nada a ver com a minha geração, nem tão pouco tive irmãos mais velhos com quem a pudesse ter ouvido, ou primos que de facto a ouvissem, e menos ainda é da minha onda. Vá-se pois lá saber porquê, foi-se instalando no meu ouvido, e há dias em que me apetece muito ouvi-la. E, como cheguei à conclusão que na minha idade não se recusa um apetite — sonoro, visual ou outro —, decidi publicá-la aqui, antes que a vontade passasse. Espero é que não me apareçam para aí mails farçolas de cotas foleiros.
Le Feu Follet (França, 1963), de Louis Malle, com argumento de Louis Malle, a partir de um romance de Pierre Drieu La Rochelle, e com música de Erik Satie.
[Excerto de cena.]
Ascenseur pour l'Échafaud (França, 1958), de Louis Malle, com argumento de Roger Nimier e Louis Malle, a partir de um romance de Noël Calef, e com música de Miles Davis.
[Trailer em inglês.]
Por breves momentos, esta fita infiltrou-se no meu imaginário, e no das três simpáticas amigas (até parece que estou a falar das meninas do «trim-trim»; mas não, e estas apresentam a grande vantagem, para companhia de fim-de-semana em espaço exíguo, de serem cultas e cinéfilas) que comigo ficaram retidas em elevador fechado, e às escuras, no início da noite de sexta-feira. Sabendo nós, de antemão, que os anfitriões da casa onde nos dirigíamos tinham o disco com a música que Miles Davis compôs para a referida película, ficámos mais descansados, pois haveria sempre a hipótese deles a passarem, para a fruirmos, enquanto tentássemos recordar as artimanhas do herói do filme, com o objectivo de repeti-las e nos podermos desenclausurar. Felizmente ninguém tinha clautrofobia... — só calor...!