domingo, 30 de setembro de 2007

CIÊNCIA E RELIGIÃO EM OXFORD

Passo a transcrever, com a devida vénia, um interessante e importante texto de João Carlos Espada, publicado no Expresso. Chegou-me por e-mail, enviado por Pedro Aguiar Pinto, a quem agradeço.
A crença dogmática na razão constitui o cerne daquilo que Raymond Aron designou por ópio dos intelectuais
Entre 14 e 16 de Setembro, decorreu o primeiro fim-de-semana dos antigos alunos da Universidade de Oxford - o primeiro em 800 anos, deve talvez ser referido. Até esta data, a Universidade nunca tinha organizado uma iniciativa central para antigos alunos. Todos os anos, ou de dois em dois anos, cada colégio organizava os seus próprios encontros, o que continuará a acontecer.
Cerca de mil pessoas compareceram, o que não é seguramente muito. A par de uma organização impecável, era sensível a tensão entre a direcção central da Universidade e os colégios. Alguns simplesmente não participaram no evento. Outros limitaram-se a uma breve recepção de boas-vindas. Ainda assim, o programa foi intenso, com palestras e debates para todos os gostos.
O tema central do momento, a que fiz referência neste espaço a 18 e 25 de Abril, é sem dúvida o da relação entre ciência e religião. Uma avalancha de livros sobre a matéria ocupa os lugares de destaque nas inúmeras livrarias. Várias palestras abordaram o tema durante o fim-de-semana.
Oxford é talvez particularmente sensível a este debate - que, no entanto, ocorre também pela Europa - porque dois professores da casa lideram campos opostos. Richard Dawkins desferiu um exaltado ataque à religião no livro ‘The God Delusion’. Alister McGrath acaba de responder serenamente em ‘The Dawkins Delusion? Atheist fundamentalism and the denial of the divine’. A formação científica de ambos torna o confronto especialmente desafiante.
No plano político, o principal ataque à religião foi desferido por Christopher Hitchens em ‘God is not Great: The case against religion’. Em minha opinião, é um livro vulgar que ignora de forma surpreendente a matriz cristã da civilização ocidental - que o autor diz defender. Esta matriz cristã é eloquentemente recordada num grande livro do nosso amigo Robert Royal, ‘The God that did not fail’.
Um dos aspectos intrigantes deste debate reside na diferença de tom entre os dois campos. Os ateístas escrevem com ardor e zelo, acusando a religião de ardor e zelo. Os cristãos respondem com serenidade, acusando o ateísmo de dogmatismo fundamentalista.
Sem prejuízo de um exame mais detalhado, que este espaço não permite, a diferença de tom ilustra algo mais fundo: uma diferença de atitude. Enquanto os cristãos sabem que acreditam, os ateístas acreditam que sabem - sem saber que acreditam. Esta crença dogmática na razão constitui o cerne daquilo que Raymond Aron designou por ópio dos intelectuais.

SIM, SOU EU

Retrato de João Marchante,
tirado por (...),
no meu escritório,
em 2007.

Descansando ainda do tédio das férias e fazendo uma pausa na intensa rentrée lisboeta.

ANDANDO POR AÍ (5)

Para compensar a perda anterior, descobri um blogue de superior qualidade estética: chama-se Luminescências, e é da autoria de António Branco Almeida.

ANDANDO POR AÍ (4)

Descobri que o Miguel Castelo-Branco vai partir para outras paragens. É uma perda para a blogosfera portuguesa. Nos princípios deste blogue eu disse em duas penadas o que tinha a dizer dele.

LIVRO PARA HOJE (11)

Directo ao Assunto — Homilias Paroquiais de Santos-o-Velho, João Seabra, edição Lucerna, Lisboa, 2003.

POEMA DE AMOR PARA USO TÓPICO

Quero-te, como se fosses
a presa indiferente, a mais obscura
das amantes. Quero o teu rosto
de brancos cansaços, as tuas mãos
que hesitam, cada umas das palavras
que sem querer me deste. Quero
que me lembres e esqueças como eu
te lembro e esqueço: num fundo
a preto e branco, despida como
a neve matinal se despe da noite,
fria, luminosa,
voz incerta de rosa.

Nuno Júdice

CHUVA

(Que chatice esta chuva!)
Ora, a mim a chuva vai-me como uma luva.

(Enquanto não mudar a lua...)
Vai-me como a luva
que nunca uso.

Estriado de chuva,
já sou eu quem se escorre pela rua.

Vou como uma luva à rua.
(Enquanto não mudar a lua?)

Alexandre O'Neill

sábado, 29 de setembro de 2007

ESTADO DO CORPO — ESTADO DO TEMPO

Estou com uma quebra que quase não me posso ter em pé. Deve ser de andar há 4 semanas com o ritmo dos 20 anos mas neste corpinho de 41. E o clima entretanto perfilou-se cenograficamente para dar o ambiente e ajudar à missa. Enfim: um verdadeiro 31!

ANDANDO POR AÍ (3)

Descobri uma divertida Catwoman. Haja alegria, que a vida não está para tristezas.

ANDANDO POR AÍ (2)

Não sei quem sejam essas senhoras, mas gosto de ser das «Relações» das Arquitectas da Purpuridade.

ANDANDO POR AÍ (1)

A erudita Terpsichore E. M. continua a estragar-me com mimos. Agradeço, pois bem necessitado deles estou.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

O ÚLTIMO ROMÂNTICO DA SÉTIMA ARTE

Les Amours d'Astrée et de Céladon (França, 2007),
de Eric Rohmer.
Quem quiser compreender a razão de se chamar Autor a um realizador de Cinema deverá mergulhar de cabeça na sereníssima e profunda Obra de Eric Rohmer. Este último grande Mestre da Sétima Arte (pronto, já disse) nasceu em 1920 e está mais vivo do que muitos rapazolas que para aí andam armados em artistas. De forma discreta, mas sábia e firme, exerce os ofícios de crítico, jornalista, argumentista, escritor e professor, para além da sua principal actividade como realizador. Organizou parte da sua Filmografia em Ciclos. Assim, encontramos os seguintes: «Seis Contos Morais» (seis filmes, 1963 — 1972), «Comédias e Provérbios» (sete filmes, 1981 — 1987) e «Contos das Quatro Estações» (quatro filmes, 1990 — 1998). Tem como principais temas os encontros e desencontros, o desejo, os jogos de sedução, a escolha e a decisão — enfim, as relações humanas em toda a sua eterna fascinante complexidade, encontrando sempre na palavra o fio-condutor. Não temendo o peso que os ignorantes atribuem à expressão, podemos afirmar que Rohmer é o maior moralista do Cinema Moderno. A isto acrescentaria a sua característica (outros a têm também) de ser um cineasta coleccionador de mulheres, ou personagens femininas, se preferirem assim. Chamemos-lhe ainda cineasta-retratista, pois revela, através da fotogenia dos rostos — muito particularmente dos olhares — e dos corpos, a alma das suas personagens. Rohmer é um realizador do tempo e do espaço: trata-os utilizando uma montagem mínima, e subtis movimentos de câmara. O seu sistema narrativo tem por base uma estrutura herdada das convenções teatrais: a sua escrita organiza-se por Actos, e, as cenas são longas, como na vida; domina os diálogos como ninguém e recorre ainda à figura do narrador. O seu erudito conhecimento da Pintura transparece na imagem dos seus filmes — nos enquadramentos e na composição, e, ainda, nos ambientes. O estilo visual e sonoro é claramente naturalista, o que poderia aliás ser a palavra-chave para a sua estética e constituir a sua principal marca autoral. Foi chefe de redacção dos Cahiers du Cinéma e, nessa categoria e na de crítico da revista, decisivo para a criação da «Teoria do Autor», que ele próprio viria a incarnar como ninguém. Fez ainda, entre muitos outros textos teóricos — sobre Dreyer, Hitchcock, Rossellini... —, uma fundamental tese sobre «A Organização do Espaço no "Fausto" de Murnau», com este título. Por outro lado, como isto não é nenhuma tese, mas um conjunto de notas soltas que para aqui estou a alinhar acabadinho de chegar da Cinemateca Portuguesa, vindo de ver o seu delicioso Pauline à la Plage (1982), apetece-me concluir chamando a Eric Rohmer: subtil, delicioso, natural, alegre, melancólico, romântico e espiritual. E não é pouco. Eu, por exemplo, quando for grande também quero ser assim.
Post Scriptum: Já agora — Quando estreará por cá a sua mais recente fita (à vista na fotografia)?

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

LUA CHEIA, UM RIO CORRENDO

It is no night to drown in:
A full moon, river lapsing
Black beneath bland mirror-sheen,

The blue water-mists dropping
Scrim after scrim like fishnets
Though fishermen are sleeping,

The massive castle turrets
Doubling themselves in a glass
All stilness.
(...)

Sylvia Plath, Lorelei (excerto inicial do Poema).

DA ARTE DA SEDUÇÃO NO CINEMA

Pauline à la Plage (França, 1982/cor/som/92 min.),
de Eric Rohmer.
A fita será exibida logo à noite na esplanada da Cinemateca Portuguesa. A luz da Lua Cheia ajudará a iluminar os presentes. E porque o mote deste filme — da poética série «Comédias e Provérbios» — é a frase, do autor medieval Chrétien de Troyes, «Qui trop parole, il se mesfait», em Francês antigo, que poderemos traduzir para Português por «Quem muito fala, pouco acerta», não digo mais nada. Até porque o título do postal já diz tudo. Só espero que Mestre Rohmer continue a disseminar a sua sabedoria no Cinema através da(s) Palavra(s) — ele sim, pode fazê-lo — posta(s) na boca de jovens de vinte anos.

(MINHA) MUSA N.º 1

«Quelqu'un m'a dit», Carla Bruni.
(Letra: Carla Bruni/Leos Carax; Música: Carla Bruni.)

DAS CARTAS (2)

Belo post sobre esse cativante tema da escrita epistolar.

NOVOS DESCOBRIMENTOS NO OCEANO BLOGOSFÉRICO

E não é que de repente descobri uma MIN que me fez viajar para o outro lado do espelho?

AOS CURIOSOS

Dei mais umas achegas ao meu Perfil.

A ETERNA QUESTÃO DO REGIME

Perante o estado a que o Estado chegou, dizem para aí que temos necessidade de uma «nova República». Mais do mesmo, portanto. Estou convencido de que uma boa Monarquia, à antiga portuguesa, resolvia a coisa. Falar de um referendo sobre o assunto é que continua a ser tabu. Porque será?

LISBOA EM TRÊS PASSOS DE GIGANTE

1. Começar por mergulhar nas profundezas aquáticas, descendo as misteriosas escadas.
2. Arriscar sentir a nova energia urbana, passando a estreita porta a meio do túnel mágico.
3. Acabar em pura contemplação, repousando o corpo e a alma após a caminhada iniciática.
Nota: Programa só aconselhável a espíritos livres, almas ardentes e amantes da beleza.

DA ARTE FOTOGRÁFICA

Estou ansioso por esta inauguração. Até lá, vou visitando diariamente este notável blogue do Carlos Miguel Fernandes.

HERE´S LOOKING AT YOU, KID

Tendo aquele vídeo ido desta para melhor, publico aqui um semelhante. Agradeço a dica à atentíssima leitora Cristina, dedicando-lhe este postal.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

CADA PALAVRA NO SEU LUGAR E UM DIA DE CADA VEZ

O blogue constrói-se ao sabor da vida. A vida vive-se ao ritmo dos acasos. O blogue não tem guião. A vida também não. O blogue é o espelho da alma. Viver a vida é abrir a alma ao mundo.

BLUE MOON

Blue Moon
You saw me standing alone
Without a dream in my heart
Without a love of my own
Blue Moon
You know just what
I was there for
You heard me saying a prayer for
Someone I really could care for


And then there suddenly appeared before me
The only one my arms will hold
I heard somebody whisper please adore me
And when I looked to the Moon it turned to gold


Blue Moon
Now I'm no longer alone
Without a dream in my heart
Without a love of my own


And then there suddenly appeared before me
The only one my arms will ever hold
I heard somebody whisper please adore me
And when I looked the Moon had turned to gold


Blue moon
Now I'm no longer alone
Without a dream in my heart
Without a love of my own


Blue moon
Now I'm no longer alone
Without a dream in my heart
Without a love of my own

Richard Rogers e Lorenz Hart, 1934.
Clicando aqui, vamos dar a uma surpreendente e deliciosa interpretação — digo eu —, que outrora por cá publiquei.

SEMPRE A LUA

«The Killing Moon», Echo & The Bunnymen.

HOJE

1888 — T. S. Elliot nasceu. Leia-se a sua obra.
2007 — Lua Cheia. Contemple-se a sua luz.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

UM DIA NO PARQUE

«Perfect Day», Lou Reed.

Versão colectiva para um music trail da BBC. Fica assim visto e ouvido que o Estado pode ter bom-gosto e ser uma pessoa de bem. Pelo menos no Reino Unido.

DO CONCURSO

Serão apreciados apenas os mails entrados desde as zero até às vinte e quatro horas de hoje. Esta coisa de fazer e desfazer regras é fixe. O que vale é que é para a paródia. Imaginem lá que eu mandava qualquer coisinha. Ah! — é verdade —, esta conversa toda vem a propósito deste postal-anúncio.

MUNDO PERFEITO

Sem carros, telefonia, televisão e computador. Com jardins, bibliotecas, banquetes e mulheres.

COMEÇAR BEM O DIA

Bela indicação musical do Rui Carmo. Costumo desconfiar das novidades; mas — é tiro e queda —, esta banda será cá das minhas. É o que eu digo: lobo velho ainda aprende música. Mandem mais dicas.

COMEÇAR MAL O DIA

Acordei com uma melga a zumbir-me à volta da cabeça. Pior não há. Foda-se!

BOM DIA (5)

«Santa Maria (Del Buen Ayre)», Gotan Project.

Nestes tempos mariquinhas de música de martelinhos ainda haverá rapazes e raparigas com ganas para dançar o tango?

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

E O VENCEDOR É...

Quando o Site Meter (na coluna da direita, em baixo) marcar 10000 visitas (está quase...), convidarei para jantar quem me tiver enviado o mais importante (eis uma palavra que urge recuperar) mail a propósito deste blogue.
Nota: Se só me enviarem merda, janto sozinho.

PEIXE LUA

Não sei se será por a Lua ter entrado hoje em Peixes, ou por causa do céu azul e do ar quente do Equinócio do Outono, mas, as Mulheres de Lisboa estão especialmente luminosas e lindas de morrer.

BOA TARDE

Republico aqui este clip, pois ali, entretanto, foi ao ar.

BOM DIA (4)

«There Is A Light That Never Goes Out», The Smiths.

Eis uma das canções que me tem acompanhado ao longo da vida, falando ela de morte. Radicalmente romântica e londrina — lá a ouvi muito —, assenta que nem uma luva — por oposição, ou talvez não — ao solarengo Outono lisboeta. Afinal, cá para mim, spleen e saudade são parentes próximos. Perto do início deste blogue, andando mais uma vez com o tema no ouvido, saiu-me este postal. Hoje sai o clip.

ELEMENTAR

É giro brincar com o fogo; mas, não é para meninas, pois podem fazer chichi na cama.

RÍTMICO

Não me acompanha quem quer; acompanha-me quem tiver pedalada.

O PERFUME

O que sou eu? — O Perfume,
Dizem os homens. — Serei.
Mas o que sou nem eu sei...
Sou uma sombra de lume!

Rasgo a aragem como um gume
De espada: Subi. Voei.
Onde passava, deixei
A essência que me resume.

Liberdade, eu me cativo:
Numa renda, um nada, eu vivo
Vida de Sonho e Verdade!

Passam os dias, e em vão!
— Eu sou a Recordação;
Sou mais, ainda: a Saudade.

ANTÓNIO CORRÊA D'OLIVEIRA
(1879 — 1960)

domingo, 23 de setembro de 2007

ALMA PORTUGUESA

Amor (Parte I), Heróis do Mar.

Agradeço ao meu amigo Zé Pinheiro ter disponibilizado este e outros vídeos dos Heróis do Mar no You Tube. A partilha é fundamental para a comunhão do espírito e para o combate à ignorância. Sendo este tema de 1982, por aqui se vê que os Heróis estavam verdadeiramente à frente! Um abraço.

ARTISTA-TOTAL PARA HOJE (1)

José de Almada Negreiros (1893 — 1970).

ARQUITECTO PARA HOJE (1)

Porfírio Pardal Monteiro (1897 — 1957).
Para a recuperação da sobriedade e da monumentalidade.

CINEASTA PARA HOJE (1)

ESCRITORA PARA HOJE (1)

Agustina Bessa-Luís.

COMPOSITOR PARA HOJE (1)

Luís de Freitas Branco.

PINTOR PARA HOJE (1)

Amadeo de Souza-Cardoso.

LIVRO PARA HOJE (10)

Diário Quase Completo, João Bigotte Chorão.
Obrigatório livro para escritores intimistas e estudiosas do referido registo. Já em tempos aqui tinha transcrito uma parte deste diário, porque me pareceu fundamental como conselho e aviso para cultores do diarismo na literatura e do bloguismo na rede. Volto agora ao mesmo — mais do mesmo, ou eterno retorno, lá está — a propósito de uma conversa lateral no «Jantar dos Pintores» de ontem.

ETERNO RETORNO (4)

Este blogue nasceu no Inverno, cresceu na Primavera, animou-se no Verão, e amadurece agora no Outono. Depois, os ciclos da vida repetir-se-ão, cada vez mais intensos espiritualmente. Possa a força física acompanhar esta dinâmica.

CHEGADA DO OUTONO

Equinócio do Outono às 10 horas e 51 minutos.
Na véspera, em secreto jardim particular de Lisboa, bem no centro da cidade, num «Jantar de Pintores», assinalou-se a rentrée. E celebrou-se a vida e a criação — na beleza, na harmonia, na ironia, na alegria, na descoberta, na partilha e na amizade. As sinergias artísticas alimentam o espírito e fortalecem a alma.

sábado, 22 de setembro de 2007

ENCONTRO PERFEITO

«To Make You Feel My Love», Carla Bruni & Bryan Ferry.

ESTA RAPARIGA TAMBÉM ME ACALMA (QUALQUER DIA MANDO-LHE UM MAIL PARA VER SE ELA ME RESPONDE)

«Those Dancing Days Are Gone», Carla Bruni.

Clicando aqui vão dar à versão clip que em tempos dediquei à Mónica. O som está melhor e a diva mais mexida. E ainda tem Paris e Sena e tudo. Aconselho o visionamento, portanto.

JARDIM DO PARAÍSO

Entretanto, eu, que não tenho preconceitos ideológicos na eleição das minhas afinidades estéticas, vou mas é ver o Blog de Cheiros. Só este sereno espaço me repousa a alma, nesta selva da blogosfera portuguesa.

COISAS QUE ME DIVERTEM À BRAVA!

O Site Meter, que, já se sabe, conta sempre por baixo (salvo seja!), diz-me que esta minha alegre casinha, ou piquena casa lusitana, tanto faz, fixou ontem a média de visitas diárias em 69 — número curioso, como dizia o outro. Boa maneira de comemorar os 8 meses de vida do estaminé.

COISAS QUE ME CHATEIAM À BRAVA! (1)

Certa pessoa deixou de me falar por não concordar com as minhas opiniões políticas aqui expressas. Diga-se que a rapariga em causa sempre lidou bem com os meus ideais — que se mantêm practicamente inalteráveis desde os 14 anos —, mesmo quando conviveu intimamente comigo em tempos longínquos. Há coisas que me partem a cabeça toda!

NOTÍCIAS FRESQUINHAS PARA CINÉFILOS

Recebi ontem o Programa de Outubro da Cinemateca Portuguesa: em papel, por correio e com antecedência — como eu gosto. Da leitura diagonal, destaco os seguinte Ciclos: «Um País, um Género: A França e o Policial»; «Escritores no Cinema Português: Agustina Bessa-Luís»; «O Lugar dos Ricos e dos Pobres no Cinema e na Arquitectura em Portugal (I)»; «Jim Sheridan e o Modelo Irlandês»; «Dia Mundial do Património Audiovisual»; e, ainda, a sempre obrigatória «História Permanente do Cinema». Um mês de arromba!

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

COM UM OBRIGADO — DO TAMANHO DA LETRA COMPLETA — À CRISTINA

These Foolish Things (Remind Me Of You)

Oh will you never let me be?
Oh will you never set me free?
The ties that bound us are still around us
There's no escape that
I can see
And still those little things remain
That bring me happiness or pain
A cigarette that bears a lipstick's traces
An airline ticket to romantic places
And still my heart has wings
These foolish things
Remind me of you

A tinkling piano in the next apartment
Those stumbling words that told you

What my heart meant
A fairground's painted swings

These foolish things
Remind me of you
You came, you saw, you conquered me
When you did that to me
I somehow knew that this had to be
The winds of march that make my heart a dancer
A telephone that rings, but who's to answer?
Oh, how the ghost of you clings
These foolish things

Remind me of you
Gardenia perfume ling'ring on a pillow
Wild strawb'ries only seven francs a kilo
And still my heart has wings

These foolish things
Remind me of you

The park at evening when the bell has sounded
The Ille-de-France with all the girls around it
The beauty that is Spring
These foolish things
Remind me of you
I know that this was bound to me
These things have haunted me
For you've entirely enchanted me

The sigh of midnight trains in empty stations
Silk stockings thrown aside, dance invitations
Oh, how the ghost of you clings

These foolish things
Remind me of you
First daffodills and long excited cables
And candle light on little corner tables
And still my heart has wings
These foolish things
Remind me of you
The smile of Garbo and the scent of roses

The waiters whistling as the last bar closes
The song that Crosby sings
These foolish things
Remind me of you
How strange, how sweet to find you still
These things are dear to me
That seem to bring you so near to me
The scent of smould'ring leaves, the wail of steamers
Two lovers on the street who walk like dreamers
Oh, how the ghost of you clings
These foolish things
Remind me of you, just you


Canção com Letra e Música de Harry Link, Holt Marvell e Jack Strachey. Interpretada pela primeira vez por Judy Campbell.

WOW!

«These Foolish Things (Remind Me Of You)»,
Bryan Ferry.

Romântico démodé que sou, é certinho que vou passar o dia de hoje a trautear esta maravilhosa música, agora que a descobri em versão vídeo no You Tube. Publico-a aqui, para a compartilhar convosco. Quem quiser recordar memórias comuns, diga coisas, que eu hoje estou muito interactivo, ou hiperactivo, não sei bem...

RECORDANDO O(S) PRINCÍPIO(S)

PARABÉNS A VOCÊS

Este blogue completa hoje oito meses. Só existe porque estão desse lado. Ou aqui ao lado. Ou em lado nenhum. Ou em toda a parte. Digam coisas...

ALERTA GERAÇÃO 1977!

À SOFIA U.

Chegou finalmente a resposta, na volta do correio electrónico, a este postal digital. Vinda de quem vem, e da forma como vem, vem sempre a tempo. E é um gosto lê-la, como foi revê-la nesta sessão. Já não tenho aluna, mas tenho leitora e amiga, e temos cinéfila encartada. Obrigado, e um beijo.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

'TÁ-SE BEM!

Brigitte Bardot e Michel Piccoli, numa cena no terraço da Casa Malaparte, no filme Le Mépris (1963), de Jean-Luc Godard, com argumento de Alberto Moravia a partir da sua novela Il Disprezzo.

AGORA, PARA NÃO-INICIADOS

Casa Malaparte (1940)
Arquitecto: Adalberto Libera
Capri (Campania), Itália.

AO ROGÉRIO

Casa Malaparte
Em honra de uma mútua fiel amizade fundada profundamente na comunhão estética muito para além da frontal cavalheiresca divergência ideológica.

SATISFAÇÃO

«Satisfaction», Devo.

Este clip era mais para ali, mas apeteceu-me publicá-lo aqui.

AINDA OS AGRADECIMENTOS...

... — À Filipa, por, do alto dos seus vinte anos, muito calmamente, conseguir compreender, acompanhar e disciplinar os meus delírios criativos.

OUTROS AGRADECIMENTOS

Agradeço à Teresa a dica sobre os jardins de Lisboa. Uma especialista resolve em dois tempos o que um diletante procura divagando. Obrigado.

EDIÇÃO REVISTA E AUMENTADA

Esta coisa de escrever um diário on-line possibilita a reedição a toda e qualquer hora. Chamado à atenção pela Cristina, fui, aqui, escrever Felipa tal como, nesse caso, se grafa; e, ali, devolver ao Artis (como pude errar o nome de um bar — botando-lhe um «B» antes — que frequentei quase diariamente durante anos?) o seu verdadeiro nome.
Aproveito para dizer que, tendo este blogue individual — todo ele pessoal, íntimo e até confessional, mas lido por uma catrefada de malta — como sub-título «um dia em que não se aprende nada é um dia perdido», hoje se fez juz a esta máxima, por mim adoptada, muito graças à Cristina. Mostrou-me uma Lisboa desconhecida, espantosamente próxima de mim. Mania desgraçada esta de procurarmos longe o que está à mão de semear. Também me ensinou — fazendo-me ver — outras coisas; mas, essas, são contas de outro rosário.
Um (e)terno bem-haja, selado com um beijo amigo.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

LIVRO PARA HOJE (9)

John Ford, Luís de Pina, edição Vega.
Irlandês, rebelde, católico, amigo da vida e da humanidade, criticou a hipocrisia e defendeu os puros, salientando a virtude e praticando o humor. (...) Em todas as coisas defendeu a família, a tradição, o sentido comunitário, as linhas de contacto entre os homens.
[Excerto do texto da contracapa.]
Substituindo a palavra Irlandês por Português, todas estas qualidades se aplicam ao meu Saudoso Mestre Luís de Pina. Faço por merecer os seus ensinamentos — de Cinema e de Vida —, tentando trilhar o mesmo caminho.

QUANTO MAIS TE BATO MAIS TU GOSTAS DE MIM

Bati ontem os records diários de visitas e páginas vistas, segundo diz o contador cá do estaminé.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

MY SWEET POLLY JEAN

Eis a mais erótica, sensual e sexual letra pop escrita e interpretada por uma mulher. Para lá ir dar é só clicar aqui. Quem quiser acompanhar com som — ao vivo e tudo — clique ali. Cuidado que pode queimar. Ou até fazer «clic». Assegurem-se, pois, que estão a navegar com a pessoa certa por perto.

... AINDA OS MASSIVE ATTACK

Depois das opiniões diferentes, mas convergentes na alta classificação da qualidade do espectáculo, que a Rita e o Diogo — ambos muito cá de CASA, e em cujo gosto musical me revejo — me transmitiram, cada um por seu lado, morro de inveja (pecadilho que raramente me assalta) de quem lá esteve ontem...

DIZEM...

Está visto: perdi ontem o concerto internacional do ano. Enquanto os Massive Attack não voltam a Portugal, ou não os vir algures por esse mundo fora, alimento-me da recordação da anterior passagem deles pelo Coliseu de Lisboa, em 1998 — foi um dos concertos da minha vida. Esta mania de pôr as obrigações à frente dos prazeres, é uma chatice.

É SEMPRE BOM RECORDAR

Tenho passado, durante este ano de 2007, pelos mais difíceis momentos da minha vida. Alguns factos têm-me moído, mas cá me vou aguentando. Se alguém pensava que esta temporária fragilidade seria boa altura para tentar vergar-me, também já se desiludiu. E contudo, têm tido estes terríveis tempos uma função clarificadora: certos amigos revelaram-se e outros afastaram-se (estes últimos podem ir para a puta que os pariu).

VOLUME NO MÁXIMO COMO NOS BONS VELHOS TEMPOS

«Rattlesnakes», Lloyd Cole & The Commotions.

Nota: Quem for patrão de si próprio, ponha o volume no máximo; quem for «pau-mandado», ponha os headphones.

COMO ERA BOA A VIDA DE LISBOA

Encontrar pessoas que se lembram de histórias, muitos antigas, passadas com elas e comigo, e que as contam a rir, com o mesmo riso puro daqueles dias de festa, provocando o espanto e a curiosidade nos que não chegaram a provar essa boa vida de Lisboa, equivale para mim a beber o elixir da juventude. Elas claramente não precisam, pois, pela amostra, caíram em pequeninas na poção mágica e passaram directamente de miúdas giras e espertas a mulheres bonitas e inteligentes.
Nota: Postal ilustrado concebido a pensar na Cristina, na Felipa, e na Inês C. P. Já agora: — Onde andarão o Diogo e o Ricardo? Esses Filipados teimam em não dar à costa!

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

AVISO AOS RAPAZES POR CAUSA DAS RAPARIGAS — III

As betinhas, quando se sentem apertadas, começam com conversas de tele-novelas: vocês não as vêem, eu também não, mas conhecemos o guião — olaré se conhecemos! Ponham-se a pau, putos.

DO DESENCANTO (2)

Alguém me disse hoje, mas ainda não confirmei, que o Artis fechou na passada quinta-feira. Nesse bar, do Bairro Alto, tive as melhores conversas e passei os melhores momentos de culta boémia, nas duas últimas décadas do século passado. A banda sonora de jazz era irrepreensível, as tostas de galinha uma maravilha, e o Favaios o néctar que nos acariciava a alma e soltava o espírito. Mais uma boa razão para não se sair de casa.

CORREIO PRIVADO


Ao cuidado do Pedro Guedes da Silva.

DO DESENCANTO (1)

Aprendi a gostar de música — e a viver a vida a abrir, ou a rasgar, que é ainda mais à frente e mais além — com os sucessivos programas de rádio de Luís Filipe Barros e António Sérgio. Hoje, topo com esta notícia. Este país está, definitivamente, a desfazer-se em merda. E não aproveitem já os puristas da música erudita e do jazz para virem para aí com tretas, pois eu já disse ali o que tinha a dizer. Note-se que nem sequer estou mal disposto, embora tenha razões de sobra para isso; caso estivesse, esta prosa seria orquestrada para partir tudo.

COMEÇAR A SEMANA EM BELEZA

Maria Callas interpreta a ária «Casta Diva», da ópera Norma, de Vincenzo Bellini, na sala «L'Opéra», de Paris, em 1958.

domingo, 16 de setembro de 2007

SONHO MÍSTICO

Um dia hei-de sentar à mesma mesa, em enorme távola redonda, todos os meus amigos: da direita e da esquerda, de cima e de baixo, bonitos e feios, ricos e pobres, eruditos e simples, conversadores e calados, antigos e novos, velhos e jovens, portugueses e estrangeiros; mas todos, todos mesmo — aristocratas de espírito.

PASSAGEM DAS HORAS

Trago dentro do meu coração,
Como num cofre que se não pode fechar de cheio,
Todos os lugares onde estive,
Todos os portos a que cheguei,
Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias,
Ou de tombadilhos, sonhando,
E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero.

(...)

ÁLVARO DE CAMPOS
[Fernando Pessoa (1888 — 1935)]

ODE MARÍTIMA

Sòzinho, no cais deserto, a esta manhã de Verão,
Olho prò lado da barra, olho prò Indefinido,
Olho e contenta-me ver,
Pequeno, negro e claro, um paquete entrando.
Vem muito longe, nítido, clássico à sua maneira.
Deixa no ar distante atrás de si a orla vã do seu fumo.
Vem entrando, e a manhã entra com ele, e no rio,
Aqui, acolá, acorda a vida marítima,
Erguem-se velas, avançam rebocadores,
Surgem barcos pequenos detrás dos navios que estão no porto.
Há uma vaga brisa.
Mas a minh'alma está com o que vejo menos.
Com o paquete que entra,
Porque ele está com a Distância, com a Manhã.
Com o sentido marítimo desta Hora,
Com a doçura dolorosa que sobe em mim como uma náusea.
Como um começar a enjoar, mas no espírito.
Olho de longe o paquete, com uma grande independência de alma,
E dentro de mim um volante começa a girar, lentamente.


(...)

ÁLVARO DE CAMPOS
[Fernando Pessoa (1888 — 1935)]

sábado, 15 de setembro de 2007

VOU ALI — VER, OUVIR E CHEIRAR O MAR, À BEIRA DO NOSSO RIO TEJO — E JÁ VENHO

«This Is The Sea», The Waterboys.

HOMENAGEM A SUA MAJESTADE FIDELÍSSIMA EL-REI D. CARLOS I DE PORTUGAL

É hoje inaugurada, sob o alto patrocínio de SSAARR os Duques de Bragança, da Fundação D. Manuel II, da Associação da Nobreza Histórica de Portugal, da Comissão D. Carlos 100 Anos e da Real Associação de Lisboa, a Estátua D. Carlos I, na Rotunda D. Carlos I (Areia, Guincho, Cascais).
Não poderei estar presente nas cerimónias — inauguração, cocktail e jantar de gala e beneficência nas instalações do Clube, e cuja receita reverterá, parcialmente, para a instituição de Solidariedade Social Ajuda de Berço —, mas, agradeço o simpático convite do Real Clube de Campo D. Carlos I.

ORA AÍ ESTÁ!

I Will Survive, Cake.

FILOSOFIA COMPARADA A PROPÓSITO DE UMA JANTARADA

O Banquete (O Simpósio ou do Amor) de Platão e O Banquete (In Vino Veritas) de Sören Kierkegaard.

A VIDA É BELA

Perante simpatiquíssimo jantar de ontem, com duas muito antigas mas sempre renovadíssimas e cada vez mais bonitas amigas (Filipadas, claro está!), e seus cavalheiros maridos, que também já me dão a honra da sua amizade, e enquanto não escrevo aqui algo de novo, directamente inspirado pelo referido repasto seguido de simpósio a seis, com cinco «Cavalos de Fogo» na lide, remeto para este pretérito postal (é só clicar na palavra a azul, ó outsiders da internet), que se legitima assim, agora, ainda mais. Sentidos beijos e abraços, para o distinto quarteto.

CANÇÃO PARA HOJE (1)

I Will Survive, na fascinante versão dos Cake. Estes, começam por destruir a insuportável estrutura disco do tema musical. Depois, substituem-na por uma forte e cativante presença de instrumentos de banda clássica — em versão ora acústica, ora eléctrica. Desta forma, o rock apodera-se da romântica letra, envolvendo-a em sensuais riffs de guitarra e numa poderosa percursão. A rouca e envolvente voz masculina faz o resto. Para dançar acelerado e apaixonado. Desaconselhável, pois, a betinhos e farçolas.

ESTUDANDO O DINÂMICO MEDIUM (II)

Tão dinâmico, tão dinâmico, que está sempre a mudar sem dizer água vai. Esta minha indispensável ferramenta parte-me a cabeça toda, pois volta e meia transforma-se sem aviso prévio; e, eu, que gosto de conservar o que me agrada, se for para mudar, quero ter a oportunidade de decidir e traçar o novo caminho.

ESTUDANDO O DINÂMICO MEDIUM (I)

Pesquiso em enciclopédia on-line as linhas com que me coso. Depois, pergunto às paredes: os novos meios de comunicação condicionam a mensagem das jovens gerações ou os bilhetinhos que passávamos sorrateiramente às namoradas mantiveram o conteúdo e só difere agora o facto de os mandarem por e-mail e SMS?

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

ACTUALIZANDO A FONOTECA (1)

«Six Days», DJ Shadow.

Video-clip realizado por Wong Kar-Wai.

Com um beijo de bem-haja à Rita. Lobo velho ainda aprende Música. (E Alemão. Não era, Sofia?)

HOJE ACORDEI A CANTAR ESTA (1)

«Hey», Pixies.

À ANA E AO TOMAZ

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

FILME PARA HOJE (1)

À Flor do Mar, João César Monteiro.
O filme é de 1986, e foi nesse ano, dos meus «vinte anos» — meu leitmotiv recorrente ou, se preferirem, lengalenga —, que o vi. No Fórum Picoas. Ou talvez não. Não tenho a certeza. A recordação traz-me à memória o rosto de Laura Morante. Paradigma da beleza mediterrânica. E depois há o mar. Muito mar, rimando sempre com calor e paixão, como não podia deixar de ser. O ritmo é sereno, fluido, aquático. Mas o filme é solar, poderoso, fáustico até. Por outro lado há a terra, ou não fosse também ela uma fita de mulheres, com homem fragilizado dentro e tudo. Quanto às imagens melódicas: ecoam nos meus ouvidos, ao convocar mentalmente a banda sonora, como que trazidos por mágico búzio, os acordes da mais bela música erudita. Lembro-me ainda, logo a abrir, ou por aí assim, de um extraordinário monólogo erótico em off. João César põe na boca de uma jovem mulher uma das mais sensuais descrições do sexo feminino que ouvi. A película parece que tem sabor, toda ela oferecendo ao nosso paladar iguarias do oceano, e outras, convidando-nos para um repasto dionisíaco. A palavra é central, e anuncia o ciclo de comédia, que virá a seguir com a sublime «trilogia de Deus», mas aqui o registo é ainda de tragédia. Antes assim, que a vida não é só paródia. Não me consigo lembrar de quem me acompanhou. Bem sei que ia muito vezes sozinho ao cinema por esses dias. De qualquer forma, a quente, o filme só deu Laura Morante, para mim. Dois anos depois, ao avistá-la — estava ela em Portugal, novamente, em filmagens — na pista do Frágil, aproximei-me, dancei junto da diva, e, num impulso, disse-lhe ao ouvido o que tinha a dizer. O olhar e o sorriso, que dela recebi em troca, ficaram-me para sempre gravados na alma. Talvez os anos tenham assassinado o filme. A ver vamos, hoje à noite, na Cinemateca.

LIVRO PARA HOJE (8)

O Banquete (O Simpósio ou do Amor), Platão, tradução revista, prefácio e notas de Pinharanda Gomes, edição Guimarães Editores, colecção Filosofia & Ensaios, Lisboa, 2003 (3.ª edição).
Falaram do livrinho em debate a três numa esplanada de Lisboa. Depois subiram a dois a pé até ao Castelo. Conferenciando ainda. Como nos velhos tempos. Fez faísca. Relâmpagos de imediato tracejaram a noite enquanto trovões ribombaram. É o que dá desafiar os deuses protectores da Cidade. Afrodite e Eros à solta não dão coisa boa.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

GENIAL!

EMOÇÕES E CORPO NA CAMINHADA ESPIRITUAL

Publico aqui este Programa, recebido por e-mail, devido ao superior interesse do mesmo:
Igreja de S. Nicolau, R. dos Douradores 57
Nas primeiras e terceiras segundas-feiras
das 21.15 às 22.30
Escola de Oração
Programa de Setembro 2007 a Janeiro 2008
Emoções e corpo na caminhada espiritual
I – 17/09/07
«A unidade substancial do homem» P. Luís Rocha e Melo
Todo o vosso ser - espírito, alma e corpo - se conserve irrepreensível para a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo 1 Ts 5, 23.
II – 01/10/07
«Desejo e vida espiritual» Dr.ª Ma. Armanda Saint-Maurice
Aspirai aos dons maiores 1 Co 12,31
III – 15/10/07
«Desejos e emoções no caminho espiritual» P. Vasco Pinto de Magalhães
Daniel, homem de desejos Dn 10,11
IV – 05/11/07
«Amadurecimento do desejo e vontade de Deus» P. Vasco Pinto de Magalhães
O mundo passa e também as suas concupiscências, mas quem faz a vontade de Deus permanece para sempre 1 Jo, 2, 17
V – 19/11/07
«Eu, o meu corpo e Deus» Nuno André
Tesouro em vasos de barro 2 Co 4,7
VI – 03/12/07
«Equilíbrios e desequilíbrios» P. Luís Rocha e Melo
A carne deseja o que é contrário ao Espírito, e o Espírito, o que é contrário à carne Gl 5, 1. 17; Assim, o que realizo, não o entendo; pois não é o que quero que pratico, mas o que eu odeio é que faço Rm 7, 1
VII – 07/01/08
«Emoções e imprecações nos salmos» Drª Luísa Almendra
Levanta-te, Senhor! Salva-me, ó meu Deus! Bate na face dos meus inimigos e quebra os dentes dos ímpios Sl 3, 8
VIII – 21/01/08
«Solicitações e tensões relativas ao corpo» P. José Manuel Pereira de Almeida
O corpo não é para a fornicação 1 Co 6,13
Não gastes a tua força com,,, Pr 31,3

CAMINHO (I)

I
Tenho sonhos cruéis; n'alma doente
Sinto um vago receio prematuro.
Vou a medo na aresta do futuro,
Embebido em saudades do presente...
Saudades desta dor que em vão procuro
Do peito afugentar bem rudemente,
Devendo, ao desmaiar sobre o poente,
Cobrir-me o coração dum véu escuro!...
Porque a dor, esta falta d'harmonia,
Toda a luz desgrenhada que alumia
As almas doidamente, o céu d'agora,
Sem ela o coração é quase nada:
Um sol onde expirasse a madrugada,
Porque é só madrugada quando chora.
CAMILO PESSANHA
(1867 — 1926)

SAUDANDO MELANCOLICAMENTE A CHUVA

«Happy When It Rains», The Jesus and Mary Chain.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

AINDA O RÂGUEBI PORTUGUÊS

Quem tiver coluna vertebral e tomates, clique aqui.

MAIS UM POSTAL PARA OS QUE ANDAM LÁ FORA A LUTAR PELA VIDA

Um abraço para o meu sobrinho Pedro, que foi a França acompanhar a nossa Selecção Nacional de Râguebi (a tal para a qual as distintas televisões portuguesas se estão a cagar, mesmo tratando-se do Campeonato do Mundo da modalidade).
Post Scriptum: Afinal, parece que os jogos dão num canal nacional a pagantes, mas eu é que não dou para esses peditórios.

SEM NOVAS DOS E. U. A.

Da Patrícia — grande motivo da minha inquietação, faz hoje seis anos — é que não há notícias, nem um mailzito...

BOAS NOVAS DOS E. U. A.

Bom é ver a Isabel regressada e cheia de espiritualidade.

LIVRO PARA HOJE (7)

Livro em Branco.

AINDA AS REVISTAS DE ARTE

Certa ex-aluna ficou de me «arranjar» (gosto tanto desta palavra quanto da expressão «ex») — faz agora, por estes dias, um ano — os poucos exemplares que me faltam para completar a colecção da Colóquio Artes. Até hoje. Raras vezes as «ex» (alunas e outras) me faltaram à chamada; mas — hélas! —, há sempre uma primeira vez.

DAS BELÍSSIMAS ARTES

Já espreitaram o n.º de Setembro da L + Arte? Pois então não percam o “Calor” — Projecto executado especificamente para a revista pela Mónica Amaral. Não é por ser minha amiga, mas é uma artista de mão cheia!

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

LIVRO PARA HOJE (6)

Ficções, Jorge Luis Borges, tradução de José Colaço Barreiros, edição Editorial Teorema, colecção Gabinete de Curiosidades, n.º 11, Lisboa, 1998.

O CINEMA (RE)FAZENDO (A) HISTÓRIA

O filme Cristóvão Colombo — O Enigma, de Manoel de Oliveira, venceu o prémio «Bisato d'Oro», atribuído pela crítica independente, na 64.ª edição do Festival de Cinema de Veneza, 75 anos após a fundação deste, que é o mais antigo a nível mundial. Anseio por ver a fita, pois aborda uma tese que descobri, e à qual de imediato aderi, ao ler, em 1988, o livro O Português Cristóvão Colombo — Agente Secreto do Rei Dom João II, de Augusto Mascarenhas Barreto.

domingo, 9 de setembro de 2007

DA ESCRITA DINÂMICA NA BLOGOSFERA

Postal com dedicatória reescrita hoje.

DAS CAGANÇAS

É uma família muito antiga, sim senhor; mas, curiosamente, ninguém se distingue nela há — pelo menos — 100 anos...!

UM PAÍS SEM MASSA CRÍTICA TORNA-SE MASSA TENRA

Se há coisa que me intriga na blogosfera portuguesa, é a falta de comparência de gente nova. Gente nova, assim mesmo, sem mais nem menos. O que quero com isto dizer é que me espanta a rede ser utilizada essencialmente por pessoas que já têm assento — muitas delas há décadas — nos meios de comunicação clássicos. Será que não existe mais ninguém disposto a usar este espaço de liberdade, ainda para mais gratuito e acessível, num espírito de partilha e comunhão cultural? Talvez não haja outros — além dos do costume — com alguma coisa para dizer... É que não basta saber escrever, ainda é preciso pensar. E não dá massa. Enfim, uma maçada.

EM DESTAQUE

DISCO PARA HOJE (12)

Ocean Rain, Echo & The Bunnymen.

MON COEUR BALANCE... (8)

Entre o classicismo da Yourcenar e o modernismo da Woolf.

sábado, 8 de setembro de 2007

DA ARTE EPISTOLAR ENQUANTO ARTE CINEGÉTICA

Escrever cartas é como lançar o espírito a galope, e ir buscar o que parece estar fora do seu alcance.
VIRGINIA WOOLF
(1882 — 1941)

TUDO AO CONTRÁRIO

A República Portuguesa não recebe oficialmente o Dalai Lama. Quanto aos representantes dos vermelhos ocupantes chineses do Tibete: tudo bem.

PORQUE DESPORTO EM PORTUGAL NÃO É SÓ FUTEBOL

Em dias de Campeonato do Mundo, estamos mesmo à boa hora para visitar o sítio na rede da Federação Portuguesa de Rugby, que os nossos «Lobos» bem precisam de todo o apoio.

DISCO PARA HOJE (11)

Die Englische Suiten, J. S. Bach.

DEKANTANDO AO SABOR DAS TECLAS

Pela beleza, o homem sensível é conduzido à forma e ao pensamento; pela beleza, o homem espiritual é conduzido à matéria e ao mundo sensível. Sem prazer estético, não há querer moral; sem prazer estético, não há conhecimento científico. A estética quer uma ética; a estética quer uma lógica. A estética é prática; a estética é teórica.

DEVER DE MEMÓRIA III

Os Romanov — Família Imperial Russa.

PARA MEMÓRIA FUTURA

Não é tarefa que me agrade, nem para a qual sinta especial vocação, mas alguém tem de a desempenhar, por dever histórico para com as futuras gerações: Pôr a nu os crimes de uma ideologia internacionalista que arrasou meio mundo durante o século passado em nome de uma utopia igualitária. Fazê-lo com bom-gosto não é para todos, mas é o que Filipe Anacoreta faz, muitíssimo bem, nesta mensagem.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

LIVRO PARA HOJE (5)

Drogas, Embriaguez e Outros Temas, Ernst Jünger, tradução de Margarida Homem de Sousa (revista por Rafael Gomes Filipe e Roberto de Moraes), edição Relógio d'Água, colecção Antropos, n.º 53, Lisboa, 2001.

MEUS RICOS ANOS 80

Cheguei. Calhou, quase por acaso, ter-me embrenhado na noite de Lisboa, pois, tendo sido alertado para a existência de um spot na berra à beira-mar plantado (sim, o nosso Tejo, mais do que um rio, é um mar imenso), em plena Cinemateca, pela amiga cinéfila M., logo de seguida, ao ir felicitar a amiga cinéfila, mas não-iniciada e por outro lado Filipada, S., num simpático local com Tejo e tudo, lancei a lebre sobre a tal novidade espacial e especial deste Verão, que ainda para mais parece que fecha já na próxima quarta-feira, e, de imediato, o amigo, também este cinéfilo não-iniciado e Filipado, Tomaz Bairros disse-me cavalheirescamente: «É já aqui ao lado, levo-te lá.» Assim foi. O sítio é muito bonito e tudo o mais; mas, caramba!, nos meus queridos e saudosos anos 80 não se via maralha daquela à solta nem se ouvia aquele som asqueroso.
Post Scriptum: Postal reescrito e reeditado várias vezes ao longo do dia, à medida que as ideias se vão clarificando, pois a noite estava escura como e bréu, embora tenha sido pontuada, aqui e ali, por rostos luminosos — começando logo pelo de Jean Seberg, que só por si vale todo o filme, em Bonjour Tristesse.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

PAÍS A SAQUE OU FARTAR VILANAGEM

Estava a ver que ninguém reparava; mas, este bloguista, que me parece «ser de olhão e jogar no boavista», refere o estado em que o rectângulo se encontra: Fora de Controlo.

A CORES E ECLÉCTICO

Não sei se hei-de ir, esta noite, à corrida de toiros do Campo Pequeno ou à fita da Cinemateca Portuguesa.

A PRETO & BRANCO E ECLÉCTICO

Entre 1985 e 1995 — durante 10 anos a fio —, andei quase sempre vestido, da cabeça aos pés, onde quer que fosse, de preto. A coisa foi de tal maneira que hoje não consigo vestir uma única peça de roupa negra. Não sei por que carga de água estou para aqui eu a escarrapachar esta conversa que não interessa nem ao Menino Jesus... — Ah!, lembrei-me agora: faço-o para memória futura, antes que me dê uma branca (na cabeça, que no cabelo já tenho muitas e boas).

ESTA FAZ-ME LEMBRAR AQUELA

Nesta entrada do diário na rede de Rita Ferro há qualquer coisa de Bonjour Tristesse. Digo eu, não sei.

DIÁLOGOS OBSCENOS (1)

Diz o homem maduro à jovem recém-conhecida:
— Se eu tivesse uma filha, gostaria que ela fosse com tu.
Responde a rapariga de vinte anos ao quarentão:
— Vamos tentar, pode ser que saia uma igual a mim.

D'O FÉRTIL JARDIM

Se alguém quiser
compreender-me
(mas julgo bem
que ninguém quer)
beba o meu rio
desde a nascente
da minha dor
de cada dia;
repouse à sombra
da minha vinha
já tão vizinha
da alegria,
onde estarei,
continuamente,
compondo a minha
poesia.

FERNANDO DE PAÇOS
(1924 — 2003)

CINEMA DE TERROR

FILOSOFIA PORTUGUESA

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

SEMPRE EM CONTRACORRENTE

Desculpa lá, caro Pedro, agradeço-te a lembrança, mas já em tempos tinha dito ao nosso Réprobo que não alinho nesses esquemas.

ROBERT BRESSON

E súbito
No meio de partículas
Fortíssimas
Do mal
Surgiam as mãos honestas
Da mulher arrancando
Batatas
Da terra

A bondade sem medo
Da velha que se deixa acompanhar
Do jovem assassino
Até há pouco
Inocente

Dois desconhecidos

Olhar profundo
entre mãe e filho
Que não são

São dois desconhecidos
Que o acaso aproximou
Há dias
Arrancando juntos
Batatas
Da terrra indiferente

ALBERTO DE LACERDA
(1928 — 2007)

POETA

Crivado de mortes
Pessoais e outras
Prossegue
Fantástica-
Mente
Religando tudo
Quase tudo

ALBERTO DE LACERDA
(1928 — 2007)

DA ARTE POÉTICA ETERNA

Os pássaros
Estabelecem diálogos
Que ninguém entende
Felizmente

Como tudo o que é puro
De raiz
O que os pássaros dizem
Não se traduz

ALBERTO DE LACERDA
(1928 — 2007)

DA ARTE DE BEM IMPRIMIR

A Imprensa Nacional — Casa da Moeda é a melhor editora de autores portugueses. De longe. E as suas lojas estão sempre cheias. Parece bom sinal. Pois não é. A gente que lá pára — e não desampara a loja — procura formulários, ditos impressos. Livros? Nem querem vê-los, quanto mais lê-los!

JOANA COME A PAPA

A quem só agora aqui veio desaguar, chegado de férias estivais — sem computador à mão de semear, ou de colher... —, aconselho que consulte, no Arquivo deste Blogue, para não perder pitada do que me passou pela caximónia, o mês de Agosto de 2007, pois eu, pensando sempre nos meus amigos leitores, não dei descanso aos teclados que apanhei a jeito.

SAUDADES DE UM SETEMBRO ASSIM (II)

«Hollow Hills», Bauhaus.

SAUDADES DE UM SETEMBRO ASSIM (I)

«She's In Parties», Bauhaus.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

TIVESSE EU «LINKS PERMANENTES» E ESTE ERA CERTINHO (4)

Cocanha — escrito e tecido pela cultíssima e misteriosíssima (nunca os superlativos me soaram tão bem) Zazie.

PENSANDO CÁ COM OS MEUS BOTÕES

Esta rentrée começou muitíssimo bem: vamos lá a ver o que mais me reservará. Pessimista profissional que sou, desconfio de muita fartura; mas, como tem sido pontuada por imprevisíveis e desagradáveis problemas vencidos rapidamente, à mistura com inesperadas e simpáticas propostas, pode ser que seja bom sinal.

A PAPINHA TODA FEITA...

... para os meus alunos: a programação da Cinemateca Portuguesa encontra-se à distância de um clique. Só falta pôr a colher na boca...

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

OS AMIGOS SÃO PARA AS OCASIÕES

Estava eu já para aqui conformado com o facto de não ter gás da companhia no prédio, dizendo mal sozinho de tudo e todos a torto e a direito, quando, num acesso de criatividade, decidi lançar o barro à parede: telefonei a uma velha amiga, dos alegres tempos desinteressados do Liceu, em que se fazem amigos para a vida (e a quem não telefonava desde aí!), e agora vizinha de mesmo quarteirão, e fiz-lhe o pedido «surreal» de lá ir tomar banho dentro de cinco minutos, pois certo médico meu conhecido meteu-me na cabeça que o duche frio me poderá vir a provocar um ataque cardíaco; e eu, que sou rapaz hipocondríaco, acredito piamente. Foi tiro e queda. Assim, tomei lá o meu duche quente, antes de me dirigir, de imediato, todo lavadinho e aperaltado, a um simpatiquíssimo jantar de anos de recente amigo (mas que já vale tanto como os antigos amigos de sempre).
Post Scriptum: Atravessando as avenidas, de nécessaire em punho, senti-me Eça; mas essa é outra história.

domingo, 2 de setembro de 2007

OS BETOS (4)

Os betos são dejectos das famílias históricas ou projectos dos novos-ricos.

OS BETOS (3)

Os betos praticam igualmente pontapé na bola e na gramática.

OS BETOS (2)

Quanto menos percebem do que se lhes diz, mais os betos sorriem.

OS BETOS (1)

Os betos são sempre semi-analfabetos.

TRISTES TEMPOS OS DE HOJE

Chego de férias e não tenho gás no prédio. Cultivassem-se hoje em dia as boas e saudáveis relações de vizinhança de outros tempos e bastaria bater à porta de alguém de um edifício ao lado para tomar o meu duche matinal. A triste verdade é que agora somos poucos e mal nos conhecemos.

DA ALQUIMIA

Uma gota separa o perfume do veneno. Uma palavra separa o bem do mal.

CONFISSÃO INTIMISTA (AQUI QUE NINGUÉM ME OUVE)

Preciso viajar no tempo e no espaço uns bons pares de anos e várias léguas para encontrar o momento em que senti semelhante nostalgia ao abandonar o lugar de férias de Verão.

ETERNA DÚVIDA

Sendo Setembro mês de equinócio, porque cheirará sempre tanto a recomeço e regeneração, qual ponto extremo de partida e chegada, como se de um solstício se tratasse?

sábado, 1 de setembro de 2007

DOS BETINHOS À BEIRA-MAR PLANTADOS

Como um blogue é um caderno de apontamentos, tomo aqui nota, para que conste e não me falhe a memória, do seguinte: em breve escreverei, neste mesmo sítio, sobre «betinhos». Advém esta coisa peregrina de promessa feita à beira-mar, na sequência de pedido nesse sentido, e é bem sabido que o prometido é devido. Palavra puxa palavra e foi o que deu. Vamos lá a ver no que isto vai dar.

UM GOSTO QUE É UM GOZO

Amiga comum sempre me quis apresentar a João César Monteiro, com a justificação de que ambos partilharíamos um gosto parecido pela utilização da língua. A língua portuguesa é muito traiçoeira.

REFLECTINDO SOBRE UM PRETÉRITO BLOQUEIO TECNOLÓGICO

Passei meio Agosto com o desgosto de não poder usar travessões. Coisa curiosa é que regressado já ao meu muito pessoal computador ainda não voltei a utilizá-los. Será que lhes perdi o gosto?

NOITES ESCALDANTES

Bonjour Tristesse (EUA, 1958), Otto Preminger,
com Deborah Kerr, David Niven, Jean Seberg.
Para começar Setembro em Beleza, nada melhor do que rumar à muito nossa Cinemateca Portuguesa, já na próxima quinta-feira, dia 6, às 22 horas e 30 minutos, para (re)ver, na Esplanada, no âmbito do Ciclo «Filmes da Praia», esta Película de encruzilhadas: entre Europa e EUA, entre Literatura e Cinema, entre Cinema Clássico e Cinema Moderno, entre Pai e Filha, entre Homem e Mulher, entre Mulheres.
Adenda: Vou usar uma fórmula que detesto, pela sua banalidade, mas que é útil para espectadores indecisos: «O filme é muito melhor do que o livro».